Sem mais Bala Juquinha no Rio de Janeiro

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Bala Juquinha

Você se levanta, entra no Facebook e um amigo te marca em uma notícia de O Dia, você abre e percebe que algo que acaba com resquícios de sua infância. A notícia é sobre o fim da Bala Juquinha, que certamente marcou a infância de todos nós.

A fábrica foi fechada mês passado em Santo André (SP), depois de 64 anos, sendo a mais famosa bala brasileira (até mais que a Sete Belo que continua firme e forte), e chegou a ser exportada para mais de 60 países, como Omâ, Mauritânia e Estados Unidos.

Juquinha

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De acordo com O Dia a razão do fechamento é a a falta de interesse dos filhos do criador, o italiano Giulio Luigi Sofio, de 77 anos, que mora em Santo André (SP) e não quer comentar sobre o negócio, adquirido por ele do português Carlos Maia, em 1982.

Mas ainda há esperanças, um empresário carioca, que está mantido no anonimato, teria comprado a original e ultrassecreta fórmula da bala Juquinha de tutti-frutti, além dos maquinários da fábrica. E pode voltar a boa fase da bala, é que com o desinteresse dos herdeiros parou o investimento em marketing.

História da Bala Juquinha

Retirado de O Dia

Juiquinhas

A Balas Juquinha Indústria e Comércio Ltda foi fundada em 1945 com uma outra razão social: Salvador Pescuma Russo & Cia Ltda. No início, dedicava-se apenas à fabricação de refresco em pó efervescente. Cinco anos depois, a empresa começou a fabricar balas mastigáveis. Pouco depois, a ‘docíssima e mole’ Juquinha virou febre no País, conquistando rapidamente o mercado.

O sucesso da tão falada bala foi ampliada ainda mais com Giulio Sofio na direção do empreendimento, comprado através de um simples anúncio num jornal, colocado por Carlos Maia, que, em 1979, atolado em dívidas, acabou vendendo para o italiano, a receita mágica, que deu origem a outros sabores como uva, abacaxi e coco. Atualmente, até os ex-funcinários foram orientados a não dar entrevistas sobre a delícia.

Um antigo funcionário conta que, quem ousava bisbilhotar e tentar descobrir a composição da fórmula, era demitido. “Muitos ‘espiões’ foram descobertos e mandados embora ao longo dos 30 anos. O segredo sempre foi o principal pilar de sobrevivência da empresa”, diz X., 56 anos, desempregado desde abril. “Nem sei se sei fazer outra coisa. Só bala”, lamenta, preocupado com o futuro.

O auge das vendas ocorreu em meados da década de 90, quando, durante o então Plano Real, as balas Juquinha viraram troco nos supermercados, bares e restaurantes. “Naquela ocasião faturei três vezes mais que agora”, disse Giulio, em entrevista a uma revista de ecnonomia em 2005.

Desde então, o faturamento da fábrica caiu para R$ 8 milhões, passando sua produção de 600 toneladas por mês para menos de 100 toneladas. E veio registrando queda através dos anos, assim como o número de empregados. Em abril deste ano, conforme testemunhas, somente 18 pessoas operavam a linha de produção, que tinha modernos maquinários. Metade das balas era destinada ao mercado externo.

Segundo especialistas, a queda é atribuída, especialmente, a dois fatores: a falta de interesse dos descendentes de Giulio para tocar os negócios no ramo, e a competitividade no mercado. “A clandestinidade no setor atualmente alcança mais da metade da produção de balas, pirulitos e doces. Como competir com produtos até 40% mais baratos, embora tenham qualidade duvidosa? Os fabricantes informais não pagam impostos e por isso assumem cada vez mais a liderança de vendas”, justifica o economista Jaiber Assumpção.

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