Passados 10 meses que assumiu seu mandato, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, parece que ainda está em campanha. No lugar da tradicional diminuição de expectativas, Witzel só faz aumentá-las a cada dia que passa e até agora não mostrou ao que veio.
Apesar dos bons resultados em segurança pública, aos quais o DIÁRIO DO RIO já defendeu em editorial, os mesmos ainda não podem ser vistos em outras promessas de Witzel, que não saem do papel. O maior exemplo é a ida do Sambódromo da Prefeitura para o Estado, ao qual foi feito um verdadeiro carnaval, e, no final, manteve-se com o município do Rio de Janeiro.
Agora é a amalucada ideia de trazer a Disney para o Rio de Janeiro, o que não está nos planos da empresa e dificilmente entrará. A EuroDisney não foi exatamente um sucesso, uma no Brasil também poderia seguir o mesmo caminho de outros parques temáticos como a Terra Encantada. Ele ganha pontos pela vontade, mas pés no chão sempre são bons para um governante.
Na defesa da ética, que foi um de seus motes na campanha, também deu um passo atrás e nomeou como Chefe da Casa Civil um enrolado com a Justiça, o ex-deputado André Moura. Apenas para agradar o presidente de seu partido, o PSC, Pastor Everaldo. Moura pode ter todas as qualidades para o cargo, mas não para quem é um ex-juiz e diz não ter conversa com criminosos.
E, na política, desejando ser candidato a presidente em 2022, tem metido os pés pelas mãos. Se distanciou da maior bancada da ALERJ, o PSL, partido de Jair Bolsonaro. Ainda rompeu com o senador Flávio Bolsonaro, e não é exatamente próximo dos outros senadores, Arolde de Oliveira (PSD) e Romário (Podemos). Além disso, não garantiu o apoio de outros partidos na ALERJ, e quando vê algum deputado se aproximando de Dória, que também quer ser presidente, fica enciumado. Sem necessidade, Witzel já se distanciou de Bolsonaro, Crivella e aos poucos dos representantes do Rio em Brasília.
Até agora, o governador já falou muito, deu muito discurso, mas não houve ação concreta em nenhuma pasta. Boa vontade? Sim, como podemos ver na Segurança e no Turismo. Mas as outras áreas estão, por assim dizer, apenas na promessa.