Não é atoa que nos perguntamos para que serve a ALERJ, o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro divulgou quanto cada um dos 10 deputados estaduais com mandado de prisão expedidos hoje (os 7 que foram presos, mais os 3 que já estão presos) ganhavam por mÊs no chamado Mensalinho da ALERJ. O ex-presidente da Assembleia, Paulo Melo, recebia incríveis R$ 900 mil por mês:
- André Correa (DEM): R$ 100 mil/mês
- Edson Albertassi (MDB): R$ 80 mil/mês + R$ 1 milhão
- Chiquinho da Mangueira (PSC): mais de R$ 3 milhões
- Coronel Jairo (SD): R$ 50 mil/mês + prêmio
- Jorge Picciani (MDB): R$ 400 mil/mês + prêmio
- Luiz Martins (PDT): R$ 80 mil/mês + R$ 1,2 milhão
- Marcelo Simão (PP): R$ 20 mil/mês
- Marcos Abrahão (Avante): R$ 80 mil/mês + R$ 1,5 milhão
- Marcus Vinicius “Neskau” (PTB): R$ 50 mil/mês
- Paulo Melo (MDB): R$ 900 mil/mês + prêmio
As investigações, que incluem relatos de colaboradores corroborados por provas independentes colhidas pelo MPF e pela PF, apontaram que o “mensalinho” e “prêmios” (veram pagos a deputados como contrapartida por votos em favor de projetos de lei de interesse da organização e por atuações contra o avanço de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), entre outros serviços. Os “mensalinhos” foram confirmados num sistema dos doleiros “Juca Bala” e “Tony”, que permitiu identificar data, valor e recebedor de quantias intermediadas por Carlos Miranda, um operador de Cabral.
Com seus relatórios de inteligência financeira, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) deu suporte às conclusões dos investigadores, pois identificou movimentações atípicas e em quantias muito altas envolvendo recebedores de propina.
“As investigações contam uma história: a de como o ex-governador neutralizou, com propina e outras vantagens ilícitas, o controle que os deputados estaduais deveriam exercer sobre o Executivo, e, com isso, a organização criminosa se espalhou por vários órgãos e entidades do estado, provocando o sucateamento dos serviços prestados à população”, afirmam os procuradores Andréa Bayão, Carlos Aguiar e José Augusto Vagos (MPF/2ª Região) e Leandro Mitidieri e Renata Ribeiro Baptista (MPF/RJ), autores da petição e que também pediram o afastamento dos deputados de seus cargos.