A pacata e escondida Rua Dídimo, localizada na região central do Rio de Janeiro, próxima à Praça da Cruz Vermelha, vem passando por um problema que tem incomodado e, principalmente, preocupado seus moradores e comerciantes.
De acordo com os relatos obtidos com exclusividade pelo DIÁRIO DO RIO, desde que foi inaugurado numa área bem ao lado da referida via, entre 2012 e 2013, o Centro Empresarial Senado, erguido pela construtora WTorre e utilizado pela Petrobras, a Dídimo sofre com riscos estruturais que, caso não haja frequentemente obras de correção, podem acabar causando danos a quem mora e frequenta o local.
Segundo Lyz Silva, síndica do Edifício Berilo, localizado no número 80 da rua, o prédio precisou reparar as janelas dos andares mais altos onde havia risco de quedas de escombros na calçada e, além disso, precisou-se criar um dreno para a passagem de água suja que ainda hoje circula entre as paredes do empreendimento e também do edifício vizinho Água Marinha.
”Não sabemos de onde vem essa água. A construção do Berilo é de 1968, a do Água Marinha de 1969 e, até o início da obra do Edifício Senado, os problemas relatados não ocorriam”, diz ela, complementando que, por nunca terem conseguido contato com a WTorre e tampouco com os proprietários do centro empresarial em questão, os custos de reparo da junta de dilatação que continuam a se abrir e os reparos individuais foram arcados pelo Berilo e o Água Marinha.
Outro ponto importante destacado por Lyz é em relação aos bueiros da Dídimo. De acordo com a síndica, eles precisam ser reparados anualmente, pois, segundo ela, afundam e a rua fica desnivelada de ponta a ponta.
Vale ressaltar que o DIÁRIO DO RIO entrou em contato com a WTorre para comentar o assunto, mas, até o fechamento desta matéria, não obteve resposta. A reportagem será atualizada caso a empresa queira se manifestar (conferir no final do texto).
Revitalização da rua
Paralelamente aos problemas estruturais citados anteriormente, outra questão também pertinente à Dídimo é em relação a um possível ”reavivamento” da rua, digamos assim. Os moradores desejam que ela volte a ser como já foi um dia, isto é, uma área de lazer com segurança tanto para crianças quanto para adultos, além do estímulo ao comércio local.
”Atualmente, isso é praticamente impossível, pois, além de termos problemas com moradores de rua, que tentam ocupar as portas das lojas, sujam as calçadas com os restos de quentinhas e ainda utilizam os espaços entre os carros como banheiro, há também a questão dos assaltos”, diz Lyz.
Vale ressaltar que tanto esse tema quanto o anterior já foram debatidos pelos líderes locais com a Prefeitura do Rio. No último sábado (11/09), o subprefeito do Centro, Leonardo Pavão, esteve na Rua Dídimo conversando com os moradores e comerciantes. O encontro, inclusive, foi elogiado por Lyz Silva.
”O subprefeito foi muito solicito e se dispôs a nos ajudar a entender o que está acontecendo e buscar uma solução. Pediu um prazo para ver o que pode ser feito e disse que logo entraria em contato”, afirma a síndica.
O que diz a Subprefeitura
Procurada pelo DIÁRIO DO RIO para comentar os 2 assuntos citados na reportagem, a Subprefeitura do Centro confirmou o encontro realizado no sábado. Em relação aos problemas estruturais da rua, o órgão informou que ”passou a ocorrência para o corpo técnico avaliar e irá acompanhar de perto o caso”.
Já sobre o possível fechamento da rua para área de lazer, a Subprefeitura disse que o seu trabalho ”é baseado na escuta e diálogo” e que, por isso, ”serão ouvidas todas as solicitações dos moradores para, a partir disso, haver um estudo de quais delas serão viáveis ou trarão melhorias para o local.
”Queremos colaborar para a boa ocupação do espaço público, com área de lazer, atividades culturais e benefícios, por isso esses encontros com moradores das regiões do Centro têm sido recorrentes. Manteremos o diálogo aberto e trabalharemos com a intenção de que a Subprefeitura do Centro seja um local de escuta para todos eles”, complementou o órgão.