Projeto prevê o tombamento de prédio no terreno da Fábrica de Cartuchos de Realengo

Proposta do vereador Lindbergh Faria (PT) quer tombar imóvel que integra o histórico complexo da Fábrica de Cartuchos de Realengo

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Fábrica de Cartuchos de Realengo (Foto: Reprodução)

Um Projeto de Lei apresentado na Câmara Municipal pelo vereador Lindbergh Faria (PT) pede o tombamento de um imóvel situado no número 343 da Rua Professor Carlos Wenceslau, onde funcionava a Fábrica de Cartuchos de Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, para fins históricos e culturais da cidade.

A medida prevê também que o prédio poderá sofrer modificações e inclusive ser ‘destombado’ para a criação de um parque público, que se chamaria “Parque Municipal de Realengo – Realengo Verde 100%”.

O parlamentar pondera que a iniciativa não se faria necessária, caso a Lei 1962/1993 – de autoria dos vereadores Laura Carneiro, Tulio Simões, Maurício Azedo, Mário Dias e Adílson Pires, tivesse sido acatada pelo Poder Executivo. Isso porque a Lei tomba o prédio da Fábrica de Cartuchos de Realengo, por seu valor histórico e arquitetônico, “e os bens de seu entorno que integrem o mesmo conjunto arquitetônico e paisagístico”.

Entretanto, apenas o prédio centenário foi efetivamente tombado, contrariando determinação legal.

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O espaço serviu para produção de pólvora e de cartuchos para o Exército. Em suas imediações também funcionou, entre 1913 e 1944, a Escola Militar, até ser transferida para o município de Resende, passando a se chamar Academia Militar das Agulhas Negras.

A extensa área em que a Fábrica de Cartuchos continuou operando até 1977, com cerca de 14,5 hectares, constitui um único conjunto arquitetônico, paisagístico, e também cultural, haja vista que permanece na memória afetiva dos moradores.

O texto da proposta justifica o Projeto de Lei, citando a importância histórica da Fábrica de Cartuchos de Realengo para a atual configuração do bairro. A construção do empreendimento teve início em 1874, em cerimônia que contou com a presença de D. Pedro II, quando foi assentada a pedra fundamental para o novo Arsenal de Guerra da Corte.

Após a extinção da Fábrica, a área restou abandonada por décadas. A gleba original sofreu alguns desmembramentos. Em 1983, o primeiro deu lugar a um empreendimento residencial, denominado Park Real , totalizando 432 unidades distribuídas em 6 blocos, promovido pela Fundação Habitacional do Exército. Posteriormente, foram edificados na área o Colégio Pedro II e o Instituto Federal do Rio de Janeiro.

O vereador ressalta que esta é a única área verde de Realengo, o quarto bairro mais populoso do Município, onde residem 180.123 pessoas. Por isso, movimentos comunitários e ambientalistas lutam há anos pela transformação de toda a área em um parque. O Projeto de Lei 709/2018, de autoria do Vereador Reimont, foi apresentado com este intuito, ao instituir o lote como Área de Relevante Interesse Ecológico.

A despeito do pleito da comunidade local, a pressão imobiliária tem sido crescente, evidenciando a necessidade de proteção ainda mais aguda, como o tombamento.

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3 COMENTÁRIOS

  1. Não sei que área verde o Thales se refere. Qual parque em Realengo disponível próximo do centro do bairro e pode fornecer um respiro no meio do concreto?

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