Quase 70% das empresas ficaram inadimplentes no último trimestre, diz pesquisa

42,4% dos empresários do RJ estão devendo aluguel, sendo que no Centro o número em abril pode ter chegado a 75%. Para 83,3% dos comerciantes, a situação econômica se deteriorou mais nos últimos 3 meses.

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Foto Cleomir Tavares/Diário do Rio

Segundo um levantamento do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises, o nível de inadimplência de empresas no Rio chegou a impressionantes 67,3% durante os últimos 3 meses. Dentre esse percentual, 42,8% ficaram inadimplentes com fornecedores e 42,4% não pagaram seu aluguel.

Segundo Wilton Alves, Diretor de Administração de Bens da administradora Sergio Castro Imóveis, a inadimplência de alugueis comerciais bateu recorde em abril: “Até o dia 5 quase 75% dos inquilinos comerciantes da região central ainda não haviam pago seus aluguéis. Dentre eles, muitos que nunca atrasaram, e também algumas grandes redes. A inadimplência dos comerciantes do Centro da Cidade é a mais preocupante. Depois do feriado prolongado decretado pela prefeitura, o número de inadimplentes bateu todos os recordes“. Wilton explicou que mesmo inquilinos que receberam descontos ficaram inadimplentes. “A maioria dos proprietários abriu mão ou adiou o reajuste anual do IGP-M este ano, pois este chegou a bater 30%“, finaliza, lembrando que está tramitando na Câmara Federal um projeto para abolir o uso deste índice no reajuste de aluguéis, e trocá-lo pelo IPCA.

De acordo com os dados divulgados pela Fecomércio-RJ, dentre os 67,3% de comerciantes que se disseram inadimplentes, um percentual de 23,7% se diz muito inadimplente. Por outro lado, 32,7% de todos os comerciantes do Rio declararam aos pesquisadores que suas contas se encontram absolutamente em dia.

Quanto à situação das empresas fluminenses no último trimestre, 31,5% disseram que ela piorou e 51,8% afirmaram que piorou muito, totalizando 83,3%. Entre os empresários que mencionaram a piora, 95,7% creditam a piora ao agravamento da pandemia.

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Um total de 65,6% têm a intenção de buscar novas linhas de crédito junto a alguma instituição financeira, caso haja a possibilidade. Os principais motivos citados para a necessidade de capital foram para uso como capital de giro (49,2%), formação de estoque (28,9%), refinanciamento de dívidas (28,9%), despesas correntes (luz, telefone, etc), dívidas com fornecedores (26,2%), tributos (municipais/estaduais/federais) (21,1%), dívidas de aluguel (19,1%) e folha de pagamento (15,2%). Vale destacar que, na justificativa, 79,3% mencionaram mais de um motivo.

A pesquisa foi realizada pelo IFec RJ – Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises com empresários do Estado do Rio de Janeiro, entre os dias 1 e 4 de abril.

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