Um grupo de alunos da Universidade Federal Fluminense (UFF) de Volta Redonda está desenvolvendo um projeto que tem como esforço combater a pobreza menstrual e promover a inclusão social criando produtos menstruais inclusivos para pessoas transgêneros.
Intitulado como Projeto Neutron, o projeto surgiu com a missão de erradicar a pobreza menstrual, especialmente para pessoas transgêneros. A ideia foi criar um produto neutro que atenda a todas as pessoas que menstruam. O objetivo é oferecer shorts absorventes reutilizáveis e sustentáveis a custo acessível ou via doação, que podem ser utilizados por homens trans e pessoas não-binárias que menstruam.
Para além da venda e doação de shorts absorventes, a atuação do projeto promove também a comunicação neutra e a conscientização por meio das redes sociais, a fim de impactar positivamente a comunidade melhorando a saúde e bem-estar de quem menstrua, diminuindo a disforia de gênero e contribuindo para a empregabilidade transgênero ao incluir profissionais trans na administração e linha de produção de projeto.
O projeto é desenvolvido dentro da Enactus, uma organização internacional sem fins lucrativos que visa estimular a liderança jovem e desenvolver projetos de empreendedorismo social, oferecendo suporte, mentoria e oportunidades de participações em editais.
O projeto já foi premiado com o primeiro lugar em duas etapas de desenvolvimento do Programa Pontapé Empreendedor e recentemente ganhou o Prêmio Inspirando Cuidado 2024, da Enactus Brasil em parceria com o Instituto Sabin, que busca fomentar iniciativas com a temática de saúde e bem-estar, alinhadas ao objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 3, da Organização das Nações Unidas (ONU).
O prêmio não só trouxe visibilidade, mas também a oportunidade de participar de outros editais e programas de aceleração, fundamentais para o desenvolvimento e expansão do projeto.
Os testes dos shorts absorventes foram realizados com diferentes públicos, incluindo uma mulher cis e um homem trans. O feedback foi positivo, e destacaram-se o conforto e a funcionalidade do produto. Porém alguns ajustes ainda são necessários para otimizar a produção e facilitar tanto a venda quanto a doação dos shorts
Vale ressaltar que a iniciativa atualmente conta com a ajuda do Programa Estadual Rio Sem LGBTIFOBIA e do Centro de Cidadania LGBTI+ Médio Paraíba, em Volta Redonda, para a captação de público-alvo apto para testes com o produto. O próximo passo almejado pelas líderes do projeto é a contratação de pessoas trans em seus processos de administração e produção.
Estando na terceira fase de desenvolvimento o projeto está se preparando para entrar na sua última fase antes de se tornar um negócio social independente. Os próximos passos incluem finalizar os testes, iniciar a venda dos shorts absorventes, fortalecer a parceria com o Rio Sem LGBTIFOBIA e participar de programas de aceleração.
A Projeção futura para o próximo ano é que o projeto esteja em 4 cidades e sejam produzidos 300 shorts para a doação e venda, evitando o descarte de 576kg de absorventes plásticos no meio ambiente.