Reflorestamento da cidade volta com força total na agenda pública do Rio de Janeiro

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Evento vai acontecer no Campo de Santana. Foto: EdvaldoRIo

O Rio de Janeiro sempre se destacou pela geografia única, que reúne grandes reservas florestais de proteção ambiental em meio à áreas urbanas extremamente desenvolvidas. Essa dualidade no cenário da cidade, reconhecido internacionalmente, sempre colocou a o Rio como um dos destinos turísticos mais procurados, não só domesticamente, mas como por estrangeiros.

Para assegurar a manutenção da nossa identidade enquanto “Cidade Maravilhosa“, é preciso que hajam políticas públicas sérias voltadas para a proteção do meio ambiente e o reflorestamento das regiões que integram o município.

Nos últimos anos, sobretudo durante a gestão do prefeito Marcelo Crivella (2017-2020), poucos foram os investimentos destinados a essas áreas, o que impactou diretamente no no desequilíbrio ambiental da cidade. Entre os muitos problemas, o aumento da temperatura, principalmente em regiões que historicamente já registram forte calor, como os casos de Bangu e Irajá.

Sem contar os moradores de bairros que possuem uma boa ação de arborização, uma vez que eles sofreem menos com problemas de deficiência respiratória, em função da qualidade do ar onde as ruas tem mais vida verde.

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Hoje, a Capital Fluminense conta com 1 milhão de árvores espalhadas pela cidade. No entanto, o déficit árboreo da cidade (2020) aponta a falta de 800 mil árvores, segundo dados da Fundação Parques e Jardins (FPJ), que entre outras atribuições, responsável pela arborização e produção de plantas ornamentais para os parques e praças municipais.

Aliás, ó órgão foi um dos que mais sofreu com a falta de investimento e o sucateamento nos últimos anos. Contudo, sob o comando de Fabiano Carnavale, novo presidente da instituição, os projetos de paisagismo para praças, parques e jardins urbanos do Rio vem ganhando uma nova cara.

Aqui mesmo do DIÁRIO DO RIO, noticiamos uma série de ações de replantio de árvores realizada pela FPJ em áreas da cidade que não estão acostumadas a receber esse tipo de inciativa, como algumas das áreas menos arborizadas da cidade, que ficam presentes na Zona Oeste e na Zona Norte.

Entre elas: Bangu, Pavuna, Realengo, São João de Meriti, Anchieta, Quintino. Já as regiões mais abastadas do plantio de árvores, ficam todas na Zona Sul: Jardim Botânico, Urca, Laranjeiras, Lagoa, Copacabana, Ipanema, Leblon. Só pra se ter uma ideia, a variação térmica entre as regiões mais e menos arborizadas fica entre 10 e 15 graus.

Um exemplo claro dessa oscilação de temperaturas na mesma cidade pode ser observado pela média do solo registrada em Bangu hoje, que varia entre 40 e 44 graus. Já no Jardim Botânico a variável fica entre 25 e 30 graus.

PLANO DIRETOR DE ARBORIZAÇÃO URBANA (PDAU RIO),

A Prefeitura informou vai dar prioridade ao plantio de novas espécies nessas regiões com os menores índices de arborização através de um Projeto de Lei de 2016, que aprovado em 2016, mas foi completamente ignorado pelas autoridades e órgãos competentes, trata-se do Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU Rio).

Após 5 anos engavetado, a Fundação Parques e Jardins (FPJ) tirou o PDAU do papel e deu mais um importante passo para a consolidação do planejamento da arborização da cidade.

Aprovado pelo Decreto nº 42.685/2016, O PDAU é um documento técnico que define as diretrizes necessárias para a implantação, monitoramento, avaliação, conservação e expansão da arborização urbana em logradouros públicos, praças e parques urbanos.
O Plano foi elaborado por equipe multidisciplinar atuante na arborização e em demais áreas verdes do Rio e com a participação dos cidadãos por meio de oficinas e consulta pública.

Com o objetivo de atualizar e identificar novos espaços para o plantio das espécies, a FPJ está coordenando uma série de ações dentro do PDAU para depois realizar um cruzamento de informações.

Assim será possível apontar as áreas prioritárias para os plantios de forma assertiva com a análise de dados sobre temperatura, qualidade do ar, índice populacional, histórico de plantio, entre outros.

O trabalho de reflorestamento do Rio de Janeiro não só beneficia a autoestima do carioca, como reforça a vocação turística da nossa cidade. Nós temos uma memória afetiva com a natureza do nosso município, com as praias, lagos e parques. Precisamos aproveitar e reforçar essa vocação ambiental com o trabalho de preservação e conscientização“, destaca o presidente da FPJ, Fabiano Carnevale.

PARCERIA COM OS COLETIVOS

Pela primeira vez, os coletivos de plantio urbano, formado por lideranças comunitárias e voluntários, estão mais próximos da Fundação Parques e Jardins, desenvolvendo o trabalho de reflorestamento, de forma organizada e coordenada.

É a cidade ajudando a cuidar da cidade”, afirma Carnevale.

Antes, sem a ajuda dos coletivos, que “seguraram a bronca“, em épocas de pouca iniciativa do Poder Público, 70% das árvores plantadas não sobreviviam. Hoje essa perda foi reduzida a zero. O aproveitamento está em 100%.

Logo nas primeiras semanas da nova gestão, a diretoria da FPJ reuniu os representantes voluntários desses coletivos e propôs uma parceria mais consistente. Neste caso, os grupos organizados em diferentes bairros da cidade ganhariam mais espaço, visibilidade, orientação e apoio técnico.


Atualmente são cerca de 30 coletivos que atuam em diferentes bairros. No total, mais de 500 integrantes se dedicam à arborização pelas ruas do Rio. Na última atualização eram 503 voluntários.

De janeiro até hoje foram realizadas 10 grandes ações de plantio em parceria com os coletivos, com mais de 400 árvores plantadas.

As ações de plantio desenvolvidas em parceria com os coletivos:
Praça Xavier de Brito – 17 árvores
Largo do Machado – 14 árvores
Parque Guinle – 7 árvores
Gávea – 18 árvores
Penha – 48 árvores
Meier – 53 árvores
Cascadura – 100
Manguinhos- 40
Pilares – 10
Urca – 32
Bráz de Pina – 100

A atuação desses grupos é importante porque eles também promovem uma grande mobilização para integrar moradores, parceiros e Prefeitura. Na semana anterior ao plantio coletivo, os representantes percorrem os bairros que irão receber as novas mudas para conversar com moradores e comerciantes em uma grande onda de educação e conscientização ambiental. Depois disso, realizam vistorias técnicas, junto com a FPJ, para identificar os pontos de plantio, na maioria das vezes golas vazias e concretadas que precisam ser abertas.

A FPJ entra com a orientação técnica para a definição das espécies que serão plantadas, no fornecimento das mudas, na abertura de golas concretadas, na execução do plantio e no fornecimento de hidrogel, material importante para melhorar a capacidade de absorção e retenção de água. Com esse procedimento, mesmo em tempos quentes e secos, a árvores plantadas têm alto índice de sobrevivência.

Os berços para o plantio das árvores são preenchidos com terra adubada para receber mudas de Sibipiruna , Pau Ferro, Pau Brasil, Jequitibá, Jatobá, Sapucaia, Ingá, Escumilha, Mangueira, Palmeira Triangular, Palmeira e Jerivá

Após o plantio, o trabalho dos coletivos continua com a fiscalização e o monitoramento das mudas que foram plantadas. Uma integração que reforça o papel fundamental que a sociedade pode desempenhar para garantir a preservação do meio ambiental.


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3 COMENTÁRIOS

  1. Há a necessidade urgente de controle de pragas e poda das árvores existentes. No Aterro do Flamengo muitas árvores estão sendo consumidas pela erva de passarinho, e há muito tempo não são podadas.

  2. É importante que o Trevo das Margaridas e das Missões não fiquem de fora. Afinal, elas também são o nosso cartão postal de entrada, e estão completamente abandonadas no diz respeito: a iluminação, plantio, poda de árvores e conservação

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