Sem ar-condicionado e com janelas fechadas, passageiros sofrem nos ônibus do Rio

Mesmo diante das recomendações para os ônibus circularem com as janelas abertas, diversos veículos transportam passageiros com as janelas fechadas em pleno verão carioca

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Foto meramente ilustrativa - Pedro Kirilos

Já não bastasse o sofrimento que o carioca passa com a falta de ônibus na cidade, ele ainda precisa conviver com a pandemia do Coronavírus, que obriga os veículos a circularem sem ar-condicionado em pleno verão. A recomendação das autoridades sanitárias (que tem como base a resolução 42 do próprio Secretária Municipal de Transportes (SMTR), publicado no Diário Oficial do dia 25 de junho) é que as conduções trafeguem com as janelas abertas, na tentativa de diminuir os riscos de contaminação pela Covid-19 e os efeitos do forte calor do Rio, mas a realidade não tem sido exatamente essa.

Em vários pontos da cidade, não é raro ver ônibus transportando passageiros com as janelas fechadas (vedada), transformando o coletivo em uma verdadeira sauna e uma espécie de foco de Covid-19 móvel, por se tratar de uma ambiente fechado e sem qualquer regra de distanciamento.

A gerente de vendas, Carolina Figueiredo, conta que na última semana sua mãe, um idosa de 71 anos, passou mal e teve de ser levada para o hospital em função do forte calor que fazia dentro de um dos ônibus da linha 217, que faz o itinerário Andaraí-Largo da Carioca.

Muito quente! É um calor desumano. Minha mãe quase desmaiou. O engraçado é que a passagem nunca para de aumentar, mas as condições dos ônibus sempre são as mais precárias possíveis“, se queixou.

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Morador do bairro do Lins, o garçom Edvaldo conta que sempre pega o ônibus da linha 422 (Grajaú-Cosme Velho) com as janelas fechadas.

O ônibus vira um forno, todo mundo suando pra caramba. Eu chego no meu trabalho ensopado. Tento falar com o chefe, mas é uma situação chata, um desrespeito”, afirma.

Para a diarista Sônia Oliveira, que precisa se deslocar do Méier para Tijuca, a preocupação aumenta ainda mais em função do risco de pegar a Covid-19. Ela geralmente utiliza a linha 606 (Engenho de Dentro-Rodoviária).

A gente tenta se proteger de todas as formas, mas pegando esses ônibus fechados fica complicado. Estamos jogados à própria sorte“, lamenta.

De acordo com o último boletim da prefeitura, o Rio contabiliza 16.543 mortes e 182.713 casos confirmados de Covid-19. São 582 pessoas hospitalizadas na rede municipal, sendo 224 delas em UTI. Já na rede SUS, são 1.017 internados e 504 em UTIs.

O DIÁRIO DO RIO entrou em contato com a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), que se limitou a dizer que “está realizando vistorias frequentes para verificar possíveis irregularidades nos ônibus. Algumas empresas já foram notificadas sobre a necessidade de ajustes“.

Segundo números da própria SMTR divulgados no fim de 2020, cerca de 80% dos 4.987 ônibus que trafegam na cidade do Rio estão climatizados.

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1 COMENTÁRIO

  1. Por analogia, os hospitais deveriam também desligar o ar condicionado de tudo o prédio, assim derrete todo mundo mais fácil num calor de 40 graus. Totalmente estapafúdia tal regra seja para onibus, como taxi, aplicativos, etc. Ver um motorista de veículo com passageiros, sem ar ligado, vidros abertos e todos de máscara, numa cidade extremante violenta como é o RJ, chega a ser pedir para morrer.

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