Seguindo tendência global, Amazon encerra home office no Brasil

Gigante do comércio eletrônico coloca no mês de março um ponto final no trabalho remoto no Brasil, onde conta com dez centro de distribuição em sete cidades. Com a medida 18 mil profissionais devem voltar a trabalhar presencialmente, cinco dias por semana

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Centro de distribuição da Amazon na Pavuna /Foto: Jorge Duenes (Reuters)

Seguindo a tendência de grandes empresas e instituições bancárias internacionais, a Amazon Brasil, de Jeff Bezos, decretou o mês de março como o ponto final das jornadas de home office na empresa. Assim, 18 mil funcionários que trabalhavam nessa modalidade no território nacional serão obrigados a desempenhar as suas atividades presidencialmente, cinco dias da semana.

A medida foi anunciada, em setembro do ano passado, pela matriz da Amazon, em Seattle. O novo posicionamento, no entanto, não descarta que, em algumas situações, um funcionário trabalhe de casa. As lideranças da gigante americana devem avaliar cada caso individualmente.

Por meio de nota, a companhia americana destacou que as atividades presencias estão sendo retomadas “de acordo com as suas possibilidades estruturais locais, em conjunto com os funcionários e seus gestores, para os casos particulares”.

Ao assumir o comando da Casa Branca, em 20 de janeiro deste ano, uma das primeiras ações do republicano Donald Trump foi justamente dar por encerrado o trabalho remoto para, aproximadamente, 1 milhão de funcionários públicos federais dos Estados Unidos.

Adotado como um recurso diante da crise pandêmica de 2020, o trabalho remoto tem sido abandonado por várias empresas no Brasil e no exterior, por vários motivos, incluindo baixa produtividade e inventividade, além de desabilitação de competências relacionais – característica importante no universo corporativo.

Entre as empresas que acabaram com o trabalho remoto estão: Disney, Dell, Google, Black Rock, Apple, JP Morgan, Goldman and Sachs, Starbucks, Tesla, X, entre outras. No Brasil, a Petrobras segue a mesma tendência.

No Rio de Janeiro, os efeitos do abandono do home office foram notados em meados de 2023, quando muitas empresas decidiram pelo retorno aos escritório, impactando no recuo da taxa de vacância de lajes corporativas no Centro do Rio e em outras regiões valorizadas da cidade, como explicou Wilton Alves, diretor da Sergio Castro Imóveis:

Temos alugado dezenas de escritórios por mês; algumas locações fechadas em prédios cuja negociação é exclusiva da Sergio Castro e que atingiram quase 5.500m2 no trimestre. A vacância ainda é grande, mas a procura está aumentando em progressão geométrica com o fim do ’home office’, uma política que não deu nada certo para a produtividade das empresas. Os empregados festejam mas as empresas já veem que não podem viver apenas de agradar seus funcionários”, disse Alves, acrescentando que cada vez mais os preços da locação para o Centro do Rio estão convidativos: ”pode-se alugar um excelente andar com vista deslumbrante e acesso a 5 modais de transporte por quase 1/8 do preço de um escritório em Ipanema ou metade do valor de Botafogo”, assegurou o executivo em 2023, acrescentando, recentemente, que tal tendência mercadológica está devidamente consolidada no Centro do Rio, impulsionada pela revitalização habitacional, cultural, econômica e religiosa a região.

Amazon passa por reestruturação no Brasil

Com dez centros de distribuição, localizados em sete cidade, a Amazon atua no Brasil, com o seu escritório funcionado no bairro da Vila Olímpia, na capital de São Paulo. Oferecendo serviços de varejo, a companhia também gerencia centros de tecnologia e data centers.

Em processo de reestruturação, a Amazon anunciou, recentemente, uma retração nas comissões em serviços logísticos para vendedores parceiros, para atrair lojistas para a sua plataforma de comércio eletrônico e ampliar o número de produtos oferecidos e,assim, para baixar os preços para os consumidores.

Segundo a Folha de São Paulo, entre os planos da empresa para 2025 está a contração de 480 profissionais para as áreas de finanças, tecnologia, supply chain, marketing e recursos humanos.

Reduzir as taxas em até 3% é outra estratégia adotada pela empresa para tentar recuperar o espaço pedido para a Shopee, vice-líder de marketplace, com o Mercado Livre na liderança, de acordo com dados da Conversion.

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12 COMENTÁRIOS

  1. Os trabalhadores têm que voltar para o presencial para sustentarem os vagabundos que vivem de rendas de alugueis. Olhando para o negócio da Amazon, sinceramente espero que seja um tiro no pé, uma empresa que sobrevive de vendas online. Inclusive proponho #consumozero para os trabalhadores que sejam obrigados a voltar para o presencial nos centros urbanos.

  2. Engraçado o trabalho dos jornalistas hoje em dia, principalmente desse nosso Brasil.
    Tomam de exemplo uma empresa norte-americana e ainda do presidente norte-americano para apresentar como sendo uma tendência global…

    • Mas eu entendo a posição, neste caso do Diário do Rio, porque a serviço de um grande anunciante da página com atuação no mercado imobiliário…

  3. Só espero que não aconteça a lei de causa e efeito (ou a lei de retorno). Durante a pandemia de covid, muito por sobrevivência de pessoas e também empresas, o trabalho home office foi a regra. Mas se torna o culpado das desvalorizações de moeda, imóveis e ativos, descontando no elo mais fraco. Só que a força de trabalho se renova e esta não quer mais o modelo “algema” 6×1 de hoje. Será que num evento idêntico as pessoas se comportarão da mesma forma, aceitando o jogo como é jogado? Não sei, até por conta da dificuldade em prender a geração Z em emprego mantendo a turma antiga em seus postos de trabalho. Comemorem players de mercado. E força aos guerreiros da mão de obra. No fim, somos nós que seguramos o rojão e empresas como essas que não olham pro colaborador com um mínimo de decência viram pó. Afinal, tem sempre os bancos e investidores por trás

  4. Patrícia Lima, vai descansar militante…

    Eu que sou head hunter, trabalho com RH, vejo esse movimento como oportunidade. As empresas que tem modelo híbrido ou 100% remoto vão poder fazer uma investida nos talentos das empresas que estão abolindo o home office.

    Todas as vezes que uma empresa anuncia o fim do home office eu vou no LinkedIn prospectar. Acho ótimo. Tem facilitado bastante o meu trabalho.

    • Isso que eu pensei: que baita vantagem quem recruta talentos tendo home office como diferencial.

      Um amigo saiu de um trabalho 100% home office para um híbrido. Ofereceram o triplo do salário pra ele. Com o dinheiro que ele ganha a mais ele “compra” tempo (empregada, cozinheira, entre outros serviços que ele mesmo fazia). Além disso viaja mais vezes por ano.

      Eu só saio do meu trabalho híbrido pra um presencial se a vantagem for muito boa.

  5. Passado o Carnaval, o Diário do RIo retoma sua saga contra o Home Office. Episódio 82732 – Temporada 993:

    AMAZON ACABA COM HOME OFFICE NO BRASIL

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