PUC-Rio faz análises gratuitas de água para detectar urânio em excesso

O urânio é classificado pelo Ministério da Saúde como um metal pesado e em doses altas pode causar malefícios ao organismo humano

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PUC - Rio | Foto: Fernando Frazão

O Departamento de Química do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio) está disponibilizando à população local análise gratuita da água. O motivo da ação foi a presença de elevado teor de urânio em poços artesianos profundos da região serrana do estado do Rio. O urânio é classificado pelo Ministério da Saúde como um metal pesado e em doses altas pode causar os mesmos malefícios ao organismo humano que o chumbo, ao se acumular, em especial, no fígado e nos rins, como por exemplo, câncer.

Em entrevista à Agência Brasil, o professor do departamento José Marcus Godoy, idealizador do projeto, afirmou que tem feito palestras para os moradores da região serrana, mas que sente dificuldade em alcançar essas pessoas. Segundo ele, existe uma tendência quase natural de as pessoas negarem algum problema potencial. 

Foi pensando nisso que o projeto Poços da Serra, liderado pelo Laboratório de Águas (LabAguas) do Departamento de Química, criou, em parceria com o Departamento de Informática do CTC/PUC-Rio, um aplicativo para Android e um site chamados Poços da Serra, onde os moradores podem se cadastrar para receber os kits e as instruções para coleta e envio das amostras de água para análise.

A estimativa é que os resultados saiam em 15 dias e sejam enviados aos habitantes da região por e-mail, visando evitar deslocamentos desnecessários durante a pandemia do novo coronavírus.

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O professor ressaltou ainda que quer sensibilizar os moradores da região serrana para esse problema. Ele conta que para ter acesso à testagem gratuita, a pessoa precisa ser dos municípios da região serrana e ter poços profundos de mais de 80 metros, pois poços mais rasos e minas d’água não apresentam esse problema.

Desenvolvido com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), o projeto encontrou taxas de urânio 30 vezes mais altas do que o normal em amostras de água de poços profundos desde o pé da serra de Magé até os municípios de Petrópolis, Teresópolis, São José do Vale do Rio Preto, entre outros e, inclusive, na fronteira do estado com o município mineiro de Simão Pereira.

Desde 2018, o LabAguas vem avaliando a radioatividade em águas subterrâneas dessa região. A quantidade de urânio encontrada já alcançou até 930 microgramas por litro d’água. O limite, segundo a legislação brasileira, que segue as recomendações da Organização Mundial da Saúde, é de apenas 30 microgramas por litro d’água.

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