Rodrigo Bacellar foi acusado de chefiar esquemas de corrupção no RJ

Postulante ao cargo de presidente da Alerj, ex-secretário de Cláudio Castro foi acusado de liderar esquemas de corrupção na prefeitura de Cambuci

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Ex-secretário de Governo de Cláudio Castro no RJ e atual deputado estadual, Rodrigo Bacellar (PL) foi acusado, em uma delação premiada feita em 2010, de liderar esquemas de corrupção na prefeitura de Cambuci, cidade localizada no interior do estado. Segundo os delatores, Bacellar, que nunca foi eleito por Cambuci, alugava a prefeitura por R$ 180 mil mensais para chefiar as operações no governo da cidade. Tudo isso era feito ao lado do pai, Marco Bacellar. A informação foi dada pelo colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles.   

A denúncia contra o deptado, que ve desponatndo como um dos favoritos para assumir a presiência da Alerj, inclusive com o apoio do governador Cláudio Castro, foi feita há dez anos pela vereadora de Cambuci, Leila Cristina Velasco, do Solidariedade, e pelos ex-vereadores da cidade Davi Ramiro Ney e Carlos Vitorino da Fonseca.

Velasco, Ney e Vitorino dizem que Bacellar, que era presidente da Fundação Estadual do Norte Fluminense (Fenorte), comandava o setor de licitações da prefeitura de Cambuci, e que seu pai, que era vereador de Campos, cidade do sul fluminense, na época, era “muito conhecido pelas irregularidades cometidas no município”.

Em dos documentos que a coluna de Guilherme Amado teve acesso, os três políticos de Cambuci alegam que Marco Bacellar foi eleito deputado estadual por Campos com apoio de Oswaldo, prefeito de Cambuci na época em que a prefeitura teria sido arrendada para a família Bacellar.

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De acordo com os delatores, o apoio de Oswaldo à candidatura de Marco já era parte do acordo de entrega da prefeitura de Cambuci à família.

“Marco Bacellar foi candidato a deputado estadual este ano [2010] apoiado pelo prefeito de Cambuci, Oswaldo Botelho; o que se comenta é que foi feito um acordo do atual prefeito, Oswaldo, com Marco Bacellar, onde o prefeito entregaria a administração de Cambuci, alugaria a Prefeitura e em troca receberia R$ 180 mil por mês de Marco Bacellar. […]

A delação ainda aponta que Rodrigo, Leandro, Rui e Márcio passaram a mandar na prefeitura e disseram que quem não quisesse cumprir as suas ordens poderia pedir exoneração.

A denúncia também expôs detalhes sobre uma suposta reunião em que Bacellar, já à frente da prefeitura de Cambuci e na presença do prefeito, disse que os esquemas de corrupção seriam feitos de maneira “profissional” e “sem deixar rastros”. O ex-secretário de Castro teria comparado seu grupo com outro que estava à frente de Cambuci, mas cujos integrantes foram presos por corrupção.

O prefeito Oswaldo resolveu colocar outra equipe no lugar, escolhendo aquela de Marco Bacellar, cujos integrantes são mais perigosos do que a quadrilha que está presa. Na reunião realizada com todos os secretários municipais no dia 25 de outubro de 2010, o prefeito apresentou Rodrigo e Rodrigo se mostrou como sendo o prefeito, conduzindo a reunião. Os servidores estranham o fato de que Rodrigo nem foi nomeado pelo prefeito e já está mandando na cidade. Rodrigo disse na reunião que a quadrilha que está presa é amadora e que ‘não sabem fazer o negócio direito’, que ‘deixam rastros’”, afirmaram os delatores.

O caso em que a delação premiada ocorreu foi encerrado em 2012. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu pelo afastamento do prefeito Oswaldo, mas nada aconteceu com Marco e Rodrigo Bacellar. Na época, o deputado alegou estar sendo vítima de perseguição política.

Bacellar já foi filiado a diversos partidos, entre eles PT e PMDB. A ascensão política do ex-secretário é considerada por parlamentares do estado como meteórica. Bacellar se candidatou pela primeira vez em 2018, foi eleito deputado estadual, encabeçou o impeachment do ex-governador Wilson Witzel e se tornou um dos secretários mais poderosos de Castro, liderando e orientando decisões.

Na última semana, o deputado deixou o cargo no governo para voltar à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e tentar a reeleição ao cargo de deputado estadual. Antes de sair, contudo, deixou seu sucessor na Secretaria de Governo e influenciou na troca do secretário de Fazenda.

Procurado pela coluna do Metrópoles, o deputado não quis se manifestar.

Ataque à nora de Garotinho

Em setembro do ano passado, Rodrigo Bacellar, então secretário de governo, em resposta a um post de Waldimir Garotinho, prefeito de Campos, que citava uma reunião entre o ex-prefeito Rafael Diniz e Bacellar, fez insinuações e ofendeu a primeira-dama, Tassiana Oliveira.

Em seu post, Bacellar chama Wladimir de “filho dos ex-presidiários” e completa “No meio político todos entendem a raiva que o escorpião tem do seu antecessor. Ele reverbera seu veneno por insegurança conjugal, pois sua esposa parece que sempre sonhou ser primeira-dama. Pela relação amorosa que teve com o seu antecessor, o escorpião em toda oportunidade sempre busca atacá-lo de forma insidiosa. Isso é típico de homens inseguros, a gente até entende”.

Na ocasião, até o ex-governador e pai de Waldimir Garotinho, Anthony Garotinho, tomou as dores do filho, afirmando que “o governador Claudio Castro merece coisa melhor.”

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