Em 2 de outubro de 2009, quando em Copenhague, na Dinamarca, Jacques Rogge, então presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), puxou um papel do envelope e anunciou que o Rio de Janeiro seria oficialmente a sede dos Jogos Olímpicos de 2016, a cidade que explodia de alegria era bem diferente da atual.
Sete anos, e alguns bilhões investidos depois, o Rio de Janeiro se transformou. A malha de transportes foi ampliada, a rede hoteleira duplicou e grandes obras foram realizadas. Entretanto, após quase uma década de transformações, o fim de um período marcado por megaeventos faz um convite à reflexão: “O que será do Rio após as Olimpíadas?”
As perspectivas para os próximos anos enfrenta ainda um paradigma, quando o poder transformador exercido em cidades sedes anteriores, se depara com a atual crise econômica que enfrentamos em todas as esferas de governo.
Para Marcos André Carvalho, Superintendente de Cultura e Sociedade do Governo do Estado do Rio de Janeiro “A gente tem que repensar as nossas vocações. Qual é a nossa a nossa vocação econômica também? A gente vai precisar de novas pautas, pautas impactantes. Óbvio que a gente não vai ter uma pauta tão impactante não teremos uma tanto quanto uma Olimpíada, que é o maior evento mundial , mas acho que a gente vai ter teremos que produzir pautas com pensamento de otimismo pro futuro, e o que eu acredito é que depois de uma Cidade Olímpica, teremos uma Cidade Criativa.”
Ou seja, ao Rio de Janeiro, se oferece a oportunidade de transformar-se através da economia criativa, principalmente no que tange à criatividade e à cultura. Pois, o Rio de Janeiro é uma cidade que apresenta uma oportunidade de aproveitar toda infraestrutura física do chamado Legado Olímpico, para gerar um Legado Social que beneficiará a toda uma a população.
Nesse caminho, podemos nos espelhar em Barcelona, sede dos Jogos de 1992, que é considerada, até hoje, um modelo a ser seguido, pelo enorme legado deixado para a cidade, que viveu uma profunda transformação. Mas, para que isso aconteça por aqui, é necessária a adoção de novas políticas públicas voltadas para a economia criativa, visando ainda a projeção internacional da imagem da região e, principalmente, a promoção de desenvolvimento econômico e inclusão social, através da geração de oportunidades de trabalho e renda.
Para Rafael Liporace, empresário da área de eventos e diretor da agência A Vera, a criação da Rio Eventos foi um excelente passo, mas falta a adoção de um calendário de eventos âncora que tragam turistas, investimentos não só no Carnaval e Réveillon, mas que girem a economia da cidade durante os doze meses do ano e em todas as regiões.
Sem dúvida, algo precisa ser feito rapidamente, pois a cidade perde inúmeros postos de trabalho e investimentos em eventos, que transbordariam para outros setores como turismo, gastronomia e, em um efeito dominó, para outras cadeias produtivas das mais diferentes naturezas.