‘ROUBERJ’, o Ferro Velho que atua em imóvel do Governo do Estado, volta a funcionar no Centro

Menos de 2 meses após sua interdição, os criminosos invasores, donos do ferro velho clandestino, reabriram o estabelecimento, que funciona logo em frente da Subprefeitura do Centro e da GEL, ignorando a autoridade municipal e com certeza da impunidade.

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O ferro velho clandestino voltou a funcionar, ignorando a interdição e as operações feitas pelas autoridades

Apelidado por freqüentadores e comerciantes locais de ‘ROUBERJ‘, o ferro velho clandestino que funciona na Rua da Constituição, 25, no Centro, e que foi fechado por ação das autoridades municipais no final do mês de janeiro, reabriu e já funciona normalmente. No dia 1 de fevereiro, o DIÁRIO DO RIO fez reportagem, com exclusividade, sobre o caso.

O prédio pertence ao Governo Estadual, e, na ocasião da primeira reportagem, era guardado por policiais civis, que trabalhavam como seguranças do estabelecimento ilegal que funciona exatamente em frente à sede da Subprefeitura e da GEL do Centro. Isso mesmo, é do outro lado da rua, e os moradores e comerciantes locais têm dificuldade em entender por que razão o funcionamento do ferro velho num imóvel público invadido, com direito a caçambas e mais caçambas de lixo, receptação de material roubado de toda a região e guarda por milicianos não chama atenção das autoridades.

Ontem, o DIÁRIO esteve novamente no local, que havia tido a luz cortada, e a água também, quando da operação. Como se nada tivesse acontecido, os criminosos voltaram a comprar peças em ferro, partes de bueiros e postes, e tudo o mais que é roubado na região pelos miseráveis instrumentalizados pelos donos do estabelecimento clandestino. Quando da operação, o secretário municipal de planejamento urbano, Washington Fajardo, esteve pessoalmente no local, que foi fechado, e limpo, apenas para ser invadido novamente, sem qualquer reação do Governo do Estado, que alega ter, com o projeto Centro Para Todos, aumentado o efetivo policial na região.

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Operação no local fechou – por poucos duas – o estabelecimento, apelidado de ROUBERJ pelos moradores e frequentadores. Na época, o imóvel foi lacrado. \ Foto da operação de Janeiro/22

O apelido ‘ROUBERJ‘, é uma alusão ao nome de algumas estatais fluminenses, como LOTERJ e BANERJ, pois o estabelecimento clandestino funciona tranquilamente em um imóvel público, sem qualquer reação do governo estadual. Uma lei municipal foi recentemente aprovada ameaçando tirar os alvarás de ferros velhos que agem ilegalmente. Mas e quando são clandestinos? Têm carta branca?

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Será que o governador Claudio Castro vai, após as 15 nomeações de ontem, finalmente nomear um Presidente para a ROUBERJ? Oficializada ela já está“, disse à reportagem um conhecido comerciante do Centro, em alusão à impunidade e à passividade do governo estadual face ao uso de bem público para a prática de crimes. Difícil não compreender a indignação.

A ROUBERJ tem também filiais. Uma incursão da reportagem no local pôde levantar muito acerca do modus operandi dos criminosos. Segundo o catador de lixo que se identificou como Júnior, o local seria mesmo guardado por policiais civis “fazendo bicos”, atuando diariamente no local. O rapaz explicou que o estabelecimento irregular teria até “filiais” na Frei Caneca (foto abaixo) e junto à Central, perfazendo um total de 3 pontos receptadores constantes de material furtado; os três estabelecimentos se juntariam para custear as imensas caçambas. Júnior disse que um outro imóvel invadido na Visconde do Rio Branco, 19 – este pertencente ao Rio Previdência, segundo levantamos – também seria utilizado pelos criminosos como depósito de material furtado e base para o cometimento de outros crimes. Na ocasião, tentamos nos aproximar da “filial” da Frei Caneca, mas nossa reportagem foi abordada por “seguranças” que informaram que seria “proibido” tirar fotos no local. Segundo um atendente de um bar localizado nas proximidades, seria de propriedade de um “casal” de milicianos.

A “filial” do estabelecimento que criminosamente recepta materiais metálicos, fica na Rua Frei Caneca, e é outro foco de crime no Centro da Cidade, dominado pela desordem e pelas gangues de invasores de imóveis.

Também ali na Frei Caneca, esquina com a rua Moncorvo Filho – a mesma da Faculdade de Direito da UFRJ – mais caçambas imensas ocupam, absurdamente, o logradouro público, servindo de depósito para toneladas e mais toneladas de “detritos metálicos”, que ninguém sabe exatamente como são negociados. A sistemática parece ser a mesma: parte do que é comprado pelo ‘comerciante’ vai para a calçada pública, dentro das caçambas: latinhas, garrafas PET e etc. E parte vai para a parte de dentro dos casarões. Qual será a diferença entre o que fica fora e o que é armazenado lá dentro?

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