Prefeitura do Rio admite atraso na criação de vagas de acolhimento para mendigos em 2024

Secretaria de Assistência Social confirma que meta de 600 novas vagas será reduzida para 250

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Foto: Daniel Martins/DIÁRIO DO RIO

Durante a audiência pública realizada na última terça-feira (12/11), o secretário de Assistência Social do Rio de Janeiro, Adilson Pires, admitiu que a Prefeitura do Rio não conseguirá cumprir a meta de criação de 600 novas vagas de acolhimento institucional para mendigos, prevista no Plano Plurianual (PPA) para 2024. Segundo Pires, 250 vagas devem ser disponibilizadas, devido a atrasos em parcerias com o governo estadual. As informações são do Tempo Real RJ.

“O estado não concluiu a obra a tempo”, justificou o secretário, referindo-se à reforma incompleta do Hotel Popular, localizado próximo à Central do Brasil. O espaço seria um dos principais pontos para a ampliação das vagas, mas o impasse na gestão estadual impediu sua reativação.

Isso tudo ocorre apesar do sucesso retumbante do programa ‘Seguir em Frente’, que tem acolhido centenas destes moradores de rua, e trabalhado no seu acolhimento e recuperação, com reintegração à sociedade. Só no Hospital Nossa Senhora das Dores, em Cascadura, em convênio com a Associação da Misericórdia, centenas destas pessoas já foram acolhidas. Só no primeiro mês do programa, foram 840.

O projeto é multifacetado; envolve as Secretarias de Saúde, de Assistência Social, de Trabalho e Renda e de Habitação. Existe uma previsão de cada pessoa passar sete meses internada até conquistar sua autonomia definitivamente.


Crescimento da população de rua

A audiência ocorreu em um momento crítico para a cidade. Segundo o Censo 2022, o Rio de Janeiro possui 7.865 pessoas vivendo nas ruas, número que cresce a cada ano. O atraso na criação de vagas de acolhimento agrava a crise social, especialmente em regiões de maior vulnerabilidade.

O abuso de álcool e de todo tipo de drogas por esta população é uma dura realidade que precisa ser enfrentada. O Censo de População em Situação de Rua de revelou que nada menos que 86% das pessoas nesta condição são dependentes químicos. 

A realização do debate logo após as eleições municipais poupou o prefeito reeleito Eduardo Paes (PSD) de críticas mais intensas durante a campanha.


Redução no orçamento do Cartão Família Carioca

Outro tema abordado foi o Cartão Família Carioca, principal programa de transferência de renda da prefeitura. O orçamento para 2025 prevê uma redução de R$ 8 milhões para o programa, mas o secretário garantiu que a meta de atender 54 mil famílias será mantida.

“Já beneficiamos 53.961 famílias, e o compromisso não é apenas numérico. Queremos que cada uma delas tenha segurança alimentar no próximo ano”, afirmou Pires. Ele explicou que a migração para o sistema Caixa Tem reduzirá custos administrativos, permitindo cortar gastos burocráticos sem comprometer o apoio direto à população.


Orçamento apertado e desafios para 2025

Com um orçamento total de R$ 499,4 milhões, a Secretaria de Assistência Social terá apenas R$ 9,5 milhões destinados a investimentos no próximo ano. As principais ações estão voltadas para o combate à fome e à pobreza, mas a limitação de recursos e o crescente número de mendigos colocam desafios significativos para a gestão.

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2 COMENTÁRIOS

  1. A prefeitura coloca a culpa no estado…
    E querem empurrar como solução hotel popular no centro para onde irão dormir à noite enquanto infernam as ruas do centro e zona sul próxima ao dia.

    • Pois é. Essas iniciativas têm de ser longe das áreas turísticas (Zona Sul e Centro), pois além de mais barato, afasta essas pessoas do crime, das drogas e as impede de atacar turistas.

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