Quaresma 2025: Um Tempo para Reencontrar o Divino e Cuidar da Casa Comum

O que leva 1, 5 milhões de fiéis a rezarem nas madrugas com Frei Gilson? Você está convidado a esta reaproximação com Deus nesta quaresma.

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Imagem gerada por Inteligência Artificial

A Quaresma chegou. Mais do que um período litúrgico, é um convite. Um chamado suave, mas insistente, para olharmos para dentro e para cima. São 40 dias, entre a quarta feira de cinzas e a Pascoa, que nos lembram que a vida não se resume ao que vemos e tocamos. Há algo maior, algo que nos transcende e, ao mesmo tempo, nos habita. Deus, esse grande amigo, quer se aproximar.

Ele não nos força, mas estende a mão, oferece laços, envia sinais e aguarda, com paciência infinita, a nossa resposta.

Cada um de nós tem uma história única com o Divino. Para alguns, Deus é um refúgio nos momentos de dor. Para outros, uma presença constante que orienta cada passo. Há aqueles que ainda O buscam, hesitantes, como quem tateia no escuro.

Mas a Quaresma nos lembra que Ele está ali, sempre perto, como esteve com o povo de Israel, guiando, corrigindo, amando. E esse amor não é abstrato. Ele se materializa em gestos concretos: na oração que nos conecta ao céu, na penitência que nos purifica e nas obras de caridade que nos fazem instrumentos desse amor no mundo.

A penitência, muitas vezes mal compreendida, não é um castigo, mas um caminho de libertação. É o arrependimento que nos leva à confissão, ao perdão e à reconciliação. É o jejum que nos ensina a dominar nossos impulsos e a abrir espaço para o essencial. É a mortificação que nos ajuda a forjar a vontade e a buscar um nível mais elevado de vida espiritual. Não se trata de sofrer por sofrer, mas de crescer. De deixar para trás o que nos afasta de Deus e abraçar o que nos aproxima d’Ele.

Neste ano, a Quaresma nos presenteia com exemplos inspiradores. O frei Gilson, um carmelita que usa as redes sociais para pregação motiva milhões a acordarem às quatro da manhã para rezar, é um desses sinais. A madrugada, silenciosa e escura, torna-se um espaço sagrado de encontro com Deus. É como se, na quietude da noite, o coração humano ficasse mais sensível à voz do Divino. Esse fenômeno não é isolado. Em paróquias e grupos de oração, multidões se reúnem para buscar, juntas, um sentido que o mundo não oferece.

Há outros canais de oração, meditação e inspiração, entre católicos e protestantes. E inclusive há uma rica programação em todas as paróquias da arquidiocese. Sugiro ao leitor que busque em sua comunidade e se aproxime das iniciativas locais. Vai se entusiasmar com a caminhada do povo de Deus e com os bons amigos que vai conhecer.
 

Mas a Quaresma não se esgota na introspecção. Ela nos lança para fora, para o mundo. A fé, sem caridade, não tem sentido, nos lembra o Evangelho. E a Igreja do Brasil, através da Campanha da Fraternidade, nos convida a olhar para a nossa casa comum. Com o tema “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema “Deus viu que tudo era muito bom”, somos chamados a refletir sobre o cuidado com a criação. Deus nos confiou um jardim, e nossa missão é preservá-lo, e fazer um bom uso dos dons recebidos.

Cuidar da criação começa com o cuidado de nós mesmos. É preciso olhar para o nosso interior, reconhecer nossas falhas e buscar a conversão. Depois, é preciso estender esse cuidado à comunidade, aos irmãos que sofrem, aos excluídos. Por fim, é preciso olhar para a natureza, para os rios, as florestas, os animais. Tudo foi criado com amor, e tudo merece nosso respeito.

Neste tempo de Quaresma, convido você, cristão ou não, a fazer uma pausa. A se perguntar: como tenho vivido? O que tenho priorizado? Que espaço tenho dado ao Divino em minha vida? Deus não exige perfeição, mas disponibilidade. Ele só quer que demos o primeiro passo. O resto, Ele faz.

Porque Deus é bom. Ele nos amou desde o princípio. E continua nos amando, pacientemente, esperando que voltemos para Ele. Que esta Quaresma seja, para cada um de nós, um tempo de reencontro, de crescimento e de compromisso com a vida, com o próximo e com a criação. Afinal, como Ele mesmo viu, tudo era muito bom. E ainda é.

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