Um estudo inédito feito pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni), da Universidade Federal Fluminense (UFF), revela que quase 800 pessoas foram mortas em durante ações das forças de segurança em favelas do Rio de Janeiro desde junho do ano passado, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a realização de operações policiais em comunidades, exceto em casos “excepcionais”.
No total, foram 434 ações policiais até 8 de março. Isso significa que há uma média de 1,5 operação por dia. Tanto a Polícia Militar quanto o Ministério Público não se posicionaram oficialmente para esclarecer os motivos que levaram a essas operações.
Os dados apontam também que o número de vítimas sofreu uma queda drástica. A média foi de 37,5 mortos em operações policiais. Em 2020, a média mensal foi de 90,1.
O grupo Geni, afirma que, desde outubro, há uma violação da decisão do STF, o que resultou no aumento de vítimas fatais. De lá até o fim de janeiro deste ano, a média mensal de mortes foi de 107, acima das médias de 2020 e dos últimos 14 anos.
A decisão do STF, anunciada em 5 de junho do ano passado pelo ministro Edson Fachin, determinou a suspensão de operações em comunidades, permitindo apenas em casos “absolutamente excepcionais“.