Vejam só: Apesar do Rio de Janeiro ter sido capital do Império e da República, são poucos os políticos com base eleitoral no Rio de Janeiro que já se tornaram presidentes da nação. O último, ou melhor, o único com base no Rio de Janeiro foi Nilo Peçanha, vice de Afonso Pena, que assume após a morte deste, presidindo o país entre 14 de junho de 1909 até 15 de novembro de 1910. Depois foi senador pelo Rio e Presidente (Governador) do Estado.
Ao que tudo indica, Michel Temer (PMDB) caminha para ser afastado da presidência e analistas políticos já consideram o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ) como o próximo presidente do país, mesmo em uma eleição indireta. Isso ocorrendo, o Rio de Janeiro voltará a ter um presidente da República após mais de um século. E, curiosamente, assim como Nilo Peçanha, sem ter sido eleito presidente diretamente.
Apesar da base eleitoral e de ter crescido no Rio, Rodrigo Maia não é carioca de nascimento, na verdade ele nasceu no Chile enquanto o pai, Cesar Maia (DEM/RJ), estava exilado durante os governos militares. Entretanto, tivemos 3 presidentes cariocas, o primeiro foi João Figueiredo (ARENA), que, bem, não podemos dizer que tinha base política no Rio, apesar de toda a sua vida ter sido aqui, era militar e foi eleito por isso. Depois foi a vez de Fernando Collor (PTB/AL), que nasceu no Rio mas toda sua vida política foi em Alagoas, onde foi governador. E, finalmente, Fernando Henrique Cardoso (PSDB/SP), teve a primeira infância no Rio, se mudando para São Paulo, onde foi eleito Senador da República.
Na Nova República o Rio quase chegou lá duas vezes, em 2002, com Anthony Garotinho, então no PSB, que terminou em 3º lugar no 1º turno, com 17,86% dos votos, atrás de José Serra, 23,19% e Lula, 46,44%. E em 1989, quando Leonel Brizola (PDT) teve 16,51% dos votos, 3º colocado. O 2º lugar ficou com Lula que teve 17,18%, enquanto Collor teve 30,47%.
Como podem ver, faz muito tempo que um Presidente do Brasil não tem sua força política vinda do Rio de Janeiro. Rodrigo Maia pode encerrar esse jejum.