Secretário Sebastião Bruno depõe na CPI das Enchentes

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Foto: Clarice Green

A sessão desta quarta-feira, 18/09, da CPI das Enchentes tratou da falta de transparência em contratos emergenciais de obras feitas pela Prefeitura após as fortes chuvas de fevereiro e abril deste ano. A comissão contestou o secretário de Infraestrutura e Habitação, Sebastião Bruno, sobre como foram firmadas as dezenas de contratações, mas obteve poucas respostas.

O presidente da CPI, vereador Tarcísio Motta (PSOL), chamou a atenção para o fato de que todo o processo de contratação dessas obras é confuso e não cumpre determinações legais, como a publicação em Diário Oficial: “A gente descobre que há uma obra acontecendo, mas não dá para saber o valor, porque não tem publicação em Diário. Não dá pra saber quem foi contratado, porque não tem contrato assinado, nem se as obras estão no prazo porque é impossível descobrir quando se iniciaram”.

De acordo com Sebastião Bruno, a publicação das obras emergenciais foi feita por decreto. No entanto, esse mesmo decreto não lista as obras. Questionado sobre o motivo que levou uma das obras ser publicada três meses depois de seu início, o secretário disse que o prazo legal de 5 a 8 dias para dar publicidade a essas ações não foi cumprido porque “o prazo é muito curto”, confessando o descumprimento da lei. Os parlamentares perguntaram, então, qual seria o prazo ideal, mas ficaram sem resposta.

Outra determinação legal descumprida pela Prefeitura nessas ações se refere à lei 6.496/77, que estabelece que todo contrato “escrito ou verbal, para a execução de obras ou prestação de quaisquer serviços profissionais referentes à Engenharia, à Arquitetura e à Agronomia fica sujeito à ‘Anotação de Responsabilidade Técnica (ART)’”. A explicação do secretário sobre a falta de ART das obras gerou uma sucessão de perguntas cujas respostas apontaram para outras faltas no processo. Segundo ele, não se tinha ART porque não havia contrato.

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Diante das lacunas no depoimento do secretário, Tarcísio Motta pontuou os vários obstáculos que impedem o Poder Legislativo e a sociedade de fiscalizar as ações da Prefeitura: “Não dá para saber quem é o engenheiro responsável porque não tem ART registrada, nem se a obra é de fato emergencial porque não tem projeto finalizado. Também não dá para saber quem acompanha a obra, porque a prefeitura não pode designar servidores para uma obra que formalmente não existe. O Poder Legislativo tem a função de fiscalizar, só que para isso a Prefeitura precisa dar publicidade formal a suas ações“.

Sebastião Bruno se comprometeu a responder um ofício enviado pela CPI que venceu há oito dias, e foi convocado para depor novamente, na próxima semana, para responder sobre políticas de habitação, aluguel social e acolhimento dos atingidos pelas chuvas.

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