Representantes de museus relatam precariedade das instituições à Comissão de Trabalho da Alerj

Foram apresentados dados que mostram que 36% dos profissionais que atuam nos museus do Rio sofrem com angústia do futuro profissional

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Os museus do estado estão enfrentando falta de funcionários e de recursos para adequação aos protocolos de saúde durante a pandemia. O relato foi feito por servidores das instituições à Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), na audiência pública realizada nesta sexta-feira (21/05).

O fundador do Museu da Maré, Antônio Carlos Pinto Vieira, representante do segmento dos Museus Comunitários, apresentou dados que mostram que 36% dos profissionais que atuam nos museus do Rio sofrem com angústia do futuro profissional. Relatou ainda que 20% foram demitidos desde o início da pandemia, segundo pesquisa realizada pela entidade.

“Estamos perdendo profissionais que têm uma expertise muito grande, seja por conta de demissão ou afastamento por doença. Além disso, o cenário é de medo do retorno, pois não são dadas as condições necessárias para que esses profissionais voltem ao trabalho”, disse.

A representante da Rede de Educadores de Museus do Brasil, Fernanda Castro, afirmou que há pressão para a reabertura dos museus federais. “Estão sendo forçados a reabrir. Porém não temos nem recursos para manter os protocolos de segurança necessários. Além da falta de insumos, os espaços trabalham com escassez de mão de obra tanto no Rio de Janeiro quanto nos demais estados da federação”, afirmou.

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Fernanda contou ainda que apenas um terço do quadro de funcionários das instituições federais é de servidores, sendo o restante de comissionados.

“O último concurso para os museus federais foi em 1978. Isso já mostra como a história, as nossas memórias e a cultura não têm sido prioridade nas gestões públicas. Querem mercantilizar os nossos museus”, afirmou.

Para o diretor do Museu da República, Mário Chagas, há necessidade de melhoria na qualidade do ambiente de trabalho, principalmente, para os terceirizados. “Temos que olhar com carinho para esses profissionais que prestam os serviços de limpeza, segurança, jardinagem e recepção. Em geral, composto por uma população negra e que não tem garantias básicas respeitadas. Durante a pandemia, eles foram os que mais ficaram expostos e alguns morreram por isso”, relatou Chagas.

A deputada Mônica Francisco (PSol) afirmou que o assunto voltará a ser discutido em outra audiência pública, desta vez com representantes do Governo do Estado, e em conjunto com a Comissão de Cultura da Casa. “Temos que dar garantias aos servidores e funcionários dos museus. Essa categoria precisa sonhar. Uma quantia ínfima para o governo pode se tornar essencial para espaços como esses e seremos ponte nesse diálogo com o Executivo”, garantiu a parlamentar.

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