Quem será o candidato a vice-governador de Cláudio Castro em 2022?

A eleição de Márcio Pacheco como novo Conselheiro do TCE-RJ foi uma grande demonstração de força do governador Cláudio Castro (PL). Ele teve de lutar contra Washington Reis (MDB), o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e outras forças políticas para fazer cumprir sua promessa política a Pacheco. Ou seja, saiu maior do que entrou.

Política é basicamente formada de imagens… Se o DIÁRIO DO RIO o chamava de Claudicante Castro, aos poucos esta imagem de Castro foi sendo modificada. Seja por suas ações, seja por uma comunicação bem azeitada e prestativa. Isso se reflete em sua pré-campanha em 2022: obviamente não está conseguindo fazer a mesma sopa de letrinhas que elegeu Pezão em 2014, até porque a legislação eleitoral mudou, mas o trabalho da equipe tem mantido uma coalização inimaginável.

Então se parte para a principal pergunta: quem será o candidato a vice do principal candidato de 2022? Especialmente porque Castro não precisará sair para a reeleição, e dizem que pode deixar o mandado em 2026 para ser candidato ao Senado ou mesmo a deputado federal… há quem fale presidente, besteira. Isso deixa um vice-governador com chances grandes de ser candidato em 2026 e com a máquina do governo, ou abre mão para a escolha de um candidato que não se interesse em tentar a governadoria. Uma decisão difícil, talvez por isso não tenha sido tomada até agora.

Quais poderiam ser os nomes? Nas bolsas de apostas circulam estes:

Washington Reis (MDB)

O ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, era o favoritíssimo, para ser o vice. Até segunda-feira, e Castro decidir entrar em jogo para colocar Pacheco no TCE, tratorando o irmão de Washington, o deputado estadual Rosenverg Reis. Com apenas 9 votos acabou mostrando um sinal de fraqueza de Reis, que vem pontuando mal nas pesquisas para o Senado, com menos de 4%.

Ele nunca foi o preferido dos mais próximos a Claudio Castro, afinal, Washington não é conhecido por sua lealdade política, traiu a todos que pode. Por outro lado, como vice se tornaria um candidato natural à sucessão e com a máquina do governo e ainda tem contra um processo que poderia inviabilizar a chapa. Nada disso ajuda a conseguir aliados

Apesar disso tudo e, por incrível que pareça, muitos analistas ainda o consideram o nome favoritos nas casas de apostas para vice de Cláudio Castro.

Dr. Luizinho (PP)

O poderoso deputado federal Dr. Luzinho (PP), que hoje tem o controle do partido que tem a eminência parda de Francisco Dornelles, tem surgido forte na boca de alguns. Ele, que chegou a ser cotado para ser ministro da Saúde, teria todos os requisitos para ser vice: boa base, votos, lealdade, mas faltaria a vontade de ficar em um cargo honorífico como de vice-governador, especialmente sabendo que em Brasília voos maiores o aguardam.

Com 46 anos, ele está em seu 1º mandato como deputado federal e já está no alto clero do Planalto. Inclusive, independente do Presidente, ele já é um ministeriável. Também deve ser um dos puxadores de votos do Progressistas no Rio de Janeiro, e atualmente deputado federal significa tempo de Tv e fundo partidário, coisas que têm de ser levadas em conta em qualquer decisão política.

Marcelo Queiroz (PP)

Outro nome ventilado entre o Progressistas é do ex-secretário de Agricultura e Causas Animais, Marcelo Queiroz (PP), apelidado de Lorde do PP. Figura muito querida na política fluminense, ele teria a capacidade de somar à imagem de Claudio Castro, já que sua imagem é de administrador, é mestre em economia pelo Ibmec, e a defesa da causa pet tem sido uma máquina de votos atualmente. Também ajudaria a boa relação que mantém com ex-chefes, como Eduardo Paes (PSD) e Marcelo Crivella (Republicanos), dos quais foi secretário, e uma amizade familiar com os Maias. Além disso o voto de opinião na capital, onde cresceu politicamente.

Queiroz também é conhecido por sua lealdade e não deveria ser um empecilho para 2026, mesmo como governador, em caso de saída de Castro para concorrer para outro cargo. Só isso já garantiria vários pontos a seu favor para uma candidatura a vice-governador.

Romário (PL)

O ex-jogador Romário (PL) insiste em tentar a reeleição ao Senado, mas não deve ser um jogo fácil e tem encontrado concorrentes difíceis pela frente. Inclusive, o próprio governador dá sinais de que prefere o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), a Romário. O presidente Jair Bolsonaro (PL) também já disse que o Baixinho está na cota do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto.

Caso a situação chegue em um ponto que Castro precise ceder a vaga de Senador, o PL pode bater o pé e dar a Romário a vice-governadoria. Não que ele fosse somar votos, não somaria, poderia até retirar se viesse à tona que Castro poderia renunciar para ser candidato em 2026. Mas seria uma forma honrosa para o Senador, isso se ele não for convencido a vir deputado federal e ajudar a formar uma bancada maior para o PL… voto para isso tem.

Vinicius Farah (União Brasil)

O ex-prefeito de Três Rios, Vinicius Farah (União Brasil), foi um dos melhores secretários deste mandato de Claudio Castro, a frente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Foi muito elogiado por empresários fluminenses, políticos e pessoas que conheceram seu trabalho. Também foi um prefeito elogiado, ganhando prêmios de prefeito empreendedor algumas vezes. Tudo isso o qualifica para voos mais altos do que de deputado federal, o qual tenta novamente em 2022.

Seu nome chegou a circular em uma lista de nomes que o grupo de Claudio Castro desejaria de vices do União Brasil, mas as lideranças do partido recusaram. O motivo era óbvio, Farah está no UB, mas não faz parte do grupo de decisão e esse seria seu maior empecilho para que possa ser candidato a vice. Além disso o partido tem Anthony Garotinho, que tem mantido sua pré-candidatura a governador.

Rosângela Gomes (Republicanos)

Mulher, negra e da Baixada, este combo poderia garantir a deputada federal Rosângela Gomes (Republicanos) uma vaga como vice de Cláudio Castro). Tem mais de 20 anos de política, foi vereadora de Nova Iguaçu de 2001 até 2010, depois deputada estadual e desde 2015 ocupa uma cadeira de deputada federal. Também é pós-graduada em Políticas Públicas e Direito Público pela Iuperj, um currículo invejável.

Contra, tem o peso da rejeição da Igreja Universal do Reino de Deus e que, sem dúvidas, Marcelo Freixo (PSB) aproveitaria muito em sua campanha a comparando com a gestão de Marcelo Crivella (Republicanos), o que poderia tirar preciosos votos. E tendo mais de 63 mil votos na última eleição, não é um nome que se pode tirar da balança quando se pensa em fundo partidário, especialmente se Crivella não vier candidato a federal e preferir proporcional.

Pedro Paulo (PSD)

Dizem que se Eduardo Paes (PSD) acordar de seu sonho de uma noite de verão, ou no caso de eleição, e desistir de lançar Felipe Santa Cruz (PSD) como candidato a governador, jogando o fundo partidário nos candidatos ao parlamento, possa fechar uma aliança com Cláudio Castro. Sendo um dos políticos mais importantes do Rio de Janeiro, é de se esperar que indique uma das vagas mais importantes da chapa, e se não abrem mão do Senado com Romário, pode ser a vice-governadoria com o deputado federal Pedro Paulo (PSD), braço direito e amigo de décadas de Paes.

Dizem que no entorno de Paes é o que todos desejam, Santa Cruz não os empolgam. E se é verdade que Paes realmente quer tentar vir governador em 2026 nem Pedro Paulo seriam empecilho a essa tentativa. Mas, para isso, caberia ao prefeito do Rio um pouco de razão e nele fala mais alto a emoção.

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