O Rio de Janeiro alcançou recentemente a marca de 100 mil animais castrados em apenas 7 meses. O projeto integra ações da Subsecretaria de Proteção e Bem-Estar Animal (RJPET), vinculada à Secretaria Estadual de Agricultura, que deu início às esterilizações em dezembro de 2021, ainda sob a gestão de Marcelo Queiroz, e tinha como objetivo alcançar a meta em 1 ano.
Mas, com clínicas licitadas e situadas em todas as regiões do estado, e seis castramóveis itinerantes atendendo em pontos estratégicos da Região Metropolitana, foi possível chegar a esse número antes do previsto.
O projeto de castração é o maior da América Latina, e tem como um dos principais objetivos diminuir o número de animais abandonados nas ruas.
O RJ tem cerca de 3,4 milhões de animais abandonados, de acordo com dados do IBGE e Instituto Pet Brasil. Destes, 2,2 milhões são cães e 1,2 milhões são gatos. Segundo o indicativo, durante a pandemia, a quantidade de animais abandonados em território fluminense subiu 40%, chegando perto de 1,3 milhão de novos bichos desabrigados.
Subsecretária de Proteção e Bem-Estar Animal, Camila Costa explica que a iniciativa ajudou a diminuir a quantidade de animais abandonados e ajudar pessoas, ONG’s e protetores independentes sem acesso a clínicas veterinárias para realização do procedimento.
”Somente através da castração podemos diminuir o número de animais nas ruas, evitando nascimentos não planejados. Essa também é uma causa de saúde pública, pois ajuda a controlar o número de zoonoses. E por fim, envolve milhares de pessoas apaixonadas por animais”, diz ela.
O veterinário Samuel Lima Pereira Figueira, por sua vez, explica que uma gata não castrada pode gerar um número estimado de 12 filhotes por ano, considerando duas crias em 12 meses com uma média de 2 a 6 filhotes por gestação.
Ao logo de 3 anos, por exemplo, esse número cresceria para 1.728 gatos nas ruas. Já no caso das cadelas, de acordo com o especialista, é possível estimar um número de 8 filhotes por ano, considerando que a fêmea entra no cio a cada 6 meses.
”A castração tem um papel de grande importância no controle populacional de cães e gatos, e é através dela que conseguimos diminuir os números de animais abandonados nas ruas. Vale ressaltar que o procedimento reduz os riscos desses animais apresentarem doenças reprodutivas. No caso das fêmeas [cadelas e gatas] evitamos infecção do útero [piometra], gravidez psicológica, tumores de mama, estresse durante o cio. Já nos machos diminuímos as possibilidades de apresentarem tumores de testículos e próstata, doenças sexualmente transmissíveis, fugas, agressividade e marcação de território”, esclarece Samuel.