RIOGaleão pede para devolver aeroporto à União

Após a decisão, o aeroporto deve passar por uma nova licitação. Se o pedido for aprovado, a próxima etapa é que outra concessionária seja definida em novo leilão

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Interior do RIOgaleão - Foto: Reprodução/Internet

A concessionária RIOGaleão, controlada pelo grupo Changi, decidiu que quer devolver a concessão do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, à União. O Ministério da Infraestrutura informou nesta quinta-feira (10/02) que a empresa chinesa formalizou junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a decisão do conselho de devolver o ativo. As informações foram divulgadas pelo portal de notícias “G1”.

Após a decisão, o aeroporto deve passar por uma nova licitação. Se o pedido for aprovado, a próxima etapa é que outra concessionária seja definida em novo leilão conduzido pelo governo federal. Até lá, a própria concessionária RIOGaleão informou que continuará responsável pela operação.

O governador Cláudio Castro afirmou no Twitter que a devolução é uma “enorme oportunidade para fazer a relicitação alinhada com a concessão do Santos Dumont”.

O senador Carlos Portinho comentou a decisão da empresa: “Nunca é bom para o país a saída de um grande operador internacional de aeroportos. Mas sempre defendi o equipamento, o Galeão (GIG), e a sua importância para o desenvolvimento estratégico do estado e da cidade do Rio. A possibilidade, a se confirmar a saída do operador, de unir num mesmo bloco GIG e Santos Dumont (SDU) numa nova concessão milita a favor do bom funcionamento do sistema multiaeroportos da cidade e do estado, um dos temas que venho defendendo desde o inicio do meu mandato. Claro que ainda importa ao Grupo de Trabalho do SDU aprofundar os estudos sobre o limite de passageiros no SDU e os seus impactos na mobilidade e vizinhança. Contudo, ambos os aeroportos num mesmo bloco facilitará essa discussão e a operação dos dois equipamentos de forma harmônica e complementar, geridos por um mesmo concessionário.”

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15 COMENTÁRIOS

  1. A única desvantagem do Santos Dumont é o fato de ser um aeroporto pequeno para as necessidades do Rio, mais tirando isso ele é melhor que o Galeão em todos os outros sentidos, principalmente em relação a condução para chegar e sair do aeroporto, o Galeão é horrível nesse ponto.

  2. Uma correção, a Changi não é empresa chinesa mas de Singapura onde administra o aeroporto de mesmo nome que vários anos aparece na lista dos melhores do
    Mundo, muitas vezes em primeiro lugar. Observe-se que Galeão recebeu melhorias nestes anos. Uma pena que a Changi resolva ir-se.

  3. Devolvam o Galeão Tom Jobim para a INFRAERO e o meu Rio de Janeiro para a DEMOCRACIA! Aeroportos são ativos públicos e não podem ser vistos como entrepostos de mercados e mercadorias. Tudo o mais aqui falado são passivos políticos e suas consequências economicossociais. SDU não é concorrente do GIG, e vice-versa, mas complementares, SDU regional e GIG nacional e internacional, mas os políticos corruptos e incompetentes complicam para concederem “facilidades” licitatórias. O RJ precisa ser salvo dessa escória, senão, seguiremos estagnados por todos os modais.

    • Mas é justamente mantendo as coisas sob a gestão pública é que nos expusemos todo esse tempo à corrupção desenfreada de diversos governos do estado do RJ – como visto no tempo do Sérgio Cabral e Wilson Witzel (um na cadeia e outro ‘impichado’). Quanto menos ativos na mão de governo, menos corrupção. Mais eficiência. Nova concessão já – pena que ficou pra 2023.

  4. Galeão está fadado ao fracasso, preferência sempre foi do SDU, porém, governo após governo, se manteve estagnado… Ali do ladinho do Galeão, onde hoje é a comunidade da Maré, existiu um aeroporto que também faliu por “culpa do SDU”… esses elefantes brancos estatais devem acabar… custo pro usuário, mas o benefício?! Rsrs

  5. Desculpe a insistência. Mas volto para dizer que discordo inteiramente de quem considera que a concessionária do Galeão foi a principal culpada da situação por que passa o aeroporto. A concessionária assumiu o aeroporto em 2014 e fez investimentos de modo a aumentar sua capacidade. A avaliação da qualidade do aeroporto só melhorou de 2014 até hoje. Tudo bem que as expectativas da concessionária de 85 milhões de passageiros para 2039, ano do fim da concessão, estavam bem fora da realidade. Mas não seria absurdo pensar em 40 milhões. No entanto, a realidade ficou longe disso. O aeroporto andou para trás: 2014-17,3 milhões de passageiros(ano da Copa do Mundo), 2015-16,9 milhões, 2016-16,1 (ano dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, houve uma redução de mais de 1 milhão de passageiros em relação ao ano anterior, quando se deveria esperar um aumento), 2017-16,1 (um leve incremento de 16.103 em 2016 para 16.147 em 2017), 2018-15,1 (1 milhão de queda), 2019-13,5 (mais de 1,5 milhão em queda no número de passageiros). Claro que 2020 e 2021 foram anos duros de pandemia, com redução drástica nos números dos aeroportos no mundo inteiro. Foram, em 2020, 4,6 milhões. Nem vou considerar 2020 e 2021, mas a crise da covid em um aeroporto cambaleante foi mais séria. Mas, mesmo antes da covid, até 2019, o que se viu foi uma tendência acentuada de queda, quando deveria ter tido algum crescimento. As crises por que o Brasil passa não são de responsabilidade da concessionária. Ela investiu no aeroporto e, logicamente, queria aumento de fluxo. Mas o fluxo de passageiros só reduziu, mesmo antes da pandemia. Já o Santos Dumont manteve sempre um fluxo entre 9 e 10 milhões anuais antes da pandemia, próximo do limite do aeroporto de 10 milhões, sem operar durante a madrugada. Por quê? O Santos Dumont é um aeroporto pequeno, mas central, muito bem localizado, fácil e seguro no acesso, o que melhorou ainda mais com a chegada do VLT, de modo que alguém pode ir de VLT do Santos Dumont para a Central, para a Rodoviária e para o metrô da Cinelândia ou da Carioca. e vice-versa. Já o Galeão, que não é tão longe assim (menos de 20 km separam os dois aeroportos), tem péssimo acesso, por vias congestionadas em vários horários e perigosas em todos (Av. Brasil, Linha Vermelha, Linha Amarela). Culpa da concessionária? Não. Mas a verdade é que o usuário quer segurança, e isso torna o Santos Dumont muito atraente. Para não falar que nada foi feito pelo Galeão, Eduardo Paes construiu um ridículo BRT (Transcarioca), ligando o Galeão à Barra. Hoje está caindo aos pedaços, mas nunca foi grande coisa, nem oferece tanta segurança. E nem era a ligação mais importante para a cidade. Esta seria a ligação do Galeão ao centro da cidade, alguma estação de metrô, por exemplo, onde o usuário poderia fazer conexão para Zona Sul, Barra, Tijuca, etc.. Mas preferiram uma ligação para a Barra porque era mais interessante para as Olimpíadas (ah! as Olimpíadas, um evento de pouco mais de 15 dias de duração, determinaram o que é mais importante para o futuro da cidade. Não é obrigação da concessionária construir metrô. Isso seria obrigação do poder público. Mas o poder público não o fez. Preferiu construir o BRT (prefeitura), e o estado construiu o metrô ligando a zona Sul à Barra. Culpa da concessionária? Não me parece.

    • A questão principal do aeroporto, em minha opinião, é a perda de competitividade da cidade/estado do Rio, que afeta consequentemente o aeroporto. O Rio já não é mais referência em termos de negocios, e o turismo vem cada vez mais caindo junto com a cidade, que é muito maltratada. Enquanto tivermos insegurança, sujeira, aproveitadores querendo dar golpes, favelas crescendo e etc, nunca o aeroporto irá se recuperar.

      • Temos tudo isso que você falou, mas o aeroporto Santos Dumont vinha recebendo entre 9 e 10 milhões antes da pandemia, no limite de sua capacidade, sem operar de madrugada. Em 2020 e 2021, com a pandemia, caiu o número como todos os aeroportos no mundo, mas caiu muito menos que o Galeão e estava até recebendo mais passageiros. Por quê? Além disso, um aeroporto deve ser pensado não apenas para partidas ou chegadas de pessoas cuja origem ou destino seja a cidade do Rio de Janeiro. Há também as conexões, e o Galeão, com a perda de voos domésticos, perdeu, também, conexões. Logo, ficou pouco atrativo para voos internacionais.

    • Uma conexão de baixo custo para implantar e de resolução do acesso é o estabelecimento de uma linha das barcas entre SDU-GIG. É obviamente deficitária, entretanto, ter-se-ia de subsidiá-la ou fazê-la com imensos intervalos ou tarifa elevada.

  6. Precisou o Galeão quebrar para o governo federal agir certo, agora sim com a nova licitação teremos uma coordenação entre aeroportos. Espero que o novo edital dê preferência mais a investimentos/contrapartidas do que no valor da outorga como foi feito no governo Dilma. A concessão do Galeão estava marcada para morrer desde o início, o péssimo desenho do edital superestimou a capacidade de passageiros no Rio, e após a saída da Odebrecht, sobrou pra Changi segurar essa bomba. Soma-se isso a canibalização do Santos Dumont, falta de transporte de qualidade, insegurança pública e a crise mais acentuada no Rio, e temos a combinação perfeita do caos.

  7. Culpar a favelização/falta de segurança na questão do Galeão, é no mínimo leviandade, quando a concessionária adquiriu o Terminal todos os problemas ja existiam, o turista estrangeiro sabe que os problemas de criminalidade não são exclusivos do RJ, se fosse assim a pessoa chegaria em Guarulhos e ficaria por la mesmo… Com todos os problemas, o RJ continua sendo a cidade Brasileira que mais recebe turistas internacionais. SP com toda a sua força econômica não consegue acabar com os assaltos nos arredores de Congonhas e aí??? Vamos tratar do assunto com mais seriedade!!!

  8. Até eu devolveria. Isso é bem feito (mais uma vez) para esses políticos brasileiros mascarados tomarem vergonha na cara e quererem enganar o mundo. Querer empurrar de garganta a dentro que só a concessão resolveria tudo e largar de mão os problemas estruturais da cidade, acham que enganam a quem? Como é que um prefeito acredita que um BRT resolveria o problema de locomoção e facilitaria a vida de passageiros pra chegar ao aeroporto? E a fedentina da baía de guanabara? E as constantes ondas de violência no complexo da maré? E o tempo de deslocamento e as precárias condições das vias abandonadas para se chegar ao aeroporto? Agora resolvam, ou melhor, mintam mais uma vez.

  9. Desculpe, neolight, mas chamar a concessionária do Galeão de decrépita é um absurdo. Trata-se da administradora do aeroporto que quase todo ano é escolhido como o melhor do mundo: Changi. Se não deu certo, certamente não foi culpa da concessionária. Acho que a coisa é muito mais séria. Trata-se de um processo de decadência da cidade e do estado, combinado com empobrecimento da população, crescimento da violência, favelização, insegurança, mau uso do dinheiro público, investimentos errados em megaeventos, em sistemas de transportes de péssima qualidade, etc, etc, etc. Não há o que comemorar. Quando a concessionária de um aeroporto como Changi ganhou a concessão com um enorme ágio, eu até acreditei em uma recuperação do Galeão. Mas faltaram bons investimentos públicos no acesso ao Galeão, na segurança. Quem será que vai querer o Galeão agora? Duvido muito que se vá conseguir um ágio tão alto quanto o da primeira concessão. Poderemos dar graças a Deus se não tivermos prejuízo. Cabe aos homens públicos se sentarem à mesa e discutirem o que se pode fazer agora para minimizar os danos, atrair investimentos e decidir que investimentos são necessários para salvar o Galeão.

    • Antonio, obrigado pelo respeito na sua discordância.

      Veja que muito embora seja Changi a toda-poderosa lá fora, aqui a empresa é sim decrépita: sem geração de caixa, com atas outorgas a pagar… tende a caducar a concessão por falência da concessionária.

      A decrepitude não tem a ver com a qualidade do serviço prestado, até porque ela tem que manter o padrão até entregar tudo.

      Devemos sempre lembrar que a concessionária é quem decidiu o quanto pagaria de outorga. Deu um chutão alto, achando que isso aqui viraria Miami.

      Isso não configura que o governo tenha de ajudá-la a cumprir o contrato que ela mesma decidiu se enfiar.

      Na relicitação, novo concessionária irá dar um lance mais aderente à condição do GIG e da demanda do RJ.

  10. Tá vendo?! Governo do Estado e Prefeitura se humilhando para espremer o que tinha e o que não tinha por uma concessionária decrépita. Não é função do governo.

    Que se entregue, se relicite e que a nova concessionária seja feliz, com uma nova outorga. O RJ terá seus aeroportos assim que seus negócios e sua geração de renda permitirem termos dois aeroportos pujantes.

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