Recebida com grande expectativa pelos cariocas e considerada uma peça fundamental para o retorno do entretenimento de qualidade noturno na Zona Sul do Rio, a tão aguardada revitalização do Canecão, em Botafogo, ainda não saiu do papel. O consórcio vencedor do leilão e a UFRJ, proprietária do espaço, estavam aguardando uma autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para dar início à construção do novo empreendimento, que tem inauguração prevista para 2026, o que será mantido segundo o consórcio.
Com uma área de 20.000m², o novo Canecão será um complexo de cinco pavimentos e abrigará oito unidades de entretenimento, incluindo uma grande sala de espetáculos com capacidade para até 6 mil pessoas. O investimento no projeto ultrapassa os R$ 200 milhões. A informação foi divulgada pelo Ministério Público Federal, que conduziu um inquérito para apurar as circunstâncias das intervenções no local.
Segundo o MPF, tanto a UFRJ quanto o consórcio vencedor acataram uma recomendação do órgão, com o objetivo de garantir que as obras respeitem o patrimônio histórico e cultural da região, que integra o campus da Praia Vermelha. O local abriga bens tombados, como o Antigo Hospital dos Alienados e o Morro da Babilônia.
A autorização do Iphan foi emita no mês de janeiro.

Assinado pelo arquiteto João Niemeyer, antigo colaborador de Oscar Niemeyer, o novo Canecão promete ser um espaço multifuncional, projetado para operar sete dias por semana. A programação será diversificada, com shows, exposições e espaços para eventos corporativos e sociais. As áreas externas também foram pensadas para integrar o público ao ambiente cultural, com um bosque de 5.000m², além de áreas para feiras e eventos ao ar livre.
A universidade informou que o projeto está em fase final de licenciamento.
Em nota, o consórcio Bônus-Klefer informou que o cronograma do Canecão segue conforme previsto, com a fase final das demolições em andamento e o início das construções programado para breve.
Reiterou que como qualquer empreendimento em área tombada, todas as intervenções exigem autorizações específicas, e o consórcio está cumprindo integralmente todas as exigências necessárias junto aos orgãos públicos e à Prefeitura – incluindo a autorização e licença do Iphan, que já foi emitida.
Ia fazer um comentário sobre o IPHAN, mas o meu jurídico não autorizou..
Onde tem o IPHAN no meio, é sinal de que as coisas não andam, não se resolvem ou não tem solução. A atuação do órgão no Estado do Rio é deplorável, e a maneira com que o IPHAN cuida do Museu do Trem, fechado desde 2019, e com o acervo se deteriorando e sendo roubado, exemplifica bem o que é esse órgão inútil!