#RioSemÁgua2: Barragens mal conservadas às margens do Rio Paraíba do Sul podem causar colapso hídrico no RJ

Paraíba do Sul é responsável por abastecer 9 milhões de pessoas em municípios da Baixada Fluminense e da capital. São 600 barragens que ficam ao seu redor, sejam no estado de Minas Gerais ou do Rio de Janeiro, caso elas rompam resíduos tóxicos serão derramados nas águas

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Foto: Acervo O Globo

Em 2019, na semana em que se celebrou o Dia Mundial da Água, o DIÁRIO DO RIO publicou a série #RioSemÁgua, na qual problemas hídricos da cidade e do estado foram expostos. No mesmo ano, meses antes, o DIÁRIO fez uma matéria sobre o risco estrutural de barragens no estado Rio. Passado esse tempo, os problemas persistem. A nova série de matérias #RioSemÁgua2 começa mostrando que a presença de 600 barragens no Rio Paraíba do Sul podem causar um colapso hídrico no RJ, uma vez que essas estruturas sofrem com má conservação e que o Rio é responsável por abastecer 9 milhões de pessoas em municípios da Baixada Fluminense e da capital, além dos rios Pomba e Muriaé, seus afluentes.

Diante do problema, o Movimento Baía Viva, fundado nos anos 1990, solicitará na próxima segunda-feira (18/01/), a realização de vistorias técnicas em caráter emergencial por parte dos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs), dos Conselhos Regionais de Arquitetos e Urbanistas (CAUs) e dos Conselhos Regionais de Administração (CRAs) para averiguar a probabilidade da ocorrência de desastres ambientais, em especial nos períodos chuvosos, no conjunto de barragens de rejeitos de mineração com infraestruturas precárias e inseguras.

Através de uma Representação judicial, também será solicitada nesta próxima segunda-feira a atuação conjunta e coordenada dos Ministérios Público Federal e Estadual dos estados do RJ e de MG para investigar as responsabilidades administrativas e criminais de empresas proprietárias destes enormes passivos ambientais e de autoridades públicas omissas, coniventes, negligentes que prevaricam e são lenientes, conforme prevê a Lei Federal no. 9605/1998, que trata de Crimes Ambientais, e a Lei Fed. No. 8.429/1992 que apura Crime de Improbidade Administrativa por arte de autoridades públicas federais, estaduais e prefeituras.

Segundo o Gestor Ambiental e ecologista Sérgio Ricardo, co-fundador do Baía Viva e que entre os anos 1990 e 2000 foi membro dos Conselhos estaduais de Meio Ambiente (CONEMA-RJ) e de Recursos Hídricos (CERHI) e titular dos Comitês de Bacia Hidrográfica do Rio Guandu e da Baía de Guanabara: “A tragédia provocada em 5 de novembro de 2015 pelas empresas Samarco Mineração S.A., empreendimento  das maiores empresas de mineração do mundo, Vale S.A. e a anglo-australiana BHP Billiton, que destruiu a cidade de Mariana (MG), em função do  desmoronamento de grande pilhas em barragem de rejeitos de mineração, num volume total  despejado de 62 milhões de metros cúbicos, foi uma tragédia anunciada já que era de conhecimento de todas as autoridades públicas, em especial da direção da ANA (Agência Nacional das Águas), do Ministério do Meio Ambiente e dos governos estaduais de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Até hoje não houve a mínima reparação dos danos e impactos sofridos pelas populações afetadas de 230 municípios atingidos pela lama e muito menos recuperação ambiental e a descontaminação do rio Doce. Até hoje, populações rurais e comunidades indígenas não podem consumir a água e o pescado. Este desastre também provocou dezenove mortes.”

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O ecologista alerta que: “Desde 3 de Julho de 2018, através da Representação de no. PR-RJ-0063052/2018 que foi protocolada pelo Baía Viva junto ao Ministério Público Federal de Volta Redonda e no MPF do Rio de Janeiro e junto ao Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (GAEMA) do Ministério Público do Estado (MP-RJ), temos buscado alertar que são necessárias medidas urgentes para vistoriar o risco iminentes e desastre em algumas das 600 barragens de rejeitos e resíduos industriais e minerários classificadas como de Alto Risco Ambiental Associado existentes no território mineiro, situadas nas bacias dos rios Pombas e Muriaé que são afluentes do Rio Paraíba do sul que corta dezenas de cidades no estado do Rio de Janeiro, de acordo com a Lei Federal No. 12.334/2010 que instituiu a Política Nacional de Segurança de Barragens.”

Na próxima matéria da série #RioSemÁgua2, o DIÁRIO DO RIO vai mostrar desastres recentes envolvendo barragens e as péssimas condições que a maior parte delas se encontram no momento.

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5 COMENTÁRIOS

  1. Isso é um absurdo, já tivemos desastres ambientais e nada está sendo feito para que não aconteça outra vez. Gostaria que esse País tivesse órgãos de controle que atuasse de forma vigorosa diante dessas aberrações que atingem a natureza e a vida humana.

  2. Prezados, impropriamente os senhores colocaram a barragem de Funil, administrada por Furnas, que é uma barragem de geração hidroelétrica e não de rejeito e está em perfeitas condições, tendo uma equipe de segurança de barragens monitorando as condições de segurança da mesma.

  3. Gostaria de saber porque colocaram na matéria numa foto da UHE do Funil em Itatiaia no sul do estado do Rio se a matéria se refere ao norte do estado do Rio. Kkkkkkkk

  4. A solução definitiva para a abastecer todo o estado do Rio de Janeiro é implantar uma nova tecnologia capaz de fornecer água potável suficiente para consumo humano, de comércio industria produtores de frutas e verduras criação de animais etc !inventoresdobrasil@gmail.com

  5. Esse é o MAIOR dos absurdos! Essa tragédia anunciada tem que ser resolvida IMEDIATAMENTE. Daqui a pouco a barragem cai, todos nós ficamos sem ter ÁGUA pra beber, e quem vai se responsabilizar? As imensamente caridosas Vale S.A. e BHP Billiton com certeza é que não vão. CHEGA DESSA GANÂNCIA E DESTRUIÇÃO PLANEJADA.

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