Samba do Rio: Da descoberta ao segredo

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Por Bernardo Moura

Continuando nossa análise, seguem mais duas escolas: Mocidade e Unidos da Tijuca.

 

Mocidade Independente de Padre Miguel A Mocidade Independente vai falar sobre "Do paraíso de Deus ao paraíso da loucura, cada um sabe o que procura". A história do paraíso que os portugueses acharam que aqui era. O contato com os índios, o capitalismo selvagem, a fauna e a flora, farão parte do tema da escola de Padre Miguel.

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Em primeiro lugar, parabenizo aos compositores da escola em voltar com o uso de três estrofes como refrões e as parcerias com três pessoas nos sambas. Em segundo, há candidatos que possuem versos muito longos e disputam em comprimento com a Marquês de Sapucaí.

Dos 22 sambas cadastrados e restantes na disputa do samba, 13 vão para fora de campo. São eles : 22,21,18,15,14,13,12,11,9,8,6,5 e 4. Lembrando que a disputa nesta escola, ainda não começou. Ou seja, a comunidade está de portas abertas para os sambistas e foliões.

 

O samba de número 22, de Chico, Tio Zé, Bia Fernandes & Babi Costa, lembra um disco arranhado. A primeira parte parece que não vai parar nunca. O de número 15, feito por Fábio Marques dos Santos e Vanderléa Andrade dos Santos, simplesmente, esqueceram o tema de fora. O de número 14, por Canjerê e Marcão, parece uma canção de bloco antigo. É longa demais.

 

O nove, de Bagrinho, Zulú e Ivo Patrô, seria bom se não tivesse tiradas do tipo "Nessa magia que nos traz felicidade/Desempregado ou doutor/Querendo mesmo, é ser um louco sonhador"! Nesta mesma linha, há o samba seis de Carlinhos Boemia, Ivan Nascimento e Sérgio Estrela. Cantar "Amor vamos ao shopping, eu quero gastar" é único.

 

No quatro, feito por Jefinho Rodrigues, Marquinho Índio, Domenil & Marcelo do Rap, a primeira parte é boa, mas a segunda não acompanha, aí desequilibra.

 

Nos regulares, classifico: Dico da Viola, Jorginho Medeiros, Sérgio Alan, Charlinho e Moleque Silveira (samba 3); Dauri Vila Nova, Jorginho Laithiano e Luisinho Pereira (samba 7); Ney da Loteca, Irani Cunha e Celsinho Costa (samba 10); Renilson Nascimento, Didi, Gilmar, Edison e Marrom (samba 16); Luiz Augusto, Henrique de Sousa, Lúcio Naval e Thiaguinho (samba 19) e Hélio Porto, Da Paz, Cosminho e Jorge (samba 20). Deste último, é uma boa sacada da história em chamar o folião e alertá-lo em que mundo ele quer viver: da loucura ou da calmaria? O de número 10, se fosse um pouquinho mais fiel à história do enredo, seria perfeito (iria pra seção dos bons).

 

Nos bons, ficam: Igor Leal, Diego Nicolau, Iuri Abs e Gustavo Henrique, cantado pelo Tinga (samba 1); J. Giovanni, Zé Glória e Hugo Reis, cantado por Luizinho Andanças (samba 2) e Antônio da Conceição, Marcelo Buda e Marinho (samba 17). Estes três são fidedignos e fieis à sinopse. Têm de cara de funcionar na avenida. Logo, dão chances da Mocidade conquistar o título em 2010.

 

u_tijuca bandeira Na Tijuca, a escola Unidos da Tijuca tentará decifrar os segredos que assolam o mundo. "É segredo" contará sobre os segredos de investigações, acidentes, poções mágicas, outras civilizações etc. A disputa começou com 17 e cinco já foram cortados. Restam apenas 12 sambas.

 

Mas, antes, quero parabenizar à escola, pela qualidade dos sambas. Até agora, é a primeira que obteve canções que, definitivamente, contassem a história do enredo. De cabo a rabo. Todos eles.

Sendo assim, os sambas aqui que ficaram, porventura, fora de campo, tiveram suas construções mal feitas ou não se adequariam na avenida. Seguem: Gilmar, L. Silva, Jurandir, Fernandão e Tico da Mikinha (samba 8); Enilson, Ricardo Faria e Joel Swing (samba 9); Dudu Linhares e André Cabeção (samba 10) e Fabão, Batata, Bradock e Flavinho Nandes (samba 13).

 

Na parte regular, classifico: Beto do Pandeiro, Elias,Marcelo Caçapa e Nininho do Cavaco (samba 1); Henrique Badá, Serginho Machado, Leco da Alerj e Marquinho Marino (samba 2); Sereno, Helinho 107, Catranca e Nelson Luiz (samba 5); Beto Savanna, Daniel D´almeida, Telmo Augusto e André Kbça (samba 7) e Zezinho Professor, Luiz Intimidade, Robertinho do Verdun e Roudney (samba 11).

 

Nos bons, há: Vicente das Neves, Gilberth Castro, Wanderley e Roberto Eloy, cantado pelo Luizinho Andanças (samba 3); Julio Alves, Marcelo e Totonho, cantado pelo nego (samba 4) e Ivinho do Cavaco, Jayme César, João Osasco e Renan Chaves, cantado pelo Gilsinho (samba 12). Nestes, a escola pode ir tranquila à Sapucaí e alçar seu tão sonhado título.

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