O Carnaval de 2025 será marcado por grandes histórias e homenagens às raízes afro-brasileiras, e a Imperatriz Leopoldinense decidiu mergulhar fundo nessa tradição ao anunciar seu enredo para a Sapucaí. Com o título “Ómi Tútu ao Olúfon – Água fresca para o senhor de Ifón”, a escola de Ramos vai narrar a jornada de Oxalá, um dos mais importantes orixás da cultura iorubá, em sua peregrinação até o reino de Xangô.
A proposta da Imperatriz não apenas valoriza a mitologia afro-brasileira, mas também marca um retorno da escola a esse tipo de temática após quase 50 anos. O carnavalesco Leandro Vieira, é o responsável pelo desenvolvimento do enredo.
O caminho de Oxalá e o encontro com Exú
Na narrativa escolhida pela Imperatriz, Oxalá, uma divindade associada à criação e à sabedoria, deseja visitar Xangô, orixá do fogo e da justiça. No entanto, a jornada do rei branco não é simples. Durante o percurso, ele se depara com Exú, o orixá mensageiro, que impõe desafios e provações para testar sua paciência e humildade.
O samba é uma parceria formada por Me Leva, Thiago Meiners, Miguel da Imperatriz, Jorge Arthur, Daniel Paixão e Wilson Mineiro.
Veja o samba completo
Vai começar o itan de Oxalá
Segue o cortejo funfun pro senhor de Ifón, Babá
Orinxalá, destina seu caminhar
Ao reino do quarto Alafin de Oyó
Alá, majestoso em branco marfim
Consulta o ifá e assim
No odú, o presságio cruel
Negando a palavra do babalaô
Soberano em seu trono, o senhor
Vê o doce se tornar o fel
Ofereça pra Exú… um ebó pra proteger
Penitência de Exú, não se deixa arrefecer
Ele rompe o silêncio com a sua gargalhada
É cancela fechada, é o fardo de dever
Mas o dono do caminho não abranda
Foi vinho de palma, dendê e carvão
Sabão da costa pra lavar demanda
E a montaria te leva à prisão
O povo adoeceu, tristeza perdurou
Nos sete anos de solidão
Justiça maior é de meu pai Xangô
Traz água fresca pra justiça verdadeira
(meu pai Xangô mora no alto da pedreira)
Preceito nagô a purificar
Desata o nó que ninguém pode amarrar
Transborda axé no ibá e na quartinha
Pra firmar tem acaçá, ebô e ladainha
Oní sáà wúre! Awure awure!
Quem governa esse terreiro ostenta seu adê
Ijexá ao pai de todos os oris
Rufam atabaques da Imperatriz