Rio de Janeiro vive momento de alta na ocupação de escritórios de alto padrão

As empresas têm enchido os escritórios de luxo do Centro da Cidade, em busca de tecnologia e boa aparência, dando nova vida à região central. Os prédios mal administrados, enquanto isso, são abandonados

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Imagem apenas ilustrativa | Vista aérea do Largo da Carioca, no centro do Rio de Janeiro - RJ | Foto: Rafa Pereira - Diário do Rio

No Rio de Janeiro, as empresas estão optando por espaços de alto padrão (A+ e A), deixando para trás os imóveis classificados pelos especialistas no mercado de escritórios como de “Classe B”, que em resumo são prédios mais antigos e desatualizados. Após dois anos de declínio, o mercado de escritórios de alto padrão no Rio de Janeiro está entrando em uma fase de grande recuperação. Em 2022, a atividade de locação superou em muito a de desocupação, sinalizando uma mudança muito positiva. A absorção líquida, que mede a quantidade de espaço alugado menos os desocupados, foi negativa em 2020 e 2021, mas encerrou 2022 com um saldo positivo de nada menos que 33.000 metros quadrados.

No Centro, o edifício Linneo de Paula Machado, considerado por corretores como o mais bem localizado edifício de alto padrão da região, já registra ocupação superior a 80%, segundo levantamento da Sergio Castro Imóveis, que é das corretoras mais atuantes do ramo. O edifício, apesar de já ter mais de 30 anos, se mantém permanentemente atualizado com equipamentos e tecnologias de última geração e sedia empresas como Itaú, Águas do Rio, Claro e outras. Seus andares têm até 1400m2, e sua localização na esquina da Rio Branco com a Almirante Barroso garantem a melhor localização é uma das vistas mais lindas do Rio, vendo o mar e construções históricas como o Theatro Municipal e o Clube Naval. Ele tem 34 andares.

Desde o início do ano, o movimento de migração para espaços de mais qualidade tem tido um impacto crescente e significativo nas estatísticas. De acordo com dados da plataforma SiiLA Market Analytics, especializada em medir a ocupação de escritórios, a taxa de vacância para andares corporativos A+ e A ficou em apenas 32,4% no 2º trimestre de 2023 em toda cidade.

A região do Centro do Rio sempre foi uma área comercial importante, com o maior estoque de escritórios na cidade. A taxa de ocupação para empreendimentos de alto padrão no centro já atinge 73,5%, praticamente um índice pré-crise. A aquisição do edifício Serrador pela Câmara Municipal contribuirá para a redução da vacância, com 24.000 metros quadrados que serão ocupados pela entidade pública. A ocupação dos prédios de alto padrão vem realmente se tornando uma realidade, ao mesmo passo em que não se vê ainda mudança no índice de ocupação dos prédios mais antigos. A tendência é que, como no recente caso do tradicional Edifício Ferreira Neves, na Rua da Quitanda 20, outros se tornem mistos ou residenciais.

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A má aparência de alguns dos prédios de categoria “B” que eram muito procurados no passado tem contribuído para sua vacância, segundo corretores consultados. Há casos de fachadas de prédios antes reputados que foram pichadas ainda na época das manifestações de 2013, e se encontram até hoje em desalinho. “Um caso emblemático é o caso do prédio da Rodrigo Silva, 26, na valorizada esquina da rua da Assembléia. Antes muito procurado, agora o prédio, com fachada em mármore e vidro, está todo grafitado, e se tornou indesejável”. Já tive mais de 10 clientes que não quiseram nem entrar na hora da visita”, disse o corretor Nelson Borges, do setor de corporativos da Sergio Castro. Os clientes acabam escolhendo os prédios que têm boa aparência, explica, lembrando de vários outros prédios da chamada “categoria B”, cujos donos reclamam da falta de procura mas não fazem pressão junto aos síndicos para que no mínimo os edifícios terem uma aparência “normal”.

A expectativa é que, com políticas públicas como o Programa Reviver Centro, a região experimente um renascimento. Além disso, com o retorno ao trabalho presencial, espera-se que os funcionários busquem moradias mais próximas de seus locais de trabalho, reduzindo o tempo de deslocamento. Essa iniciativa tem como objetivo atrair mais moradores para os bairros do Centro, Glória, Santa Teresa e Lapa, promovendo a revitalização urbana e ambiental, a preservação de prédios existentes e a construção de novos empreendimentos imobiliários residenciais.

A região da Praça XV vem passando por uma grande revitalização e se torna uma das principais áreas gastronômicas da cidade também nos finais de semana. Da mesma forma, na região da Escadaria do Selaron ocorre aos poucos similar fenômeno, com o Centro voltando a ser destino turístico e de lazer, além de apenas de trabalho.

Com a combinação do Plano Diretor Revisado e do Plano Urbano Reviver Centro, o mercado imobiliário do Rio de Janeiro apresenta perspectivas positivas para o futuro, com a recuperação do setor de escritórios e a valorização de propriedades localizadas no centro da cidade.

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4 COMENTÁRIOS

  1. Problema é mais do que sabido. Há uma obsolescência nos prédios do centro do Rio. A maioria é da década de 50, período sem as exigências que o mercado hoje exige. A grande maioria era construída para vender sala e hoje se exige espaços corporativos, ou seja quem aluga ou compra quer a laje inteira, além de todas modernidades que se espera de um empreendimento comercial. Muita automação, internet, dispositivos contra incêndio, elevadores inteligentes, segurança e um aspecto mais moderno para receber empresários de negócio.
    É só verificar os poucos prédios do centro com essas características e ver que a vacância é baixa.

    • Onde vc tirou que o mercado exige espaços corporativos de laje inteira? Eu não concordo, as imensas salas sem pilastras já foram embora, só existe no cinema, retratando os anos 90, as empresas querem salas pequenas, mas modernas, com alta velocidade de conexão, até por que uma parte dos funcionários permaneceu em home office depois da crise sanitária, sendo muito mais inteligente e eficiente para as empresas, gastar em espaços gigantes é um desperdício, além de caro, o porto maravilha está repleto de edifícios salas enormes vazias do tamanho de um campo de futebol para alugar, vão pra lá então.

  2. O problema esta nos custos dos condomínios e principalmente da cota mínima da água amparada por legislação fora da realidade e antiga.

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