Localizado no centro do Rio de Janeiro, na Praça XV, o prédio do antigo Convento do Carmo, construído no fim do século XVI, passou por uma restauração e foi reinaugurado nesta quinta-feira, pelo governador Cláudio Castro e pelo procurador-geral do estado, Bruno Dubeux, e transformado num centro cultural.
A primeira mostra de artes plásticas de artistas brasileiros no lugar, que ganhou biblioteca, salão de exposições e um bistrô, está prevista para maio. Já as dezenas de peças encontradas — como louças francesas e inglesas, garrafas de vinho, talheres de prata, moedas, pentes, cachimbos e muitos fragmentos de cerâmica — farão parte de uma exposição permanente, com estreia prevista ainda para este semestre.
Além da destinação cultural, o lugar vai abrigar as salas de aula da Escola Superior de Advocacia Pública (Esap) e o Centro de Estudos Jurídicos (Cejur).
A construção é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e as obras buscaram restaurar o estilo original da arquitetura e revelar vestígios da passagem da família real portuguesa pelo Brasil.
O imóvel ganhou fama com a chegada ao Brasil de D. João VI e sua mãe, a rainha de Portugal, D. Maria I. Em 1808, ele deixou de ser usado pelos carmelitas e foi ocupado por D. Maria I até sua morte, em 1816.
Ao longo dos séculos XIX e XX, o imóvel teve diversos usos. Foi sede de diversas instituições como o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), a Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, a Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro e parte da Universidade Cândido Mendes. Em 1950, sob risco de demolição, iniciou-se o processo de tombamento federal do prédio, concluído em 1964.