Quintino: Últimos movimentos podem garantir Claudio Castro no 2o turno

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Foto: Rogério Santana

Já disse aqui no DIÁRIO DO RIO e volto a repetir a célebre frase do ex-governador de Minas Gerais, “Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou.” Isso vale para as eleições 2022 e a tentativa de reeleição do governador Claudio Castro. Se há algumas semanas parecia impraticável, com o novo governador em 6º na pesquisa LabPop, sua ida para o PL muda completamente o cenário.

Uma recente pesquisa a que tive acesso, com um número menor de candidatos, já coloca Castro em 2º lugar. Há diferença pequena entre ele e 3º e 4º colocados, mas quando se trata de intenção de voto de quem efetivamente declara conhecer o governador, ele tem uma taxa de intenção de voto realmente alta. E, apesar de ser nosso governador, Claudio Castro ainda é um grande desconhecido da esmagadora maioria dos fluminenses. Isso significa também baixa rejeição e grande potencial de crescimento.

A ida de Castro para o PL, por maiores que sejam meus poréns com o partido, ajuda a matar a freqüente traição dos prefeitos do interior do Rio de Janeiro. Um exemplo é garantir a presença em seu palanque do prefeito de Miguel Pereira, André Pereira, que tem taxa de aprovação altíssima na região, sendo um cabo eleitoral fortíssimo. E em uma região que o governador certamente pode ter problemas, a Baixada, garante o apoio do prefeito de Mesquita, Jorge Miranda, do PL.

Os maiores riscos, aliás, devem estar exatamente na Baixada: o prefeito de Caxias Washington Reis (MDB) e o prefeito de Belford Roxo Waguinho (MDB), são máquinas de voto. Tudo indica que o 1º deve apoiar Claudio Castro, mas quer vir candidato a Senador e dificilmente se elegeria. Se fosse Waguinho em seu lugar, haveria alguma chance. Aí cabe a quem for coordenar a campanha conseguir controlar os egos de tantos caciques locais.

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Mas não é exatamente um céu de brigadeiro, apesar das chances terem aumentado consideravelmente. A equipe da campanha de reeleição do governador tem de saber o que fará com o grupo de Eduardo Paes, que não será candidato, e de Rodrigo Maia, que tentará a reeleição a federal. Eles não têm um nome para governador, a não ser o de Felipe Santa Cruz, que ninguém leva muita fé; dizem que nem eles mesmos, nos bastidores. Começar mal na capital poderia tirar preciosos votos, inclusive o nome de Cesar Maia como vice de Freixo, pode fazer com que a eterna antipatia à candidatura de Freixo caia bastante. E isso leva em conta que o atual líder Psolista iria para o PT, tendo um tempo eleitoral gigante, e uma capilaridade por todo o estado, em que pese estejamos vendo seguidamente a eleição de candidatos com tempos eleitorais ínfimos. A TV perdeu relevância e todos têm que se centrar no online – espera-se que o time do governador saiba disso.

E se não for Freixo, o PT poderia lançar até mesmo André Ceciliano, atual presidente da Alerj. Ele como candidato poderia atrapalhar bastante a candidatura do governador pois Ceciliano é muito querido pela maioria de seus colegas. Seria uma bomba a se desarmar, mas também há quem diga que ele está muito feliz com sua cadeira atual.

Ainda tem uma aventada candidatura de Rogério Lisboa (PP), partido que faz parte da base do governo Castro; este provavelmente teria de trocar de partido para concorrer. Só que atualmente ele tem problemas maiores e sua candidatura pode ser cassada pelo TSE: há um pedido da Procuradoria Geral Eleitoral. Lisboa foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RJ) por captação e gastos ilícitos de recursos e uso indevido de meios de comunicação na campanha de 2016.

O outro nome forte vem de Niterói: Rodrigo Neves (PDT), que servirá de palanque para a candidatura presidencial de Ciro Gomes, e pode até representar uma espécie de terceira via. Deve acabar por dividir votos com Freixo, e sendo assim acaba não prejudicando, no futuro, Castro.

Tudo parece que começou a caminhar bem para o atual governador, mas ainda há uma estrada longa a ser percorrida, sem contar que outro nome pode surgir no futuro, e ainda não sabemos quem o “rei do interior”, o ex-governador Anthony Garotinho, vai apoiar.

Castro não tem nenhuma grande mancha ética em seu currículo, e nem essa deverá ser uma grande questão em 2022, como foi em 2018. Lula e Bolsonaro são os principais candidatos a presidente, e não parecem ser nenhum grande exemplo emblemático de honestidade ou de ética na política, por mais que seus apoiadores digam, eternamente, o contrário.

O que caberá ao governador? Ele vem muito bem na questão da segurança, com o bom exemplo dado no caso do Jacarezinho, sem cair na armadilha louca de tentar chamar de chacina o que era uma operação policial movida a 10 meses de inteligência. Além disso se colocou como o anti-Freixo, uma estratégia perfeita para o eleitorado conservador, que engloba mais de 20% dos fluminenses. Se continuar com uma boa política de segurança pública, evitar trocar bons nomes do secretariado e não se meter em confusões desnecessárias como seu antecessor, Claudio Castro deverá estar no segundo turno.

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