Secretário de Aviação Civil recusa priorizar Galeão em relação ao Santos Dumont

Governo do RJ queria que Santos Dumont ficasse exclusivo para a ponte-aérea com SP, Brasília e voos executivos, com o todo restante da frota nacional voltada ao Galeão, mas secretário de Aviação Civil diz que isso não é possível

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Imagem meramente ilustrativa - Foto: Reprodução/Viajei Bonito

O desejo do Governo do Rio de Janeiro de deixar a operação no Aeroporto Santos Dumont (SDU) exclusivamente para a ponte-aérea RJ-SP, Brasília e voos executivos, com todo o restante da frota nacional passando para o Aeroporto Internacional Tom Jobim (RIOgaleão), dificilmente será atendido.

Isso porque, em entrevista recente ao jornal ”O Globo”, o secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Saggioro Glanzmann, afirmou que não cabe ao poder público decidir sobre o assunto, com a escolha pelo destino dos voos ficando a cargo exclusivamente da companhia aérea – respeitando, é claro, a capacidade operacional do aeroporto.

”A companhia aérea pode voar para qualquer aeroporto, dependendo exclusivamente de capacidade operacional. A liberdade de voar é um princípio legal no Brasil, nenhum ente público poderá determinar para onde a companhia vai voar”, disse, antes de completar comentando sobre o que é cabível ao Poder Executivo.

”O que eles (governo) podem fazer é dar incentivos para os passageiros a determinados aeroportos, como, por exemplo, investir em segurança e facilidades de transporte”, explicou.

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Vale lembrar que há um leilão previsto para o Santos Dumont para maio de 2022, com lance mínimo de aproximadamente R$ 1 bilhão. O processo de licitação não tem um número mínimo ou máximo de participantes e tampouco restrições em relação às operações do aeroporto e aos destinos do voos que partirão do terminal e os que chegarão à cidade.

Ex-ministro critica

Ex-ministro da Aviação Civil, Moreira Franco criticou o posicionamento de Ronei sobre o assunto. Segundo ele em entrevista ao site ”Agenda do Poder”, caso a frota aérea do RIOgaleão não seja ampliada, o referido aeroporto não aguentará, economicamente falando. ”Sem voos para conexão, o Rio jamais voltará a ser porta de entrada no Brasil e o Galeão vai quebrar”, disse.

Ainda de acordo com o ex-ministro, quando o Tom Jobim foi inaugurado, em 1952, o Santos Dumont, que já existia há 11 anos, só tinha voos disponíveis para São Paulo, Belo Horizonte, Vitória e Brasília.

Vale ressaltar que Moreira Franco e Ronei Glanzmann chegaram a trabalhar juntos. Para o ex-ministro, o atual secretário é um ”bom técnico”, mas não tem nenhum compromisso com a economia do RJ. ”Para o setor público, infelizmente, fazer dinheiro com a concessão do Santos Dumont é mais importante do que ajudar o Rio a se recuperar”, criticou.

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6 COMENTÁRIOS

  1. Se liga , estou falando em desenvolvimento. O galeao vai continuar tendo passageiro sim . Esas pistas deviam ser paralelas e a pista desativada seria uma ZEE parecida com a China. Trem esta a uma distancia de 2km , linha vermelha ao lado , porto poderia ser feito em tubiacanga , areas para industras em caxias e na area da pista desativada e temos uma refinaria ao lado. Isso sim é desenvolvimento a pouco custo.

  2. Tinha que ter duas pistas paralelas e acabar com uma pista , e a partir desta area da pista desativada monta se uma aera destinada a exportacao , como a china fez no inicio. Logistica temos pois o linha de trem temos no bairro da penha , linha vermelha para ligar rio-sao paulo , porto somente precisamos abrir um canal mais profundo para passar porta container e espaco para industrias temos de sobra em duque de caxiaa e o espaco da pista a ser destativada , temos a refinaria de duque de caxias perto . SERA UM GRANDE PROJETO FAZER UMA ZONA DE EXPORACAO E I O GASTO DE INFRAESTRUTURA SERA BARATO POIS ESTA TUDO.PERTO

  3. O problema não é simples: decidir ajudar o GIG envolve dar incentivo a uma empresa privada diretamente, o que poderia ser discutido na Justiça – o poder público não está aí para garantir demanda pra quem quer que seja (no período coronavírus, entretanto, pela excepcionalidade o governo deveria ajudar a ao menos empatar as contas das concessionárias, prezando pela manutenção da prestação do serviço).

    Outro ponto: digamos que se decida por absurdo sumirmos com SDU. Haveria uma enorme perda de valor do leilão de privatização do que resta da Infraero. O Governo Federal pode/quer arcar com essa perda só pra “ajudar GIG”? Ou seja, qualquer restrição de SDU impacta em seu valor, transferindo valor à GIG.

    É um xadrez!

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