O Rio de Janeiro encerrou 2024 com a cesta básica mais cara entre as oito grandes capitais pesquisadas pela FGV Ibre e Neogrid. Os cariocas desembolsaram, em média, R$ 1.033,34 para adquirir os produtos básicos, ultrapassando a marca de R$ 1.000. Em segundo lugar, aparece São Paulo, com a cesta custando R$ 984,07.
A pesquisa, que monitora os preços de 18 itens essenciais, revela um aumento expressivo no valor da cesta carioca nos últimos seis meses, com alta de 13,3%. São Paulo (8,0%) e Salvador (7,9%) também registraram aumentos consideráveis no período.
Confira os preços médios da cesta básica em dezembro de 2024:
Capital | Preço médio (R$) |
---|---|
Rio de Janeiro | 1.033,34 |
São Paulo | 984,07 |
Fortaleza | 841,14 |
Brasília | 836,74 |
Salvador | 831,12 |
Manaus | 816,77 |
Curitiba | 738,23 |
Belo Horizonte | 686,43 |
Fonte: Cesta de Consumo FGV Ibre e Neogrid
Alta generalizada nos preços
Em cinco das oito capitais analisadas, o preço da cesta básica subiu em dezembro. Brasília liderou o aumento, com 6,5%, seguida por Manaus (4,9%), Rio de Janeiro e São Paulo (ambas com 2,3%) e Belo Horizonte (1,5%).
O óleo de soja e a margarina foram os principais responsáveis pela alta, com destaque para Brasília, onde o óleo de soja subiu 14,3%, e Curitiba, com aumento de 10,7% no preço do produto.
“Esses aumentos foram resultado da demanda interna”, afirma Anna Carolina Veiga Fercher, head de customer success e insights da Neogrid. “Além disso, a safra nacional de soja ainda sofre com os efeitos climáticos, reduzindo a oferta no mercado nacional.”
Apesar da alta generalizada, alguns produtos apresentaram queda nos preços, como legumes, leite UHT e farinha de mandioca. Em Curitiba, os legumes tiveram redução de 31,7%, e em Salvador, a queda foi de 20,5%.
Os dados da pesquisa da FGV Ibre e Neogrid corroboram os números do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que indicou inflação acumulada de 8,23% para alimentos em 2024. As carnes (20,84%) e o café moído (39,6%) foram os itens que mais subiram no período. Especialistas apontam a mudança climática, as exportações em alta e o dólar caro como fatores que pressionaram os preços.