Rio de Janeiro tem mais de 7 mil pessoas vivendo nas ruas

A maior parte delas está no Centro da cidade

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Foto Cleomir Tavares/Diário do Rio

Pessoas em situação de rua é um dos grandes problemas do Rio de Janeiro atualmente. Um levantamento feito pela Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Assistência Social da Cidade – SMAS -, em parceria com o Instituto Pereira Passos, mostra que 7.272 vivem nas ruas da cidade. O Centro do Rio concentra 1/3 dessa população. Os dados foram coletados no final de 2020.

O Censo de População em Situação de Rua indica que essas pessoas se concentram, principalmente, em duas regiões de planejamento: Centro (31,9%) e Zona Sul (15,8%). Juntas, essas regiões reúnem 47,7%.

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Percentual de pessoas em situação de rua por região de planejamento. Fonte: Instituto de Pereira Passos. Elaboração: Instituto RIO21

“Com base nesse levantamento de dados a Prefeitura do Rio de Janeiro poderá direcionar seus esforços ao combate à situação de rua ao Centro da cidade. A desocupação dessa região foi intensificada pela pandemia, visto que muitas empresas deixaram o local e muitos comércios não sobreviveram. Esse contexto de abandono pode agravar ainda mais a concentração de moradores de rua no Centro. Além disso, medidas de auxílio podem ter como foco homens adultos, pretos ou pardos, de baixa escolaridade, visto que são os mais atingidos pela situação de rua”, destaca Carolina Carvalho, assistente de pesquisa do Instituto Rio21.

Das 7.272 pessoas vivendo nas ruas, 24,8% haviam recebido acolhimento. Em 88,6% dos casos de acolhimento, esses foram realizados por Unidades de Acolhimento, apesar de Comunidades Terapêuticas também oferecem tal serviço.

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Frequência de situação de rua. Fonte: Instituto de Pereira Passos. Elaboração: Instituto RIO21

As pessoas em situação de rua são predominantemente homens adultos. Esses correspondem a 71,1% do grupo. A segunda faixa mais volumosa é a de mulheres adultas, que correspondem a 14,7%. Em todas as idades, a quantidade de pessoas em situação de rua do sexo masculino é superior ao feminino.

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Percentual de pessoas em situação de rua por sexo e faixa etária. Fonte: Instituto de Pereira Passos. Elaboração: Instituto RIO21

Pessoas pretas ou pardas correspondem a quase 80% da  população que vive nas ruas do Rio. Em contraste, apenas 18,8% dessas pessoas são brancas. Esses valores estão muitos distantes da composição racial do Brasil. Segundo o Censo 2010, 50,7% da população brasileira é preta ou parda, enquanto 47,7% se identificam brancas.

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Percentual de pessoas em situação de rua por cor. Fonte: Instituto de Pereira Passos. Elaboração: Instituto RIO21

A esmagadora maioria possui baixa escolaridade. Apenas 17,8% dos entrevistados concluíram o Ensino Médio.

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Percentual de pessoas em situação de rua por escolaridade. Fonte: Instituto de Pereira Passos. Elaboração: Instituto RIO2

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4 COMENTÁRIOS

  1. Então, desde a gestão passada da prefeitura que a gente vê a população de rua aumentando. E como eu, ando muito pelo centro da cidade, Lapa, entre vários bairros da zona sul, nota-se este volume não parou de crescer mesmo com a pandemia. Eu, e conheço bastante pessoas que reclamam direto no 1746 para a Secretaria Ocupada hoje pela senhora Laura Carneiro, mas as respostas são sempre as mesmas: as pessoas não querem sair das ruas e não podemos tirá-las à força. Ora, há de ter uma forma de encaminhar essas pessoas, — sejam de volta para suas casas, ou para locais dignos, para tratamentos, etc. Por exemplo: embaixo do Arcos da Lapa (final da Rua Joaquim Silva/Lapa) virou moradia, com direito de colchões imundos, sofás, latas de fazer comidas, e muita droga, lixo acumulado, dias em que permanecem até crianças e adolescentes. A polícia passa vez em quando (parece que está mais para ações com a guarda municipal e assistentes sociais). A certeza é os moradores da região (Santa Teresa) e, turistas, vê isso com preocupação. Cinelândia, Avenida Presidente Vargas, Praça Tiradentes são outros locais de muitos aglomerados. A sugestão é que com acidade mais vazia, poderia ser sinônimo de tempos para usar gestão e organizar, limpar, a Comlurb dar duro para que não se tenha lixo acumulado em calçadas, apenas em vasilhames.

  2. Bom dia,

    Gostaria de sugerir um projeto para o prefeito EDUARDO PAES:

    1) Criar abrigos decentes para esta população, como supervisão adequada e humanizada;
    2) Fazer uma triagem para convocar os desabrigados saudáveis e em condições de trabalhar:
    3) Criar comissões de trabalho e mão de obra para estes desabrigados na recuperação de praças, logradouros públicos, escolas públicas, como fazer jardinagem, recuperar calçadas/vias públicas, recuperar escolas, etc…
    Enfim, o acolhimento seria pago pelo trabalho oferecido pelos desabrigados.

    • Que comentário hein!

      “acolhimento seria pago pelo trabalho oferecido pelos desabrigados.”

      A face o pensamento do “bom brasileiro” descende da elite do presente e senhores escravocratas do passado.

      O sujeito em situação de rua recebe acolhimento ao custo do que ganha com serviço de limpeza e manutenção de praças… que a ele é oferecido pelo Estado.

      Dá para imaginar que não sobrará muito (talvez nada) para o próprio indivíduo…

      Ora… O acolhimento dessas pessoas é o mínimo do mínimo que o Estado tem que fazer de política social. O gasto com 7 mil pessoas nessa situação de rua é ridículo se comparado com os custos de manutenção dos presídios ou de gabinetes dos parlamentares.

  3. É triste essa situação. O que mais me afeta nisso tudo é ter que trabalhar e morar no banheiro deles. O trecho da RUA TEÓFILO OTONI, entre a rua Uruguaiana e rua da conceição fica cheio de montes de merda escondidos atrás dos carros estacionados. Pelo menos essa nova gestão da Comlurb tem lavada a rua mais vezes. Mas é importante pensar onde esse pessoal toma banho, onde defecam…

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