Renata Guerra: Câncer infantil – precisamos falar dessa batalha

Se esse mal, enquanto doença, já muito nos toca, quando atinge nossos pequenos a tristeza é ainda mais impactante – e eu sei o que é isso

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Foto: Governo do Estado do Rio de Janeiro

O apresentador Tiago Leifert gerou comoção na última semana ao revelar que um dos motivos que o fizeram se afastar da televisão foi ter descoberto que sua pequena bebê, Lua, está com um tipo muito específico de câncer nas células da retina: a retinoblastoma. Se esse mal, enquanto doença, já muito nos toca, quando atinge nossos pequenos a tristeza é ainda mais impactante – e eu sei o que é isso.

Como muitos sabem, minha trajetória pessoal foi profundamente marcada pelo câncer enfrentado pelo meu filho, Felipe. Ele teve um tumor cerebral aos 4 anos, fez rádio e quimioterapia durante um tempo e se curou. Depois, foram anos de cirurgias, aqui e no exterior, para reabilitação motora. Em 2013 apareceram novos tumores e, infelizmente, ele não resistiu, falecendo aos 13 anos em abril de 2014.

Ter vivido essa imensa dor e dura experiência me mudou profundamente. Passei a ter como um dos propósitos da minha caminhada a perspectiva de ajudar ativamente os outros, especialmente aqueles que vivenciam dramas como os que hoje passam Tiago Leifert e sua esposa, Daiana Garbin, além, é claro, das crianças que enfrentam essa batalha. Daí surgiu a ideia de criar o Instituto Todos com Felipe, cujo nome veio do movimento que havia de apoio ao meu filho nas redes sociais.

Tendo como missão desenvolver projetos e iniciativas com o objetivo de favorecer o bem-estar de crianças e adolescentes portadores de enfermidades, um dos grandes orgulhos que tenho foi ter colaborado com a viabilização da ala pediátrica do INCA (Instituto Nacional do Câncer) aqui do Rio.

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A construção de brinquedotecas também é uma das frentes do Instituto Todos com Felipe e essencial no tratamento do câncer infantil. Tratam-se de importantes estruturas para o sucesso do tratamento das crianças por incentivar a socialização, o compartilhamento de experiências e trazer o lúdico para dentro do hospital. Uma ideia inspirada na singela maleta de brinquedos que eu deixava sempre pronta para os momentos em que o Felipe partia para mais uma de suas inúmeras internações.

Ainda que fisicamente Felipe não esteja entre nós, ele renasce todos os dias por meio das ações da ONG. No próximo dia 15 de fevereiro, tem-se o marco do Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil. Este texto é uma homenagem ao Felipe, à Lua, e a todos os familiares, amigos e médicos que, assim como eu, estiveram ou estão travando de algum modo a batalha do câncer infantil.

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