Rompimento de adutora em Campo Grande nesta segunda foi o 17º caso deste tipo no Rio de Janeiro desde 2023

No final de novembro de 2024, uma pessoa morreu. Em Rocha Miranda, Zona Norte da capital, Marilene Rodrigues, de 79 anos, dormia quando sua casa veio abaixo, destruída pela força da água

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Rompimento de adutora em Santíssimo, em 2023- Beth Santos / Prefeitura do Rio

Por volta das 5h desta segunda-feira (27/01) aconteceu o rompimento de uma adutora da concessionária Rio+Saneamento em Campo Grande, na Estrada do Campinho. A água inundou a Rua João Comenio, que fica na esquina, e danificou casas e carros que estavam próximos ao local.

A reportagem do DIÁRIO DO RIO teve acesso a dados do grupo de pesquisa do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da Fiocruz no final do ano passado que mostram que entre 2023 e 2024, pelo menos 15 adutoras romperam no Rio de Janeiro.

No final de novembro de 2024, uma pessoa morreu. Em Rocha Miranda, Zona Norte da capital, Marilene Rodrigues, de 79 anos, dormia quando sua casa veio abaixo, destruída pela força da água. Uma semana depois, como mostrou esta matéria do DIÁRIO DO RIO, a região ainda sofria as consequências do rompimento.

Abaixo, a lista de adutoras que romperam no Rio de Janeiro entre 2023 e 2024.

Adutoras Data Concessionária
Em Campo Grande, na Zona Oeste, na Rua Carobinha, rompeu e destruiu o asfalto e alagando ruas, danificado veículos, residências e lojas.30/12/2023Rio+Saneamento
Na cidade de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, no bairro Prados Verdes, rompeu e água invadiu e destruiu casas. moradores perderam utensílios domésticos, alimentos, roupas e documentos.30/05/2023
Águas do Rio
Novamente em Nova Iguaçu, próximo à Rua Santa Maria, no bairro Km 32, rompeu atingindo cerca de 50 casas.28/11/2023Águas do Rio
Na Estrada do Lameirão, em Santíssimo, Zona Oeste, rompeu e causou inundação em ruas, casas e lojas. Cinco pessoas ficaram feridas.25/03/2023Rio+Saneamento
Uma adutora rompeu e alagou a Rua Barão do Flamengo, no Flamengo, Zona Sul, causando interdição.01/01/2024 Águas do Rio
Rompimento na Cidade de Deus, Zona Oeste, com alagamento de ruas e na Estrada Miguel Salazar Mendes de Moraes em frente a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).05/01/2024 Iguá
Em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, próximo ao Rio Botas, no bairro Heliópolis, teve morte de um jovem que foi ao local para buscar água e acabou se desequilibrando e caiu.06/01/2024Águas do Rio
Após um rompimento de adutora em Campo Grande, Zona Oeste, o fornecimento da região da Avenida Cesário de Melo e Estrada do Monteiro foi interrompido.12/01/2024 Rio+Saneamento
Na Pavuna, Zona Norte, rompeu alagando diversas ruas do bairro.30/12/2023Águas do Rio
Em Vila Isabel, Zona Norte, rompimento de grande tubulação afetou o fornecimento de água em 15 bairros da cidade
do Rio de Janeiro e interditou a Rua Marechal Zenóbio da Costa.
31/01/2024 Águas do Rio
O rompimento de uma adutora em Coelho Neto, na Zona Norte, na Av. Pastor Martin Luther King Jr, próximo à Rua Cimbres, deixou pessoas feridas e interditou imóveis.03/03/2024 Águas do Rio
Em Guadalupe, na Zona Norte, na Favela do Muquiçu, um rompimento causou grandes perdas para moradores, com demolição de residências, e provocou desabastecimento na Rua Eliseu Visconti.02/05/2024 Águas do Rio
Rompimento em Santa Teresa, na Região Central do Rio, devido aos reparos realizados em uma adutora do Sistema Ribeirão das Lajes.20/05/2024 Águas do Rio
Na altura da Rua Régio, no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, também houve um rompimento de adutora. 16/05/2024Águas do Rio
No final de novembro de 2024, uma pessoa morreu. Em Rocha Miranda, Zona Norte da capital, Marilene Rodrigues, de 79 anos, dormia quando sua casa veio abaixo, destruída pela força da água.
27/112024Águas do Rio 

“A gente entende que é muito sério isso, porque se a gente considerar o período da Cedae, a gente não observou tantos rompimentos de adutoras quanto está acontecendo após a concessão. Eles estão fazendo manobras para colocar válvulas no sistema. Estamos pedindo explicação sobre essa questão. Em reunião do comitê de monitoramento, pedimos que eles explicassem qual é o posicionamento desses sistemas de regulagem, porque foi alegado pelo presidente da Águas do Rio que a água que é vendida é de um sistema só, embora sejam quatro empresas, digamos assim, porque tem CNPJ diferente da Águas do Rio, do bloco um para o bloco quatro. Eles relataram que não têm como medir se a água que eles estão comprando e distribuindo é somente do bloco. Porque é um sistema único. Então, eles estão colocando essas válvulas para controlar esse sistema do contratual deles, obviamente, já que não é uma empresa só. A população sofre porque, muito provavelmente, o sistema antigo não está comportando essa pressão para poder fazer essas manobras nas instalações, uma vez que o sistema não foi projetado para ter as válvulas que esse sistema de regulação tem. Queremos compreender melhor como é esse processo da engenharia e como foram as medidas de segurança que eles adotaram no sistema para instalar isso e não foi explicado. Até hoje, eles foram em uma única reunião com a gente, mas eles viram a sociedade civil ali e muitos especialistas na área, todos cobrando eles explicações. Tudo sendo filmado, registrado. Depois disso, eles passaram a não ir mais”, afirmou Adriana Sotero Martins, líder do grupo de pesquisa e pesquisadora titular em saúde pública no Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da Fiocruz.

O que dizem as concessionárias sobre os rompimentos de adutoras

A reportagem do DIÁRIO DO RIO fez contato com a Águas do Rio, Iguá e Rio+Saneamento pedindo esclarecimentos em relação aos rompimentos de adutoras e questionando se existe algum plano de gestão de risco, sistema de monitoramento para evitar novos casos e ações para troca das tubulações independentemente de vazamento, baseado na vida útil do material.

A Águas do Rio informou que, em apenas três anos de operação, atua em sua área de concessão para garantir o abastecimento da população de 27 cidades fluminenses elaborando contínuos estudos e levantamentos.

As concessões do Estado do Rio de Janeiro foram concebidas para assegurar investimentos para a modernização do sistema e expansão dos serviços.

Nesta última parada do Guandu, 82 grandes serviços foram realizados para melhorar a confiabilidade, segurança e a prestação do serviço, como, por exemplo, instalação de válvulas de controle automático de pressão, o que ajuda a reduzir potenciais vazamentos ao estabilizar a pressão nas redes.

A concessionária informa que, em casos de acidentes com adutoras, aciona o plano de emergência para assegurar o acolhimento das famílias, a limpeza e desobstrução das áreas e o restabelecimento do fornecimento de água.

Por fim, a Águas do Rio esclarece que os avanços no saneamento estão sendo feitos de forma planejada e gradual, garantindo melhorias significativas enquanto o abastecimento é mantido, com foco na continuidade dos serviços para a população.

A Iguá respondeu que “desde o início de sua operação investe fortemente em monitoramento e setorização de suas redes, já tendo investido cerca de 800 milhões e melhorias para aumentar a eficiência e controle da operação, além de permitir rápidas intervenções em momentos de eventuais necessidades de reparos”.

A Rio+Saneamento enviou a seguinte resposta: a Rio+Saneamento assumiu a operação há dois anos e já investiu mais de R$ 320 milhões em novas redes e em melhorias das estruturas atuais, implementando também tecnologias de monitoramento, controle do sistema de distribuição de água e uma rotina de manutenções preventivas.

Cabe ressaltar que diversos fatores podem contribuir com as intercorrências operacionais. Para evitá-las, a Rio+Saneamento investe em ações para proteção do sistema de abastecimento, como a substituição e instalação de inversores de frequência, ventosas e válvulas controladoras de pressão. Além disso, vem investindo fortemente em automação, monitorando em tempo real, vazões e pressão da rede, níveis de reservatório e o funcionamento de bombas.

Esse acompanhamento ocorre 24 horas por dia a partir de quatro Centros de Controle Operacional (CCOs) localizados na Zona Oeste do Rio, que monitora os 24 bairros da capital, e nas cidades de Itaguaí, Rio das Ostras e São Fidélis, onde são monitorados todos os demais 14 municípios operados pela Rio+. As estruturas são importantes para garantir uma intervenção mais rápida e efetiva, caso seja necessário.

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