O casarão que desabou parcialmente na noite deste sábado (8), na Lapa, região Central do Rio, possui uma vaquinha online para obras de restauro. O prédio fica ao lado da Sociedade de Medicina e Cirurgia do RJ (SMCRJ), que há mais de 100 anos está localizado no número 197, da Avenida Mem de Sá, a principal via da Lapa.
O movimento para arrecadar fundos e fazer melhorias na edificação começou em 2019, com o objetivo de juntar R$ 25 mil, porém, até a data de hoje, apenas R$ 1200 foram doados. A propriedade integra uma APAC do Centro do Rio (Área de Proteção do Ambiente Cultural). Toda intervenção no prédio teria que respeitar o projeto original.
O antigo casarão que abrigava a SMCRJ, com elementos de Art Nouveau, possuía dois andares. O espaço guardava objetos de cirurgias originais de quando a prática da medicina dava os primeiros passos no país. Já o interior o local tinha piso em madeira, janelas e a porta principal.
O prédio estava fechado e, inclusive, interditado pela Defesa Civil do município. Segundo a subprefeitura, algumas pessoas romperam a faixa e estavam dormindo no local. No momento do acidente, entretanto, o imóvel estava vazio e ninguém ficou ferido. Na manhã deste domingo (09/03), o local foi novamente interditado por questões de segurança.
Após o desabamento, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil foram acionados para o local. Ainda não há informações sobre feridos. No momento do acidente, por volta das 20h, a Avenida Mem de Sá precisou ser parcialmente interditada, na altura da Praça da Cruz Vermelha.
O trecho onde ocorreu o desabamento fica a menos de um quilômetro em linha reta da Praça da Apoteose. O Sambódromo recebeu na mesma noite o desfile das Campeãs do Carnaval 2025.
Desabamentos ocorrem com frequência no Centro do Rio
Os problemas estruturais em prédios históricos do Centro do Rio são denunciados com frequência pelo DIÁRIO DO RIO. No fim de fevereiro, a região da Lapa voltou a ser destaque negativo com as ruínas deum antigo casarão do século 18, que está colocando moradores da área em risco. O prédio fica na Rua Riachuelo, esquina com a Rua dos Inválidos.
O imóvel, o antigo casario do Visconde de São Lourenço, conselheiro de D. João VI, e tombado pelo Iphan há mais de 80 anos, sofre com a falta de manutenção. Na mesma semana da reportagem, parte da estrutura desabou.
Nem a casa onde viveu Carmem Miranda escapou
Em julho do ano passado, o telhado de uma casa perto da Travessa do Comércio, no Centro, desabou também desabou pela segunda vez em menos de um ano. O imóvel é tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e já foi a casa da cantora Carmen Miranda.
De acordo com o Iphan, o proprietário do imóvel já havia sido notificado. A área está isolada desde então pela Defesa Civil.
A Prefeitura precisa tomar uma providência URGENTE. São centenas de imóveis desde a Praça Onze até a Praça XV. Os proprietários não cuidam, não vendem, não baixam valores de aluguel e venda. Deixam desabar e não são responsabilizados. Ou seja, o imóvel não cumpre sua função social, definida por Lei, e o Poder Público se omite. Lança programas (REVIVER Centro) que só atendem mais o interesse dos especuladores que as necessidades da sociedade. É necessário uma política mais contundente. Desapropriar, cobrar judicialmente o cumprimento de obrigações ou retomada dos imóveis para ceder a novos proprietários com compromissos definidos. Do contrário teremos desabamentos, incêndios e perda de vidas.
O centro da cidade é nojento.
Caro Marcel, tudo isso é manipulado. Claro, nenhum edificio durará para a eternidade, mas todos eles só desabam por dentro rs.. E o diario do Rio, tal jornal o qual estamos faz é de propriedade do Herdeiro da Sergio Castro Imoveis, o qual sao concuminados com o Dudu Paes. Coincidência?
É incrível, mas vivemos em um mundo onde é mais vantajoso deixar um prédio desabar de podre do que colocá-lo disponível para uso, ainda que se tenha que baixar o preço. É capaz que o dono do local ainda queira vender o terreno, cheio de escombros, por pelo menos o preço de mercado. Ou então ele deixou isso acontecer de propósito para alguém construir no local um caixote de vidro e metal, para ser vendido por uma fortuna que idiota paga. Se não aparecer ninguém para pagar o preço de mercado por um local cheio de escombros inúteis, o dono prefere deixar o local assim mesmo, cheio de escombros e sem utilidade, esperando aparecer alguém que queira erguer no local um caixote horroroso (e caro) de concreto e metal. É um retrato do mundo de absurdos que vivemos.