Na manhã desta terça-feira (12/04), a badalada startup – ou imobiliária virtual – de compra e aluguel de imóveis QuintoAndar fez um grande corte de funcionários: internamente, fala-se que até 20% do quadro de 4 mil funcionários, ou seja, cerca de 800 pessoas, teriam sido demitidas. Segundo o jornal “Estadão“, as demissões afetaram todas as áreas da empresa, como tecnologia, marketing e recursos humanos.
Ainda de acordo com o jornal, todas as contratações da empresa foram congeladas há duas semanas, o que aumentou e ajudou a escalar o grande clima de tensão entre os funcionários. Antes disso, a empresa já havia mudado o plano de saúde dos empregados, abandonando a cobertura integral pelo modelo de coparticipação, diminuindo assim seus benefícios.
A empresa admitiu os cortes, mas não confirmou os números. Ao Estadão, enviou a seguinte nota: “Como parte dos nossos ciclos internos de eficiência e de uma empresa em constante evolução, frequentemente fazemos ajustes em como nos organizamos internamente e, em alguns casos, no dimensionamento das equipes. Não comentamos publicamente sobre essas mudanças por se tratarem de ajustes de percurso que todas empresas fazem de tempos em tempos e, também, para preservar as nossas pessoas“.
De acordo com a apuração do Estadão, um dos motivos para a reestruturação seria o fraco desempenho da plataforma de compra e venda de imóveis, diante do cenário de crise econômica e alta dos juros. A companhia nega e afirma que, no primeiro trimestre deste ano, a plataforma de comercialização de imóveis cresceu 30% em relação ao quatro trimestre do ano passado.
A empresa ficou conhecida por oferecer prêmios incomuns a corretores de imóveis e pessoas que indiquem imóveis para a plataforma. Chega a fazer pagamentos aos profissionais autônomos por cada visita e por cada indicação de imóvel, além da comissão a que tais profissionais sempre têm direito. A imobiliária, que arrecadou milhões de reais no mercado financeiro, paga 700 reais por cada indicação de imóvel publicado. Oferece também prêmios a porteiros. Segundo especialistas, pagar por visita é um movimento arrojado, pois não há como garantir que quem visite o imóvel seja efetivamente interessado. “Eles sabem disso; mas querem inflar a base pra demonstrar que fazem milhares de visitas, e isso facilita vender investimento no negócio a investidores“, disse um conhecido dirigente de empresa do ramo. Para ele, a premiação faz parte do negócio de corretagem de imóveis, mas com critérios mais controláveis. A empresa tem feito disparos de WhatsApp para corretores de imobiliárias tradicionais no Rio:
“Temos novidades: Olá! Você sabia que qualquer corretor pode captar imóveis para o QuintoAndar e ganhar até R$700 na publicação e até 17% na venda? Campanha válida até 30/04 para bairros selecionados do Rio de Janeiro. Confira as regras e link para inscrição em: https://quin.to/campanha-RJ Dúvidas via whatsapp (11) 4020-1917”, enviaram recentemente para centenas de corretores.
No começo do ano, a startup investiu grandemente em publicidade e se tornou um dos principais patrocinadores do reality show Big Brother Brasil 22. O programa da TV Globo tinha cotas entre R$ 12 milhões e R$ 92 milhões. Além disso, é grande anunciante de publicidade online e mídia programática, inclusive no Rio de Janeiro, além de seguir o exemplo das maiores imobiliárias tradicionais e por vezes publicar anúncios nos jornais impressos.
A empresa tem nota boa no Reclame Aqui, apesar do alto número de reclamações. O cliente Anderson fez a reclamação mais recente no famoso site de defesa do consumidor: “A vocês da Quinto Andar deixo o meu pesar, arrependimento, por ter trocado a imobiliária física, onde me vi enganado por vocês, durante 2 anos, onde vocês combinaram coisas comigo e não foram nunca sanadas“, disse, sobre uma situação referente à administração de um imóvel de sua propriedade. Outra cliente, de Garopaba, Santa Catarina, reclamou minutos antes da publicação desta matéria dos procedimentos da empresa na compra de um apartamento: “Fiz a compra de um imóvel e dei um sinal de entrada correspondente a comissão.Já foi retirado da minha conta o valor da vistoria. Desde então luto desesperadamente para que o contrato seja assinado e nada acontece. O financiamento já está liberado no Banco do Brasil apenas aguardando a assinatura.Ninguém se responsabiliza, um passa para o outro e nada acontece. Hoje,depois de inúmeros contatos fui atendida pela quarta pessoa que informou que o contrato ainda levará 1 mês para ser assinado.” Apesar disso, a empresa responde 99,2% das reclamações.
Seus maiores concorrentes no ramo de imobiliárias digitais são a EmCasa e a Loft. Ambas oferecem premiações semelhantes, e têm investido grandemente em publicidade, embora a Loft com mais força. Todavia, segundo grande pesquisa realizada com clientes compradores de imóveis realizada pela Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias – ABRAINC, 48% deles não teve nenhuma experiência digital na compra de imóveis, e para 29% deles sua experiência online se limitou à busca do endereço do imóvel pela internet. Só 22% dos compradores negociaram com corretores através do computador. “30% das nossas ligações de clientes vêm através de anúncios de jornal, e 10% vêm das placas, e cerca de 10% vem de indicações de outros clientes satisfeitos. Os outros 50% são clientes on-line. Mas gostam muito de negociar e conversar cara a cara. Além disso, gostam de falar com quem entende da parte jurídica do negócio“, disse ao DIÁRIO a executiva Lucy Dobbin, Superintendente de Vendas da quase centenária Sergio Castro Imóveis.
“O grande lance de empresas como a nossa é que ela tem rosto, nome, o cliente é atendido por um corretor que também tem nome, entende do que está falando. Numa empresa como essa, tudo é muito impessoal; se der um problema você vai cair num call center; elas sequer têm endereço físico pro cliente ir reclamar. É muito importante a ligação do cliente com o profissional que o atende e deste profissional com a empresa em que trabalha. Aqui a gente acompanha o dia-a-dia de cada negócio, do início, até o fim”, explica André Toledo , Diretor da Block Imóveis, uma referência na Barra e no Recreio.
Josué Madeira, da Lopes Enjoy Imóveis, com seis lojas no Rio, vai mais além no consciente do cliente comprador de imóvel: “A compra de um imóvel é um momento mágico na vida das famílias, porém complexo. O envolvimento emocional valoriza e leva em conta a segurança, conforto e comodidade da família: o tamanho do investimento, o tempo de fruição e tantos outros fatores geram insegurança e impõem a necessidade da busca de um aconselhamento. Por mais evoluído que seja, um algoritmo jamais superará, na minha opinião, a credibilidade oferecida por um corretor especialista, com conhecimento e experiência de negócios em sua microrregião. A pesquisa da Abrainc e a decisão recente do 5Andar em reduzir estrutura, dito pelas notícias, motivado pelo pouco sucesso na venda em que pese os altos investimentos em marketing, demonstram esta realidade.“
Segundo informações do Quinto Andar, o que está havendo seria uma “repriorização de projetos”. Segundo a empresa, esta etapa é “super comum” nas empresas de tecnologia que têm crescimento muito acelerado; para que o crescimento em ritmo acelerado se mantenha, alegam que é preciso “ter foco“, e que alguns cargos e áreas não precisariam mais existir. Com isso, precisaram fazer a redução de pessoal, que alegam ser de apenas 4%, e que esta ação levaria em conta também o cenário econômico. A empresa também diz que tem batido muitos recordes tanto na locação quanto na compra e venda. Recentemente, a startup adquiriu o portal de imóveis Imovelweb e algumas outras empresas do ramo.
Só sei que eu tinha dois aptos que os competentes corretores ficaram anunciando por três meses e não conseguiam alugar por uma valor x e quando coloquei no Quinto Andar alugaram em 15 dias por um valor superior a x. Todo dia 12, sem falha, os aluguéis caem na minha conta e quando um dos inquilinos entregou o imóvel, fizeram a vistoria de saída, o inquilino pintou o apto e consertou um par de coisas e já está alugado novamente. Pelo menos pra mim, o Quinto andar foi verdadeira mão na roda…
Startup? Kkkkkkkkkkkk que dizem que é a salvação do mercado de trabalho? Paixão do Lehmann??? Sim, o mundo do trabalho agora é startup por todos os lados !!! Kkkkkkkkkkkkk
Kkkkkkkkk, o BBB pegou dinheiro e ferrou com empresa.
Sou cliente proprietária da 5andar e não fiquei satisfeita com o patrocínio do péssimo programa (?) BBBrasil .
Qd acabar o contrato não irei renovar.
Pra mim, o contato pessoal é mais satisfatório e a comissão é menor.
Não tenho o menor apreço pela 5o Andar. Ao contrário, não me desperta confiança, tanto é que, num transação imobiliária que acompanho no momento, foram consultados raros imóveis da 5o Andar.
Agora, ver a gazeta digital que é patrocinada por uma imobiliária física divulgar matéria desancando ostensivamente a concorrente, sinceramente, me remete a falta de ética e demonstra o quanto as corretoras, de digital a fundo de quintal, têm muito a aprender e evoluir.
Posso dar conselho? Deixe a 5o Andar que ela naufraga sozinha. E tratem de melhorar a imagem, porque a centena que vem a mente da população quando se fala em corretora de imóveis não é elogio para ninguém.
Bem mesmo devem estar as corretoras tradicionais… aham… vou fingir que acredito….
O Diário do Rio pertence a uma imobiliária, a Sérgio Castro Imóveis. É óbvio que haverá antipatia com relação ao Quinto Andar e qualquer outra plataforma que proponha a desintermediação do mercado imobiliário. Esse é um movimento inevitável, o que não significa que as empresas não precisem realizar ajustes no curso das suas vidas. Não é a toa que o Quinto Andar tem recebido aportes de investidores que a avaliam na casa de bilhões de reais.
Trabalho em uma empresa que surgiu como startup e não foram poucos os ajustes que tivemos que fazer para nos estabelecer no mercado.
Abs!