Prédio ícone da Baixada Fluminense é tema de documentário independente

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Localizado às margens da Rodovia Presidente Dutra, KM 175, em Nova Iguaçu, uma prédio de cinco andares, pintado de azul e “tatuado” com camadas do xarpi carioca, avança em desuso há pelo menos 20 anos. Ícone da Baixada Fluminense, a construção que chama atenção por sua relação tão familiar e ao mesmo tempo tão desconhecida com quem vive ou passa regularmente pela região, acaba de se tornar personagem do filme documentário @postopredio13 – MEU NOME É UNIÃO com direção de Josy Antunes.

O filme tem direção executiva de Rebecca Joviano, coordenação de produção de Luana Pinheiro e coordenação de pesquisa de Danielle Ferreira. Sandro Garcia e Cíntia Lima assumem respectivamente como 1.º e 2.º assistente de direção. Já a direção de fotografia tem Mazé Mixo e Getúlio Ribeiro. A montagem será feita por Renato Vallone. E a edição do longa também é de Josy, idealizadora do documentário.

Nascida e criada em Belford Roxo, cidade vizinha de Nova Iguaçu, a história de Josy e do misterioso prédio se cruzou desde a juventude. “Diariamente cruzava a fronteira entre as duas cidades dentro do ônibus 205, que passa pelo Posto 13, até que um dia, o ônibus passou por um outdoor que anunciava inscrições abertas para um curso gratuito de cinema” relembra a cineasta que aos 17 anos cursava o Ensino Médio e experimentava o que seria seus primeiros passos na indústria do audiovisual brasileiro na Escola Livre de Cinema (ELC), em Nova Iguaçu.

“E eu me matriculava em todos que eram compatíveis com minha agenda de secundarista. O que me motivou a ter a ideia desse projeto foram minhas raízes na ELC e a participação de um projeto chamado Jovem Repórter da Prefeitura de Nova Iguaçu. Foi lá que aprendi a ter o olhar apurado para tudo, a olhar para uma coisa e não ver só o óbvio, mas olhar com curiosidade querendo revelar mais”, disse.

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Mas a ideia de narrar histórias ambientadas dentro e fora do antigo Hotel União só surgiu com força recentemente. “Eu estava com insônia e passeava pelo feed do Instagram quando vi uma série de fotos do Posto 13. Eu já era apaixonada pelo prédio. Fiquei encantada com os cliques, porque elas mostravam ângulos que eu não estava habituada a ver”, contou.

Josy expandiu sua ideia para além do próprio olhar em relação ao edifício, depois que um post seu sobre a criação do perfil no Instagram @predioposto13 viralizou no Facebook. Isso a fez entender que o interesse pelo prédio e a memória afetiva que havia construído desde a infância, não era só sua. E esse foi o ponto inicial para que a cineasta começasse o trabalho de um curta-metragem. Que logo mais tornou-se um longa.

“Passei a pesquisar por mais imagens usando recurso de localização. E as pessoas começaram a surgir enviando imagens e relatos carinhosos sobre memórias relacionadas ao prédio. Chamei minha amiga Danielle Ferreira, que têm formação em Ciências Sociais, para me ajudar a iniciar uma pesquisa. O foco era unicamente resgatar essas memórias e costurá-las num curta-metragem. Chamei também o Azis Gabriel, para nos ajudar a documentar o processo e para que tivéssemos uma presença masculina na equipe, garantindo que nos sentíssemos mais seguras ao circular pelos arredores do Posto 13.”

O fato é que muito embora seis das 13 cidades que compõem a Baixada Fluminense sequer tenham salas comerciais de cinema, inclusive Belford Roxo, a região é berço de talentosos profissionais envolvidos com o cenário audiovisual brasileiro. Não demorou muito para que amigos interessados se colocaram à disposição. E assim a jovem montou uma equipe preparada para gravar o longa-metragem.

“Há cerca de 30 dias, tudo que eu tinha era uma câmera, um microfone de lapela e a confiança e apoio de dois amigos. Hoje conto com uma equipe de 28 pessoas, equipamentos profissionais de cinema, um time de pesquisa trabalhando full time, a autorização pra filmar dentro do prédio, e um sono acumulado de duas semanas praticamente sem dormir”, afirmou sem esconder seu contentamento.

Josy explica ainda que o objetivo de tornar o projeto @predioposto13 realidade vai além de costurar narrativas para contar a história do antigo Hotel União. Ela e toda sua equipe se preparam para uma articulação e mobilização para que o prédio se torne um polo cultural com diferentes linguagens artísticas para atender a comunidade da Baixada Fluminense.

“O Sandro é um jovem cineasta de Belford Roxo e faz parte do BaixadaCine, um coletivo premiado e que realiza, entre outras coisas, o cineclube Velho Brejo que acontece no Centro Cultural Donana. E ele veio com a ideia de revitalizar o prédio para transformar ele num polo de cultura. Lembro de dizer para ele ‘vamos abrir uma escola de cinema nesse prédio, essa é a meta a partir de agora, lá será a sede do BaixadaCine. E eu não estou aceitando menos do que isso’. Então vamos trabalhar para fazer acontecer”, completou.

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