Um prédio de luxo foi completamente abandonado e hoje virou atração turística na Estrada da Canoa, em São Conrado, em plena Floresta da Tijuca. Assim podemos definir o Hotel Tourist Gávea, que começou a ser construído em 1953, pelo arquiteto Décio Silva Pacheco. A ideia do empreendimento foi concebida com o intuito do imóvel ser um dos mais requintados do Brasil, mas após alguns anos, e a falência da incorporadora Califórnia, responsável pela edificação, em 1972, o local se transformou em ponto turístico.
Contudo, a “visitação” ao espaço inclui alguns riscos, muito por conta da total ausência de fiscalização na propriedade e a latente falta de segurança para quem deseja conhecer o que sobrou do hotel na Zona Sul do Rio. O descaso com o edifício também escancara o comprometimento da infraestrutura, que após décadas se deteriorando, representa um perigo iminente para cariocas e turistas.
Um exemplo desses sinais de insegurança, é de que, com a obra paralisada e sem nenhuma vigilância, todos os materiais que restaram, incluindo os elevadores que vieram da Suíça e estavam prontos para serem instalados, acabaram sendo roubados. De fato, desde a década de 80 o espaço tem sido frequentado por moradores de rua e usuários de drogas. Portanto, quem gosta de passeios alternativos na capital fluminense, em busca de vistas Instagramáveis do mar de São Conrado e da Pedra da Gávea, deve tomar cuidado.
Infraestrutura idealizada
O “hotel fantasma”, que nunca chegou a receber hóspedes, possui 30 mil quadrados, com quase 125 metros de comprimento. Possui 16 andares ao longo dos seus 272 degraus, que juntos atingem uma altura de 50 metros. Lá, inclusive, existia um teleférico projetado. O complexo hoteleiro iria abrigar 500 quartos, além de restaurantes e uma grande área de lazer.
Uma curiosidade em relação ao Tourist Gávea é que, em 1965, enquanto as obras continuavam, ocorreu uma festa de réveillon no grandioso prédio, que acabou sendo sede de uma balada chamada Sky Terrace por alguns anos no andar térreo, ou seja, o local não foi 100% inutilizável, afinal.
A construção foi comprada pela FJ Produção (GV2 Produção), com a intenção de reativar o projeto de hotel luxuoso de quatro estrelas, só que ainda mais ambicioso, com aproximadamente 600 quartos, além de um centro de convenções para os hóspedes.
Contudo, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) não autorizou que o prédio fosse alterado, por estar dentro da Floresta da Tijuca e ser próximo da Casa das Canoas, que são áreas tombadas como Patrimônio da Humanidade e Reserva da Biosfera e Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Esse crime monstruoso perpetrado contra o imponente prédio do Hotel Tourist Gávea no Floresta da Tijuca-Estrada das Canoas, nãop pode deixar de merecer a atenção das autoridades do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Ipan). É a prova cabal de que o Brasil não é um país sério e voltado para a proteção de projetos turísticos como aquele impreendimento de 30 mil metros quadrados, hoje um esqueleto fantasma assustador.
Em Niterói, no bairro São Francisco, há também uma estrutura parecida com esta, entre a vegetação e na encosta de uma montanha. Segundo a lenda urbana, falam que foi Dercy Gonçalves quem mandou construir mas não teve fôlego. Será que ela está assombrando no lugar ou tá fazendo as pessoas morrerem de rir?