Resgate do Centro de São Paulo pode ser exemplo para o Rio

Investidores compraram a ideia na capital paulista. Cidade do Rio de Janeiro poderia seguir o mesmo caminho

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Foto Cleomir Tavares / Diario do Rio

Desde que Eduardo Paes assumiu a Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, ao lado de seu secretário de planejamento urbano, Washington Fajardo, um plano para revitalizar o centro da cidade do Rio de Janeiro em sendo desenhado. O Reviver Centro tem suas particularidades, mas pode muito ter como referência o centro de São Paulo.

Muito elogiada por urbanistas, arquitetos e empresários do mercado imobiliário, a revitalização do centro de São Paulo trabalha, com sucesso, para atrair, há quase 30 anos, moradores para a região. Além de mais  infraestrutura para que  mais empresas se instalem, assim como profissionais liberais.

De acordo com empresários do ramo imobiliário, uma série de ações que foram feitas em São Paulo podem ser aplicadas no Rio de Janeiro.  E, com isso, atrair mais investidores para o centro da nossa cidade, que, segundo eles, tem ainda mais atrativos.

“Em São Paulo, o trabalho de revitalização do centro, é um sucesso. Por lá, já são quase 30 anos de trabalhos contínuos, passando por algumas gestões administrativas. Em São Paulo, acontecem uma série de incentivos, como agilidade da Prefeitura com retrofit, recuperação de calçadas e logradouros, isenção de outorga, parceria com órgãos de patrimônio. Com ações como essas, fica mais fácil atrair o investidor para projetos de revitalização de centros urbanos, como o que aconteceu lá e o que vai acontecer aqui no Rio”, opina Marcelo Conde, da STX Empreendimentos Imobiliários.

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A Mogno Capital, por exemplo, está lançando um fundo imobiliário para comprar prédios abandonados no Centro de São Paulo, fazer um retrofit e depois vendê-los. Alguns especialistas consideram que essa ação  talvez seja o primeiro fundo de impacto urbano do Brasil. O caso da Mogno é mais um em meio a muitos outros.

“Nossa tese é buscar prédios de uso comercial, que tenham viabilidade jurídica e técnica para serem retrofitados e convertidos em residenciais. Nos anos 90, houve um deslocamento do centro comercial de São Paulo e muitos desses imóveis ficaram vacantes, ao mesmo tempo em que há uma falta de oferta de moradia na região”, afirmou Daniel Caldeira, o sócio-fundador da Mogno ao Brazil Journal.

A gestora acaba de levantar R$ 70 milhões para o FII Mogno Real Estate Impact, que vai investir em quatro imóveis na região da Vila Buarque.

Um dos pontos fundamentais no processo de revitalização do centro do Rio de Janeiro é a questão das moradias. Sobre isso, Claudio Castro, da Sergio Castro Imóveis, opina que “O Centro do Rio é uma das únicas regiões centrais de cidades no mundo em que a pessoa está a cinco minutos de qualquer modal de transporte onde quer que ela esteja. É um centro cultural e histórico para o país. Além de ser um centro, de fato, central, próximo das outras regiões da cidade, exceto da Oeste. Então, com uma revitalização bem pensada, é um lugar perfeito para receber moradores e atender os anseios do mercado. É possível atrair moradores de todas as matizes sociais”. Castro conta que além de apostar no adensamento residencial da região, tem tido sucesso no investimento na compra de imóveis históricos na região central, que restaura e aluga para fins comerciais.

Atrair moradores para o centro do Rio não é só pauta do mercado imobiliário. Arquitetos e Urbanistas vão na mesma direção.

“Sobre processos de revitalização de centros no Rio e em São Paulo é preciso observar que as duas áreas têm históricos distintos. Em São Paulo houve um deslocamento da centralidade para a Avenida Paulista, deixando o centro antigo sujeito à deterioração, perda de valor e ocupação por pessoas mais pobres. Parte da área chegou a se tornar uma cracolândia. No caso do Rio de Janeiro, o Centro nunca perdeu a centralidade principal, apesar da concorrência de outros subcentros, como Copacabana, Saens Peña e Madureira. Na década de 90 do século passado a revitalização do Centro do Rio se deu com cuidados com o espaço público, na recuperação do seu Patrimônio, via Corredor Cultural, e investimentos em polos de cultura, como o Paço Imperial e o CCBB. No entanto, hoje o centro do Rio se esvaziou daquilo que o mantinha vivo: o mundo do trabalho, os escritórios e o comércio. Então, corretamente, a direção proposta é trazer moradores que ocupem os espaços agora vazios. É isso aliado à manutenção do seu Patrimônio.  Já no centro antigo de São Paulo, além da atração de moradores de classe média, será interessante reforçar sua centralidade, com equipamentos culturais, comércio e, por que não, postos de trabalho no setor de serviços”, detalha o arquiteto Roberto Anderson.

Todos são unânimes em citar a existência do Aeroporto Santos Dumont como uma grande e quase única vantagem do Centro Carioca, assim como sua infraestrutura cultural e incomum beleza cênica.

Segundo a secretaria de planejamento urbano, o Reviver Centro é fundamental, pois “Apesar da intensidade do comércio e dos serviços, a região central possui baixíssima densidade residencial, o que faz com que muitas áreas fiquem desertas fora dos dias e horários comerciais. Agora, com a pandemia da COVID-19, a situação se agravou, contribuindo para o enfraquecimento das atividades econômicas. Se a região já enfrentava desafios antes, para seu adensamento com moradias, o cenário se tornou ainda mais desafiador. É preciso pensar, por um lado, como é possível potencializar as políticas já existentes relacionadas a população em situação de rua e como consolidar, proteger e ampliar as moradias de caráter social; e por outro, como promover a requalificação do espaço público por meio de excelência nos serviços e como incentivar a atividade econômica, e contribuir assim para o incremento da função habitacional”.

A cidade de São Paulo, ao longo dos anos, conseguiu resultados expressivos na reformulação de sua região central tanto para empresas quanto para residências. Até mesmo hotéis outrora em mau estado, e quase abandonados, hoje funcionam de forma pujante, nas imediações da Av. Ipiranga. Outro exemplo de sucesso é o movimento do Bar da Brahma, que vive cheio em tempos normais, com ticket médio bem alto. Tudo isto são bons exemplos para o Rio de Janeiro mirar.

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11 COMENTÁRIOS

  1. O Centro do Rio de Janeiro minha Cidade é bem planejado, organizando e movimento ,o único ponto ruim é a segurança e eles tem que arrumar o asfalto de algumas ruas e cuidar mais dos prédios histórico mas se investirem direito na área vamos se torna um centro referente internacionalmente. O centro do Rio e bem moderno o transporte e bem eficiente e lá vc encontra de tudo

  2. Muito interessante a proposta. Só que há uns poréns… São Paulo teve o centro transferido para a avenida Paulista; o Rio estimula a transferência das empresas da barra para arredores do centro, como a zona portuária. Esse adensamento populacional do centro pode encontrar conflitos futuros com os interesses das empresas privadas ali instaladas.
    No mais, é mais interessante para o Rio buscar inspiração em cidades estrangeiras mais bem sucedidas, pq sp, apesar do peso econômico, é como se fosse um aristocrata obeso, diabético, calvo, como problemas psicológicos e com os dentes todos podres

  3. Bobagens, rio x sp.
    Alguém conhece os trens da CPTM (empresa pública), compare com a SUPERVIA (privada)
    METRO RIO (privado), compare com o METRO SP(empresa pública), somente uma linha é privada e dá banho.
    São cidades com características diferentes, cada uma com sua peculiaridade. Antes q alguém chie, aviso q sou carioca da gema (Se alguém souber o q é isso, explique) . Amo o RIO.

  4. Olha, eu não vejo São Paulo como uma cidade que deu certo, não vejo uma cidade pujante e não vejo como cidade moderna. O que se faz em São Paulo hoje é o que dá pra fazer. Uma cidade que cresceu muito rápida sem o mínimo de planejamento, onde prédio são alocados em cima um dos outros sem logística ou infraestrutura das ruas, que muitas delas não te leva a lugar nenhum, que para você chegar a um lugar você precisa dar altas voltas de carro pra chegar ao destino, isso é muito ruim. No Rio tem ser diferente para que não se transforme numa São Paulo da vida. Uma vez eu li no youtube um americano criticando São Paulo, dizendo que é uma cidade feia cheia de prédios feios amontoados, uma cidade sem planejamento. Cuidado pessoal, peguem bons exemplos e não exemplos falidos que venham achar que é o ideal.

  5. Quem escreveu essa matéria parece não conhecer o centro de SP… a região central do Rio é hoje muito melhor qualificada do que dos paulistanos… de verdade

    • Eu também concordo que o centro do Rio é muito mais pujante e bonito, só que construir prédios só por construir, copiando um exemplo de uma cidade que não teve projeto, ordem, infraestrutura, não faz dessa cidade exemplo nenhum.

  6. Projeto de sucesso a revitalização do centro de SP? Isso nunca aconteceu, a cidade de São Paulo há décadas está abandonada, especialmente o centro que sofre com sujeira, violência, venda de drogas, moradores de rua. Os moradores que vivem na área central ainda persistem por haver imóveis para compra/venda e aluguel, bem como os valores abaixo do mercado.

  7. O Centro já tem pontos interessantíssimos que, se bem cuidados, se tornam verdadeiros pontos turísticos. Começar pelo básico de se reparar ruas e calçadas destruídas já faria uma diferença enorme.

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