Quintino: Por uma Praça XV viva

Não basta devolver a beleza arquitetônica da Praça XV mas é preciso que ela seja viva e com uso diário pelos cariocas e turistas

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Dia chuvoso na região central do Rio de Janeiro - Foto: Rafa Pereira/Diário do Rio

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, pediu a demolição do antigo anexo da Alerj na Praça XV. Para Paes a demolição do prédio, que hoje pertence ao Governo do Estado, e sua definitiva retirada da paisagem do Centro Histórico, destacaria a arquitetura da região, que merece ser mais valorizada. O edifício é feio, sem estilo e se encontra em péssimo estado de conservação. Livrar-nos dele se assemelha ao positivo impacto da esperada – e absolutamente benfazeja – implosão da Perimetral, feita em mandato anterior do mesmo prefeito.

A demolição da perimetral reconectou a cidade com o mar, deu nova vida à região histórica onde um dia existiu o Hotel Pharoux, e à doca através da qual, em 1808, a família real portuguesa chegou a nosso país, para transformá-lo na única capital americana de um império europeu, o que gerou desenvolvimento e ajudou a construir o brasil-país, no lugar do brasil-colônia. O Boulevard Olímpio e toda aquela região são perfeitos para a realização de grandes eventos e para o lazer da população em geral.

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Os quiosques que o Prefeito Pereira Passos lutou para destruir em toda a cidade. Sua arquitetura era bem bonita, embora na época eram focos de falta de higiene e até vetores de doenças. Hoje em dia, poderiam ter maior diâmetro e ser concedidos a comerciantes do entorno, que ficariam responsáveis pela limpeza e pelo serviço às mesas.

Mas adianta apenas a demolição do prédio horroroso? Hoje, a Praça XV – ou Largo do Paço – não passa de um local de passagem para quem pega as Barcas ou o VLT, roteiro para pessoas que gostam de fazer passeios históricos, e sede da famosa feirinha de antiguidades da Praça XV. Tem um ou outro skatista por ali, mas de resto a praça não tem muita vida e está praticamente morta, embora praticamente todas as edificações em seu redor estejam lindamente restauradas – à exceção da semi-abandonada sede do IBAMA, com sua fachada morta, e do próprio edifício que – esperançosamente – será implodido. Mais um lindo Largo destes espalhados pela cidade, sem uso pelos cariocas ou turistas?

A sede do DIÁRIO DO RIO será ali, no Arco do Teles, logo frequento a Praça XV quase que diariamente. Tomo sempre um gostoso café ali na Tabacaria Africana, que acaba ficando apertada já que suas mesas e cadeiras só podem ser usadas no pequeno trecho em frente. De resto, não há mais nada de comércio na frente do antigo Largo do Paço Imperial, nada, simplesmente nada. O local poderia fervilhar em quiosques construídos à moda daqueles que Pereira Passos destruiu, mesinhas, cadeiras, vida…

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Se frequentarmos praças de outros países, elas têm muita vida, os bares espalham suas mesas por elas, as pessoas tomam seus cafés, escutam música, conversam, se divertem e andam por ela; músicos, eventos em geral ocupam-nas. Por que não fazer um teste na Praça XV? Nada de acabar com a beleza arquitetônica dela, mas aproveitar que – há séculos – há lojas defronte. O próprio Paço Imperial tem um restaurante e um café que poderia aproveitar a frente mais próxima do prédio.

Do lado do Arco do Teles a mesma coisa, várias lojas vazias que poderiam ser alugadas caso houvesse essa liberação. Quem não gostaria de sentar-se e conversar ali no mesmo lugar onde Dom Pedro I – e tantas outras personalidades – caminhou? É parte da história do Rio e do Brasil. O monumento a General Osório também precisaria ser novamente restaurado – no desgoverno anterior, teve praticamente toda sua estrutura vandalizada: grades sumiram, bolas de canhão desapareceram, a espada foi furtada e até pedaços menores do monumento forram arrancadas por carnudos a serviço dos ferros velhos ilegais que pululam pela cidade.

Para tudo isso é necessário segurança e hoje já existe o Segurança Presente do Centro, que ajuda muito. Talvez a volta do uso original da Guarda Municipal já ajudaria. Precisamos reconquistar o espaço público, e a oportunidade é esta.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Realmente é uma boa idéia implodir o velho anexo da ALERJ, e com ele espero que sejam implodidos também todos os funcionários fantasmas, as indicações políticas para cargos, as rachadinhas e tudo de ruim que essa ALERJ nos brinda todos os mandatos em nome da democracia.

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