Saiba mais sobre a variante Delta da Covid-19, que tem se espalhado rapidamente no RJ

Estudos mostram que a carga viral da variante Delta, principalmente nos primeiros dias de sintomas, é mil vezes mais alta que a das outras variantes

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Imagem meramente ilustrativa de pessoas circulando pela Praça XV, no Centro do Rio - Foto Cleomir Tavares/Diário do Rio

Os cariocas e fluminenses têm visto o número de casos da variante Delta da Covid-19 aumentarem rapidamente, tanto no estado quanto na capital. No entanto, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre as diferenças da nova cepa e o motivo de ela ser tão preocupante.

O DIÁRIO DO RIO conversou com o médico infectologista e epidemiologista Bruno Scarpellini, que explicou que a nova cepa é, de fato, mais transmissível que a variante original do vírus.

A variante Delta é mais transmissível. Para ter uma ideia, com a variante original lá de Wuhan, a gente precisava ficar 15 minutos em uma distância menor que dois metros com alguém para pegar. Alguns estudos mostram que com essa variante Delta, variante indiana, a gente precisa ficar só 30 a 60 segundos com a pessoa infectada, mostrando o poder de transmissão dela”, explicou.

Scarpellini destacou também que já existem alguns estudos mostrando que a carga viral da variante Delta, principalmente no primeiro e no segundo dia de sintomas, é mil vezes mais alta que as cargas virais das outras variantes.

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Sobre os sintomas, o infectologista explicou que, assim como na variante original, eles são semelhantes a uma síndrome gripal, mas com preponderância de sintomas de vias aéreas superiores, ou seja, mais coriza e mais espirros.

Isso está muito correlacionado também com a capacidade de transmissão. Essa é uma maneira que o vírus encontrou de não só fazer uma mutação, mas clinicamente e virológicamente a carga viral ser maior e ter sintomas que facilitem a transmissão“, explicou.

Ele também falou sobre como tem sido em outros países, especialmente em relação ás vacinas: “Foi visto fora do país que as pessoas que tinham duas doses de vacina, ou o esquema vacinal completo, apesar de desenvolverem sintomas, eram sintomas leves. Aumentava o número de casos, mas não aumentava o número de hospitalizações”. Scarpellini ainda completou reforçando que “as vacinas são eficazes contra essas variantes, mas não na mesma eficácia original, ou seja, há um certo nível de perda de eficácia”.

No entanto, isso não diminui em nada a importância da vacinação. Pelo contrário, torna a imunização ainda mais necessária: “em pessoas que ainda não tinham o esquema vacinal completo, o que a gente observava é que as pessoas acabavam internando, então nesse caso houve um aumento nas internações”, explicou o epidemiologista.

Isso é muito preocupante no momento que a gente está no Brasil, onde só 15 a 20%, dependendo do estado, tem a vacinação completa“, afirmou.

Segundo o consórcio de veículos de imprensa, a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, o Rio de Janeiro tem 15,89% da população do estado imunizada com as duas doses ou com a vacina de dose única. Já na capital, 21,3% da população total e 27,3% dos adultos acima de 18 anos completaram o ciclo vacinal.

As secretarias municipal e estadual de Saúde do Rio ressaltam a importância de manter os cuidados, pois independentemente da variante, as medidas preventivas são as mesmas: manter o distanciamento, usar máscaras e higienizar as mãos com álcool 70 ou, quando possível, água e sabão; e preferir locais ventilados e sem aglomerações.

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1 COMENTÁRIO

  1. Está errada a afirmação de que se aumentou o número de casos, porém não o de internações. Não faz o menor sentido isso. Uma cepa com 15x mais potencial de transmissão, resultar no aumento de caso, e o contrário redução de internações. Se está faltando dados, eu não sei. Mas na Inglaterra de viu o aumento de internações.

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