
Quem passa pela Rua da Matriz, em Botafogo, nos horários de pico, conhece bem a cena: uma fileira interminável de vans escolares paradas ao longo da calçada, buzinas e motoristas tentando, em vão, atravessar os meros 500 metros que ligam a Voluntários da Patria à São Clemente. Em determinados horários — principalmente entre 7h e 8h da manhã e no início da tarde, das 12h às 13h —, transitar pela via é um exercício de paciência.
O que pouca gente não sabe é o motivo por trás desse pequeno caos urbano. A Rua da Matriz pode ser, sem exagero, uma das vias com maior concentração de instituições de ensino do Rio de Janeiro. Em um breve levantamento feito pelo DIÁRIO DO RIO, nada menos que sete instituições educacionais se distribuem nesse curto trecho, entre escolas de educação básica, cursos de idiomas e polos universitários. São elas: o Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ (IESP), o polo da Anhanguera, o Colégio QI, a escola de idiomas Yes!, a tradicional Escola Sá Pereira, o Colégio Adventista e a Escola Municipal México.
Esse verdadeiro corredor educacional explica a concentração de vans escolares — e também reforça o papel histórico de Botafogo como um dos principais polos educacionais da Zona Sul carioca. O bairro atrai alunos de toda a cidade, inclusive de regiões como Ipanema e Leblon, onde colégios tradicionais foram fechando as portas nas últimas décadas, substituídos por edifícios residenciais de alto padrão.
Botafogo, por sua vez, resiste. Ainda é casa de algumas das instituições de ensino mais conceituadas da cidade. O bairro abriga o histórico Colégio Pedro II (campus Humaitá), fundado em 1837, e recebeu, em 2017, a unidade global da Escola Eleva, uma das mais modernas da cidade. No ensino superior, o cenário também é robusto: há campi da UFRJ, UniRio, Fundação Getulio Vargas (FGV), Universidade Veiga de Almeida (UVA), Santa Úrsula, Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação (IBMR), as Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), entre outras.
O primeiro colégio do bairro, o Colégio da Imaculada Conceição, foi inaugurado ainda no século XIX, em 1854. Já na primeira sede do centenário Colégio Andrews, hoje funciona o moderno colégio pH, mantendo viva a tradição do ensino na região.