Roberto Anderson: Estrada de pedras

Colunista do DIÁRIO faz poesia sobre Minas Gerais

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Foto: Roberto Anderson

Caminho por uma estrada,
dessas onde se pisa em cristais,
em malacacheta,
em terra vermelha,
em pedras esfarelando ferro.

Trecho de caminho,
não leva a lugar algum.
Vales e montanhas
confundem a vista.
Lá atrás, serras azuis.
Aqui, só pedras e árvores, retorcidas.

Um silêncio imenso.
Apenas entrecortado,
por meus passos.
Fazem chiar as pedras.

Nas bordas dessa estrada,
segredos guardados.
Há tempos não vistos,
por olhos de cobiça.
Pepitas.

O passo resvala.
Uma pedra solta vai cair mais adiante.
Revela belo cristal,
futuro enfeite na escrivaninha.

A me acompanhar,
passadinhas ofegantes,
de dois cachorros vagabundos.
Poeira deixada para trás.

Escondidos na mata,
pássaros enviam seu canto desconfiado.
Paisagem imutável,
que traz lembranças de criança,
nas Minas Gerais.

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Roberto Anderson
Roberto Anderson é professor da PUC-Rio, tendo também ministrado aulas na UFRJ e na Universidade Santa Úrsula. Formou-se em arquitetura e urbanismo pela UFRJ, onde também se doutorou em urbanismo. Trabalhou no setor público boa parte de sua carreira. Atuou na Fundrem, na Secretaria de Estado de Planejamento, na Subprefeitura do Centro, no PDBG, e no Instituto Estadual do Patrimônio Cultural - Inepac, onde chegou à sua direção-geral.

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