Papo de Talarico: Praia limpa, um sonho temporário

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Praia limpa. O RJ merece.
Vista da Pedra Bonita (foto: Alvaro Tallarico)

A praia de Botafogo limpa e cristalina. Quem poderia imaginar? Golfinhos apareceram nos canais de Veneza, na Itália. A imponente cordilheira do Himalaia voltou a ser vista pelos moradores do estado de Punjab e outras localidades no norte da Índia. Como é maravilhoso o poder que a natureza tem de se regenerar. O problema é que, para isso ocorrer, foi preciso que uma pandemia acontecesse. A natureza pediu um tempo. Precisava respirar. Pois sabe uma das principais partes do corpo que o coronavírus ataca? Os pulmões dos seres humanos. Indubitavelmente, tais fatos provocam reflexões…

E quando tudo isso acabar? Porque sim, vai acabar. Tudo será como antes? Carros e mais carros poluindo o ar, praias imundas cheias de sujeira e embalagens. O carioca tem o privilégio de ter um litoral incrivelmente lindo, cantado até na clássica canção “Do Leme ao Pontal”. Realmente, não há nada igual. Dar um mergulho na praia é uma das principais diversões de quem mora no Rio de Janeiro. Contudo, isso não torna o povo mais educado. A poluição nas praias é clara, ops, quer dizer, escura. No fim das tardes, quando a faixa de areia começa a esvaziar após aquele tradicional dia de sol escaldante, fica o frustrante, decepcionante e melancólico rastro humano.

A onda do mar apagou

Bem que esse rastro poderia ser somente de passos e desenhos na areia. Recordo de quando era apenas um menino de cabelos enrolados indo para a praia com meu saudoso pai. No rádio tocava “O seu nome eu escrevi na areia, a onda do mar apagou”. Era o que dizia a música “Quatro Semanas de Amor”, cantada pela dupla Luan e Vanessa no longínquo ano de 1990. Invejosos dirão que é brega. Todavia, a questão não é essa. Creio que até para ser poeta fica difícil na areia suja. Afinal, aquilo ali no mar não é um peixe nadando, é um copo plástico boiando. Sim, aquela coisa branca é um saco de mercado, não é uma arraia. Em suma, não há poesia que aguente a falta de educação persistente, a ausência de noção e a inexistência de amor cuidadoso pela natureza que nos circunda.

Ver o vídeo da praia de Botafogo limpa aqui no Diário do Rio mexeu com meu coração. E mais ainda, a coluna de Sérgio Ricardo falando dos botos que voltaram a aparecer e brincar na Baía de Guanabara. Dizem que a natureza é mãe. Então talvez esteja tentando nos educar. Não, a pandemia não é positiva. Não dá para romantizar. Mas que possa trazer reflexões sobre uma verdadeira sustentabilidade, ampliação do uso de energias renováveis, e uma maior harmonia entre os seres humanos e a natureza – a Mãe Natureza.

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