A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres e Cuidados, lançou na terça-feira (25/2, o site www.mulher.rio, uma nova ferramenta digital anônima e segura para ajudar mulheres a identificarem situações de violência e acessarem atendimento na rede municipal, seja emergencial ou de acompanhamento contínuo. A plataforma funciona de forma intuitiva, com um guia de perguntas que auxilia a vítima a reconhecer o tipo de violência que está sofrendo e a encontrar o suporte mais próximo e adequado.
O site também reúne contatos essenciais para pedidos de socorro, como os telefones da Polícia Militar e do SAMU, e lista unidades de atendimento de saúde emergencial, os 26 equipamentos da Secretaria da Mulher, Delegacias de Atendimento à Mulher e clínicas da família. Em casos de alto risco, um abrigo sigiloso também pode ser indicado. Após a identificação do melhor serviço, um mapa é gerado com a rota da localização da vítima até a unidade de atendimento mais próxima.
Joyce Trindade, secretária municipal de Políticas para Mulheres e Cuidados, fala da importância dessa ferramenta para as mulheres:
“Estamos muito animadas com mais esse recurso para combater a violência de gênero. Tenho certeza de que o site vai ajudar a salvar vidas e a mudar a realidade de tantas mulheres que precisam de informação, apoio qualificado e de segurança. Desde 2021, um milhão de pessoas já tiveram suas vidas alcançadas pelo nosso trabalho e vamos continuar lutando até que o Rio seja uma cidade referência no combate à violência contra a mulher e na equidade de gênero”.
As perguntas são genéricas e formuladas para abranger diferentes realidades, ajudando a mulher a identificar se está sofrendo violência moral, psicológica, patrimonial, física, sexual ou se corre risco de feminicídio. O questionário foi desenvolvido pela secretaria com base nos atendimentos já realizados, na expertise das profissionais e no cruzamento de dados do município.
Apesar de ser um site, todo o formato é compatível ao celular e pensando para quem acessa a partir desse aparelho. A decisão do formato em url e não em aplicativo, que precisa ser baixado, também é estratégica e visa à proteção de quem vai acessá-lo. O objetivo é que a mulher – ou alguém próximo – compreenda que a violência de gênero vai além da agressão física e saiba como buscar ajuda. Além disso, a plataforma apresenta um resumo dos programas de capacitação disponíveis, incluindo apoio financeiro, psicológico, cursos e orientação jurídica.
O lançamento será antes do Carnaval, período em que os casos de importunação sexual aumentam significativamente. No Brasil, 113 denúncias desse tipo são registradas a cada 24 horas, mas a subnotificação chega a 61%, segundo o Mapa Nacional de Violência de Gênero (Senado, 2024). “As mulheres da nossa cidade, as trabalhadoras que estarão nas ruas para ganhar o seu sustento, as turistas, todas têm o direito de aproveitar o Carnaval, de se divertir, sem violência. A nossa secretaria, que é a maior do Brasil em políticas públicas, estará trabalhando para conscientizar as pessoas e agir com rapidez e eficiência em casos de assédio, de abuso ou de violência. O site, inclusive, será mais uma ferramenta importante nessa luta”, enfatizou a secretária.
De 2021 a 2024 a cidade do Rio registrou 155 feminicídios (informação do Instituto de Segurança Pública – ISP). Também, no mesmo período, cerca de 65 mil atendimentos a mulheres em situação de violência foram feitos pela secretaria. Nacionalmente, uma mulher é assassinada a cada seis horas, e 63% das vítimas são negras, de acordo com o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
O projeto foi desenvolvido pela Secretaria da Mulher com apoio da Central de Inteligência, Vigilância e Tecnologia em Apoio à Segurança Pública (CIVITAS) e da Empresa Municipal de Informática (IplanRio), responsáveis pelo cruzamento de dados e desenvolvimento tecnológico da plataforma. A CIVITAS atua no suporte às forças de segurança, utilizando dados e inteligência para fortalecer políticas públicas, incluindo ações de combate à violência de gênero. Já a IplanRio gerencia as soluções digitais e a unificação de dados, sendo responsável pelo data lake da cidade.