Secretário duvida que deslizamentos e inundações tenham causado mortes

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Foto: Divulgação

Em depoimento à CPI das Enchentes, nesta quinta-feira, 12/09, presidida pelo vereador Tarcísio Motta (Psol), o secretário de Ordem Pública (Seop), Paulo César Amêndola questionou se as 16 mortes que aconteceram durante alagamentos e deslizamentos na cidade do Rio de Janeiro este ano foram mesmo consequências das fortes chuvas.

“O senhor disse que dez pessoas morreram. De quê? De infarto? Pelas chuvas? Afogada? Tem que ver cada um. Está vinculado ao tema? Como foi a coisa? Tem que ver como cada um foi morto (sic) como foi: Atropelado? Caiu um poste em cima? Como foi a coisa? O senhor me dá o nome dos dez que eu mando fazer uma investigação”, disse Amêndola, dirigindo-se ao presidente da CPI.

Depoimento de Amêndola à CPI

O presidente da CPI das Enchentes, vereador Tarcísio Motta (PSOL), pretende apontar o indiciamento do secretário de Ordem Pública (Seop), Paulo César Amêndola, e do subsecretário de Defesa Civil, Edson Tavares da Silva, por suas responsabilidades nas tragédias ocorridas em fevereiro e abril deste ano por causa das chuvas intensas.

“Não conseguiram responder às perguntas mais básicas. O secretário de Ordem pública não sabe dizer quem morreu, quantos nem por que morreram nas chuvas de fevereiro e abril. A Defesa Civil, por sua vez, não produziu nenhum relatório sobre os óbitos ocorridos”, diz Motta, que continuará as investigações da CPI e levará para votação a indicação de indiciamento, a ser apresentada ao Ministério Público.

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As vítimas, cujas mortes foram amplamente noticiadas pela imprensa, tiveram seus nomes lidos por Tarcísio Motta, que considerou a reação do secretário um deboche com as tragédias e com a Comissão Parlamentar: “A sessão de hoje mostrou que o Secretário de Ordem Pública e o subsecretário de Defesa Civil não têm a menor ideia de suas responsabilidades com relação às chuvas intensas. É função da Defesa Civil, por exemplo, contabilizar as vítimas e as causas das mortes. Mostraram um profundo desconhecimento do que ocorre na cidade e um grande desrespeito às vítimas e ao trabalho da CPI”.

Motta também concluiu que a Defesa Civil omitiu informações à CPI com relação aos dados do pluviômetro do Chapéu Mangueira do dia 8 de abril. A CPI pediu os dados há 105 dias, mas o órgão da prefeitura enviou um documento incompleto, sem apresentar as informações do horário em que a chuva estava mais intensa. De posse de dados fornecidos pela GeoRio, a CPI conseguiu provas de que o pluviômetro do local tinha atingido o parâmetro necessário para o acionamento da sirene, que poderia ter impedido a morte de três pessoas.

“A Seop e a Defesa Civil não conseguiram até agora explicar porque as sirenes não tocaram no Morro da Babilônia, onde morreram três pessoas soterradas”, disse Tarcísio Motta.

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