Visando um auxílio maior no combate à pandemia do Coronavírus no Complexo da Maré e em Manguinhos, comunidades localizadas na Zona Norte do Rio de Janeiro, a cerca de 10km uma da outra, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou nesta quarta-feira (19/08) o projeto ”Conexão Saúde”, que irá orientar e apoiar a população local com disponibilização de telemedicina e testagem molecular, rastrear quem teve contato com pessoas infectadas e produzir mapas de risco dentro das favelas.
A Fiocruz também ficará responsável por, além de processar as amostras dos testes RT-PCR, capacitar os profissionais envolvidos no projeto, organizar a logística das etapas a serem cumpridas e doar insumos para a realização das coletas e o transporte das amostras para os laboratórios.
Vale ressaltar que o projeto é uma parceria da Fiocruz com a associação Redes da Maré, Conselho Comunitário de Manguinhos, aplicativo Dados do Bem, SAS Brasil e o União Rio, movimento que uniu pessoas e organizações para tentar diminuir os danos causados pela Covid-19 no Rio de Janeiro.
De acordo com Valcler Rangel, coordenador do Conexão Saúde, o projeto tem como objetivo possibilitar um maior acesso dos moradores locais a serviços de saúde durante a pandemia, oferendo atendimentos completos.
”Queremos promover o isolamento seguro, monitorar via telemedicina de maneira articulada com as equipes de saúde da família e internar o paciente quando for necessário. Os dados mostram uma periferização da doença ao longo do tempo. As maiores taxas de mortalidade estão concentradas nas favelas. A população negra tem o maior percentual de óbitos”, disse ele.
Ainda segundo Rangel, uma segunda etapa do projeto prevê que ele possa ser ampliado a outras favelas e periferias como um modelo de intervenção para emergências em saúde pública já testado em nível local.