Papo de Talarico: O melhor réveillon é o do Rio

Histórias de ano novo, de novo, e de novo, e a cidade recebe turistas do mundo todo

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Reveillon no Rio de Janeiro
foto: Alvaro Tallarico

O réveillon no Rio de Janeiro é um dos mais queridos do mundo. Estava lendo uma pesquisa sobre isso. É o destino preferido dos brasileiros para a virada do ano. Além disso, nosso potencial turístico segue firme, após a pancada da pandemia. De acordo com a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), as vendas de pacotes para o território nacional vêm crescendo 20% ao mês desde maio. Ademais, a projeção é que o primeiro semestre de 2022 tenha retorno de, pelo menos, 30% do faturamento médio. Na cidade maravilhosa, a ocupação do setor hoteleiro melhora desde maio, principalmente com o público local e familiar.

Um amigo meu, Jajá Souto, fera no cavaquinho, virou para mim e disse: “Meu amigo, fui no Largo do Machado hoje e parecia outro país, cheio de gringo!”. Respondi citando essa pesquisa. Nas minhas andanças pela Lapa, ali estão também, são alemães, chilenos e cubanos. Sim, estava em um restaurante vegano na Lapa quando me deparei com três cubanos tomando cafés. Logo depois, entrou um grupo da Ucrânia. Duas argentinas pediram batata frita.

O futuro do Rio de Janeiro é ser cada vez mais cosmopolita. Tenho para mim algumas cidades como capitais do mundo. Nova Iórque, Paris, Tóquio, Buenos Aires, estão entre elas. E, logicamente, essa cidade caótica em que vivo. Pela manhã, lá estava o trânsito. Creio que não era de trabalhadores, mas sim de correria antes do Natal. Grande parte dos brasileiros tem essa mania de deixar as coisas para última hora. Sou um deles. Mas já comprei uma blusa do Dragon Ball Z para um amigo, uma camisa do Star Wars para uma amiga e um cachorro de brinquedo para a filha de outra colega.

Esquina

As coisas querem voltar ao normal, ou ao novo normal, talvez um anormal constante que não vai mais cessar. Dá-lhe gripe danada e novas variantes. Uns dizem que seguirá assim eternamente enquanto outro grupo acha que é tudo conspiração. Os esotéricos falam de nova era. A Era de Aquário já começou. Sendo assim, quem dera ser um peixe.

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Contudo, volto ao réveillon. Num dos últimos que me lembro, de 2019 para 2020, eu chegava de avião exatamente no dia 31 de dezembro. Conheci duas mulheres no aeroporto e rachamos um táxi em direção a Copacabana. Uma delas ficou pelo caminho, ia para o Flamengo. A outra seguiu comigo. O trânsito na Lagoa nos fez sair antes do carro. Andamos rápido, quase correndo para chegar antes de meia-noite na praia mais famosa do mundo. De longe ouvi os fogos explodindo. Não conseguimos. Tudo bem. Fomos até o mar e pulamos as ondas. Ela era mineira.

Nas sete ondas que pulei, pedi para Nossa Senhora abençoar o ano que começava. Mal sabia que seria de pandemia. Mas ela me atendeu, sigo vivo e saudável, trabalhando e escrevendo meus devaneios pelo mundo. Desde lá lancei um livro de poesias, escrevi e dirigi um curta-metragem, sofri com decepções e desilusões, ganhei missões que nem imaginava, amei e desamei. Dei de cara com amores líquidos e entendi Zygmunt Bauman. 2020 passou como louco, 2021 desceu como um raio, rápido. Parecem vários anos em dois, ou várias vidas, nem sei. Está tudo tão intenso, tão tenso.

Ah, aquela mineira eu nunca mais vi, naquela mesma madrugada, seguiu seu rumo e desapareceu na multidão, dançando e rodando. Voltei para casa sozinho, dancei funk com desconhecidos, brindei com com novos amigos. O réveillon do Rio sempre foi mágico, e sempre será. Todos tem histórias de perrengues na praia ou bebedeiras em família.

Aqui tem choro, mas é o ritmo musical, e reza, para todos os santos. A poesia nunca cessa. É crônica sem pressa.

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