Projeto gratuito que trabalha voz de pessoas travestis e trans no Rio chega a 1500 atendimentos

Tratamento é oferecido no Centro de Saúde Veiga de Almeida e engloba exercícios para melhorar força muscular da laringe, variação tonal e sons hiperagudos

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Na semana do Dia do Orgulho LGBTQIA+, o projeto Confirmação Vocal do Público Transgênero registrou a marca de 1500 atendimentos realizados desde o início do programa, em 2016. Criado pelo fonoaudiólogo João Lopes, professor da Universidade Veiga de Almeida (UVA) e doutor em Fonoaudiologia pela PUC-SP, o projeto oferece gratuitamente tratamento para adequação vocal de mulheres e homens trans e travestis à sua identidade de gênero, uma das maiores queixas desse público. Os atendimentos são realizados no Centro de Saúde Veiga de Almeida (CSVA), na Praça da Bandeira, no Rio de Janeiro.

Acreditamos que a adequação facilita a entrada dessas pessoas no mercado de trabalho. Essa foi uma de nossas grandes motivações ao criar o projeto, além de podermos contribuir para que essa população deixe de ser marginalizada pela sociedade. Além do tratamento, damos acolhimento e atenção”, explica João Lopes.

Os tratamentos são realizados por um grupo de estagiários do curso de Fonoaudiologia da UVA, sob supervisão e coordenação de Lopes, e englobam exercícios para melhorar a força muscular da laringe, a variação tonal (que pode ser do grave para agudo), os sons hiperagudos (no caso das mulheres trans), entre outros. Ao todo, cerca de 100 pessoas já foram atendidas, sendo que 70% do público são mulheres trans. Geralmente, em 15 encontros a voz já está adequada à identidade de gênero da pessoa. A recomendação é que o paciente seja atendido por pelo menos um semestre.
 

O projeto extrapolou os limites do curso de Fonoaudiologia da UVA e hoje também conta com a parceria de outros cursos da Veiga. Além do tratamento fonoaudiológico, as pessoas trans e travesti atendidas também podem ter acesso a serviços de Psicologia, Enfermagem e Nutrição da universidade a preços populares.

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No país que mais mata pessoas trans e travestis, iniciativas como essa ajudam a dar, literalmente, voz e visibilidade a uma parcela da população que tanto precisa. “É preciso romper esse ciclo de violência e marginalização. No primeiro momento, percebemos que os pacientes vêm acuados, mas logo veem no projeto um espaço de acolhimento. Os relatos que recebemos depois são de gratidão pelo atendimento e pela possibilidade terem suas vidas transformadas através da voz. ‘Agora meu namorado não tem mais vergonha de me assumir diante dos amigos’, ‘agora eu consegui casar’. Precisamos de mais profissionais da Fonoaudiologia que façam esse tipo de trabalho no Brasil”, finaliza o professor da UVA.

Mais informações sobre o tratamento podem ser obtidas pelos canais do CSVA: (21) 3725-6200, (21) 99583-5274 (WhatsApp) ou presencialmente na própria unidade, localizada na Praça da Bandeira, 149 — Tijuca.

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